Fui assistir ontem Assombrando Julia, de Alan Ayckbourn, que trata do suicídio de Júlia, uma menina prodígio em música que se suicida aos dezenove anos, sem que as pessoas em torno dela pudessem perceber o que estava para acontecer.
Quando li a sinopse tive as minhas dúvidas se realmente ia querer ver, porque iria me fazer pensar novamente no suicídio da minha sobrinha aos dezessete anos, com as semelhanças do brilhantismo da Júlia de Ayckbourn e da tentativa que todos fizemos de entender o motivo e de nos perguntar o que mais poderíamos ter ter feito para que aquilo não acontecesse.
Ela morava numa cidade pequena para a cabeça que ela tinha. Ela era muito maior que aquilo, mas isso não foi nenhum impedimento para que ela tivesse o mundo inteiro dentro dela e demonstrasse um talento enorme para escrever inclusive escrevendo estórias em dois blogs que captaram muitos leitores, sem que ela tivesse feito qualquer esforço para que isso acontecesse e que desde sua morte não foram mais atualizados em relação aos comentários.
Hoje lemos seu último blog nas entrelinhas e vi o espelho dessa situação em Assombrando Júlia e aprendi também a respeito disso outro dia desses ouvindo um podcast do Plínio de Souza onde ele falava das intenções positivas por trás de uma atitude aparentemente negativa, inclusive do suicídio.
Na última vez em que estivemos juntos fizemos uma longa caminhada conversando e além de lermos o blog um do outro, onde eu por algumas vezes fiz comentários para estimulá-la, uma semana antes dela se suicidar nos comunicamos por email onde não havia nenhuma pista do que poderia vir a acontecer.
Se tiver vontade vá ler Registros da Nefelibata, e O Menino que esquecia o Passado.
Eu também me perguntei o que mais poderia ter feito e não achei uma resposta.
domingo, 8 de julho de 2012
ASSOMBRANDO JÚLIA - O ESPELHO DA NEFELIBATA
Marcadores:
AUTO-ESTIMA,
CRIANDO FILHOS,
MINHA CAMINHADA,
O QUE EU VI,
SUICÍDIO DE JOVENS
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário