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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

ELA MORREU E RESSUSCITOU


Minha amiga me contou do dia em que ela morreu e ressuscitou.

Ela  havia visto uma reportagem na televisão sobre pessoas que haviam morrido e contaram que saíram do corpo e viram o mundo como se estivessem fora dele.

Ela nem teve a consciência do quanto aquilo a havia impressionado.


Até que ela também morreu.


Estava com as irmãs dentro do próprio carro, quando estacionou as deixando dentro do carro e atravessou a rua para ver se encontrava um bom caranguejo para comprar do outro lado da rua.


Não encontrou e quando estava atravessando a rua teve a impressão que alguém a estava observando atravessar e timidamente baixou os olhos e entrou dentro do carro.

Foi quando ela começou a ouvir chamarem seu nome, assim de longe, vindo de trás do carro.


Aquilo era assustador, mas ela olhou para trás e viu algo parecido com o que os outros haviam visto quando morreram; ela estava dentro do carro, mas é como se ela estivesse também fora dele, porque de dentro do carro também via seu carro parado atrás e as irmãs dentro dele chamando por ela.

Pronto, ela tinha morrido.


E começou a pensar quando é que tinha acontecido.

Foi quando atravessou a rua?
Teria sido atropelada?
Teria morrido de que?

Contou que foi uma sensação horrível que depois do acontecido voltou várias vezes.

O bom é que depois de um tempo ela percebeu que não tinha morrido não.


Tinha era entrado num carro que era igualzinho ao dela e estava parado na frente do dela e as irmãs estavam mesmo no carro de trás chamando tentando fazer com que ela visse o que tinha feito, enquanto o dono do carro onde ela estava sentada estava na calçada olhando pacientemente para aquela que podia ser uma louca dentro do carro dele.

HISTÓRIAS DE CRIANÇAS E MACACOS

Uma amiga me contou ontem de uma lembrança da infância que a assustou durante muito tempo.

Ela devia ter perto de cinco anos, quando indo para um sítio com o pai ele resolveu brincar com ela e apontando para uma mata disse:
- É ali que mora seu pai.

E contou a ela a fantástica estória de que ela era filha de um macaco que morava ali e ele a tinha pego e tinha usado água quente nela para tirar os pelos.

Ela, mais morena que os irmãos, via na cor dela mais uma razão para acreditar.

Acreditou nisso durante anos.

Todas as vezes que passava pelo local o pai lembrava a ela da piada como se fosse coisa séria e ali ela ficou condicionada a se esconder quando passavam por ali, com medo de que o pai macaco a visse e fosse buscá-la.

Me contou que teve que pensar muito no assunto até chegar à conclusão de que não era filha do macaco.

Meu pai contava estórias.

Uma noite antes de dormir me contou uma estória onde existia uma onça e eu fiquei muito impressionado com aquilo. Tão impressionado que sonhei com a tal da onça, acordei apavorado e saí correndo do meu quarto para o dele, atrás de socorro, gritando:
Pai, olha a onça!

Duma outra vez a Helenice, uma amiga da minha irmã mais nova, viajou conosco para Monte Olivete, que fica no caminho de Teresópolis quando apareceu um macaco atrás da piscina. Achamos aquilo muito interessante e fomos correndo tentar pegar o macaco, lógico que não conseguimos.


Na hora do almoço a Helenice elogiou muito a carne oferecida.
Foi quando a Cristina, minha irmã, disse a ela que era o macaco que nós tínhamos pego lá na mata.
Ela não duvidou daquilo.
Vomitou na hora.

Criança é muito impressionável.

E muito crédula.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

SIMPLIFIQUEI A VIDA


Fui me livrando de coisas.
Simplifiquei minha vida ao máximo.

Boa parte dos últimos livros que comprei dei depois de ler.
Minha mudança de vida de um ser acumulador para um ser mais desapegado foi gradual.

Cada vez tenho menos coisas e de vez em quando tenho a vontade de ter menos ainda.

Li que se coleciona para  aprisionar sensações e tentar unir na memória o passado e o presente.


As coisas que guardamos fazem mais sentido para nós mesmos.


O critério  que adotei foi: guardar apenas o que faz parte dum resumo da minha história e que lá na frente minha filha não venha a jogar fora com muita facilidade.

Estou, faz um tempo, precisando de férias e não sei se é o cansaço mas tenho pensado que nada está me prendendo aqui.


Estão me incluindo em planos para a Copa de 2014 e e pode ser que nada mude e eu venha a ser parte desses planos, mas acho engraçado porque eu estou aberto para outras possibilidades, que possam surgir ou que eu mesmo venha a criar.


Também não estou guardando isso.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PRECISANDO DOS AMIGOS

Um amigo tinha me perguntado quando íamos fazer alguma coisa aqui em casa mas ainda não tinha dado certo. Eu tinha ido ao teatro sozinho duas vezes e estava precisando estar com amigos.

A palavra era essa: precisando.


Comecei o domingo vendo que uma amiga tinha postado no Face que amanhecera com vontade de cantar e tocar violão. Deixei um recado para aquele amigo que estava tocando num café da manhã e foi ali que começou a coisa. Eu queria estar com poucas pessoas e propus um almoço ou umas coisinhas para beliscar mais tarde, e por fim disse para minha amiga que iríamos almoçar juntos ela e eu depois do almoço, se outros pudessem aparecer seria ótimo. Dando alternativas ela disse que preferia almoçar aqui em casa.


Cada um dos outros estava tendo um impedimento, mas logo em seguida outra amiga se liberou do papel de tia, embora eu tivesse dito que podia trazer o sobrinho, e veio também. 


Ficamos apenas os três e foi ótimo.
Uma boa oportunidade para conversar tranquilamente e desfrutar da companhia dos outros dois.

Foram horas muito agradáveis, sem nenhuma preocupação com nada.


Tenho pensado no que fazer no futuro próximo.


Proporcionar momentos agradáveis onde ganhar algum dinheiro seja parte é algo que tem feito parte dos meus planos.


domingo, 25 de novembro de 2012

O BANHO - MARTA SOARES


Por mais de quarenta anos uma mulher da alta sociedade paulistana viveu isolada em sua casa, diagnosticada como louca. Marta Soares partiu desse fato para fazer essa encenação, que contava  com projeções de imagens dela nos jardins na casa de D. Iáiá e essa banheira antiga no centro da sala de espetáculos, com o publico em volta e ela dentro, mostrando a cada gesto, a cada movimento o despojamento, as angústias, o total abandono de quem pensa de uma forma diferente.

Me emocionou muito.
Gostaria muito de ter fotografado algumas expressões e alguns gestos que vão ficar em mim.

Mexeu muito comigo.

PERMITIR QUE UM CANIBAL TE COMA



Sexta-feira o transito me surpreendeu de uma maneira positiva.
Tinha Ato de Comunhão, com Gilberto Gawronski, na foto de cima.

É uma peça baseada numa daquelas coisas muito loucas que acontecem no mundo.
Em 2001 um alemão, Armin Meiwes, na foto de baixo, praticou canibalismo com permissão da vítima.

Quando a gente fala mundo está cheio de malucos, esse aí é campeão.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

UM TEXTO DA ANA JACOMO




"Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. 

É me sentir confortável, mesmo percebendo que a minha vida não tem lá tanta semelhança com o enredo que eu imaginei para ela na maior parte da jornada e que nem por isso é menos preciosa, a minha imaginação, por mais longos que sejam seus braços, não alcança o verdadeiro propósito que move a minha existência, esse que às vezes intuo, mas, de verdade, não sei. 

É me sentir confortável, cabendo sem esforço e com a fluidez que eu souber, na única história que me é disponível, que é feita de capítulos inéditos, e que não está concluída: esta que me foi ofertada e que, da forma que sei e não sei, eu vivo."

Ana Jacomo

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

APRENDENDO O QUE ESPERAR DOS OUTROS



Uma amiga disse que sou atencioso.
É verdade.
Me veio à cabeça quem não é e não liga, mas também me veio à cabeça quem pensa que é mas não é.

É mais fácil ver o que os outros fazem de errado do que o aquilo que nós mesmos fazemos.

Isso vale em relação a tudo.
Talvez até por uma questão de perspectiva.
É mais fácil ver os outros que a nós mesmos.

Aprendo muito com o que vejo. Aprendo o que fazer e aprendo o que não fazer.

Tenho aprendido muito mais o que não fazer olhando o que outros estão fazendo.

Brincam que os cariocas muitas vezes se despedem convidando para passar em casa, mas não dão o endereço. Faz mais de dois anos que uma vizinha me diz que vamos fazer um jantarzinho na casa dela e uma vez ou outra ela repete isso. Não vou dizer isso para ela, mas hoje eu nem considero quando ela fala isso.


E ela nem é carioca.


Mas lembrei de uma outra pessoa próxima e vejo que esse não foi o único convite desse tipo que recebi. Alguns convites parecem ser feitos porque é de bom tom fazê-los, mas não acontecem. Talvez porque vão dar trabalho.

Mas já comprei e tento vender a ideia de que relacionamentos, sejam quais forem, dão trabalho.

Indo para um outro lado, tem gente que pensa que é o umbigo do mundo.

Pensam que merecem todo tipo de atenção mas não retribuem da mesma forma.

Uma pessoa que conheço me deu vários exemplos disso recentemente. Numa conversa me contou de desatenções que teve com uma namorada, sem que sequer as percebesse como desatenções, e me contou antes das muitas atenções que ela teve com ele e ele nem valorizou, talvez porque se julgasse merecedor e quando ela, provavelmente cansada, deixou de fazer algo ele julgou de uma tremenda desatenção.


Mas, também sem perceber, fez algo parecido comigo. Quando vivi uma situação de morte na família não me fez nenhuma pergunta que mostrasse  o interesse ou solidariedade, que sei que gosta de receber.


Não fez muita falta, mas sei que se fizesse uma pergunta ou duas teria pelo menos demonstrado interesse.

Há umas semanas estava conversando com uma pessoa que me contou que a esposa falava da própria mãe, quando, preocupada dela mesma vir a repetir as atitudes que estava criticando no futuro, parou de falar, olhou para ele e disse:

"- Por favor, não me deixa ficar igual a ela."

Esse é o valor do espelho.

Olhar aquilo que os outros fazem e não gostamos e nos tornarmos conscientes para não fazer também.
Ou ainda, pelo lado positivo, olhar o que os outros fazem e admiramos e passar a repetir as mesmas atitudes.

Como a questão da natureza de cada um também é relevante lembrei da estorinha do monge e o escorpião.


Não posso esperar dos outros aquilo que não é da natureza deles, mas penso que a vida é cheia de escolhas. Inclusive da escolha de quem faz parte da sua e que tipo de relação você tem com pessoas que não estão prontas para se relacionar com você da maneira como você precisa.

Você só tenta corrigir aquilo que tem jeito, de pessoas com quem você se importa.
Nos outros casos pode escolher não se relacionar com a intensidade que se relacionava, ou não se importar e reagir apenas de acordo com a sua natureza.

Quem sabe eu venha a ser menos intenso com algumas pessoas que não importam tanto, mas com os outros vou continuar procurando dizer, de alguma forma, que eu me importo e mostrar afeição com a atenção e a cumplicidade que eu gostaria de poder esperar deles também.



Quando minha amiga comentou, me perguntei porque ser atencioso lhe chama a atenção e conclui que é porque está cheio de gente que poderia ser e não é.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

FALTA DE CONCENTRAÇÃO

Há muito tempo eu ambicionava ter um dia onde eu começasse a ter total consciência do que fiz o dia inteiro. Já comecei vários dias com essa intenção. Sempre que eu começava a fazer isso, algum momento eu me esquecia. 

Esses últimos dias eu vinha numa apatia tremenda, com uma certa bagunça se instalando à minha volta, sem que eu estivesse me incomodando muito com aquilo, ao contrário de muitos outros dias quando acordei com vontade de resolver a vida.


Não tenho dormido o suficiente, mesmo quando posso. Talvez, mesmo que eu não consiga enxergar isso, eu esteja com alguma ansiedade.

Mesmo sem motivos muito fortes para isso acabo dormindo tarde, como hoje.

O fato é que hoje, quando resolvi levantar, comecei a desfazer a bagunça externa que provavelmente estava refletindo a bagunça interna.

Vou dormir mais arrumado. Por dentro e por fora.

Esta semana pensei nessa mania que tenho de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo.


Estou com vontade de fazer algumas delas como ouvir música ou comer algo me concentrando no que estou comendo.

Deve ser uma forma de meditação, algo que não tenho feito.

FAZER PELOS PAIS ENQUANTO ELES ESTÃO AQUI

Falava à pouco com um amigo que está passando a noite com o pai num hospital.
Lembrei do meu "outro pai" e da tranquilidade que tive quando ele se foi não só porque tive tempo para fazer o que eu podia, como fiz. 

Tem gente que tem tempo para fazer, e não faz porque pensa que tem todo o tempo do mundo e quando descobre que não tem, é tarde para fazer.

Intenção não é realidade.


Todos querem presença, prazer e fazer aquilo que querem, não aquilo que os outros pensam que é bom para eles. Procurei retribuir um pouco do que recebi dele. Posso até pensar se podia ter feito mais, mas tenho paz de espírito porque, com as limitações impostas pela distância, procurei estar presente,  e muitas outras vezes pelo me fiz presente pelo telefone e sempre que pude fiz aquilo que estava ao meu alcance.


Pensar nele não me tira o sono.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

UM BILHETINHO


Ela deixou um bilhetinho dizendo apenas saudades com muitas letras.
Respondi perguntando se ela ia fazer alguma coisa a respeito ou se estava apenas jogando conversa fora.
Não tenho mais tanto tempo.
Já basta eu querendo coisas perfeitas no momento perfeito.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

TRANSFORMAR OS DESENHOS DO FILHO EM BONECOS REAIS



A  Tuca  (Rosy Mason Bandini) é dessa pessoas excepcionalmente habilidosas e criativas.
Essa foi a última dela. Vi hoje.
Os filhos fizeram desenhos e ela transformou os desenhos em bonecos reais.
Um cachorro, o irmão e a mãe na praia de patins.
Fantástica!

SÓ NAMORA QUEM TEM FÉ

Minha vizinha me falava de uma amiga dela dizendo ser uma pessoa ótima para se conhecer, contando umas poucas coisas a respeito dela.
Mas uma ficou na cabeça.
Foi a questão da fé.

Disse que a amiga logo que conhece alguém faz uma pergunta que define se a conversa vai continuar.

A questão é no que a pessoa acredita. Diz que não importa muito se é católico, budista, espírita ou qualquer outra coisa, mas se o rapaz se declara ateu, a conversa termina ali, não importa quão bonito o moço seja.
A pessoa tem que ter fé.

Quando conhecer já sei que tenho que dizer da minha crença.

Fervorosa.

sábado, 10 de novembro de 2012

O LORD JIM FECHOU



Era um pub, que tinha sido montado por um piloto comercial inglês aposentado, com a decoração e o cardápio de um pub inglês, mas muito melhor, porque ficava em Ipanema , na rua Paul Redfern, e era mais frequentado por brasileiros.

Eu era jovem e foi ali que criei o hábito de frequentar o mesmo bar.
Tinha minhas razões para isso. Não é difícil ter razões para ir ao mesmo bar. Fica sendo como uma extensão da sua própria casa.

Ficava lotado tanto com os frequentadores habituais, como por quem estava indo pela primeira vez e alguns estrangeiros também. Peguei um tempo que tinha algo que mais tarde deixou de ter. Música ao vivo. Música de vez em quando proporciona uma sintonia entre as pessoas, que poderia não existir se ela não estivesse no ar.

Conheci lá algumas figuras folclóricas, como o Carlos, um advogado cego que muitas vezes ficava absolutamente bêbado, o Feijão, que na música fazia a percussão e no bar o Dequinha que me chamava de Paulo, mesmo que esse não fosse meu nome, até que combinamos que quando alguém quisesse perguntar de mim deveria procurar o Paulo que não era Paulo.

Conheci muita gente, ouvi uma ou outra estória interessantíssima e encontrei ali uma ou outra namorada. Muitas vezes fiquei até fechar e algumas dessas vezes fiz questão de levar alguns deles que moravam na favela da Rocinha em casa. Quando mudei para São Paulo, já faz quase um milhão de anos, cheguei  a comprar um carro no fim de semana e pagar por ele em dinheiro trocando um cheque meu no Lord Jim.

No começo, quando ia ao Rio fazia questão de dar uma passadinha lá. Mas as coisas mudam. O Lord Jim também mudou. Já não era a mesma coisa. Vou sentir falta do que foi. 

Fez parte da minha vida.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

ETIQUETA AO NAMORAR ALGUÉM FAMOSO



A primeira vez que namorei alguém que chamava muita atenção eu era pouco mais que um garoto e aquilo foi a época certa para um aprendizado valioso. Aprendi bem ali que quem define a fidelidade nunca é você mas a sua parceira.

Era mignon e extremamente atraente.
Eu já a conheci assim.
Ela não era minha e começou a atrair as outras pessoas. A situação era o oposto.
Ela atraía a todos e eu queria que ela fosse minha. Eu eu vi o efeito que ela causava e aprendi a me comportar tendo ela por perto sem achar que tinha algum domínio sobre ela. 

Eu não podia ter nenhum sentimento de propriedade sobre ela naquele instante e isso me ensinou a não ter depois também, quando namoramos.

Aprendi com cada uma das poucas mulheres que passaram pela minha vida. Levei o que aprendi para o futuro, quando ele chegou.

Quem tem que saber como se comporta é seu parceiro. O mundo é cheio de tentações. Cada um sabe a quais vai ficar tentado a ceder. A fidelidade sempre será uma escolha, não uma obrigação.

Você não é dono de ninguém me disse um dia desses uma pessoa muito atraente. 

O engraçado é que ela é uma pessoa pública, mas quase em tom de reclamação disse que eu falava com todo mundo. Foi quando eu pensei:

- Olha quem fala!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

COMO O AMOR PODE ACONTECER


Falávamos do Facebook e ela me contou uma estória bonitinha a respeito disso.

Ela tinha seus motivos para não estar num momento de grande felicidade com o trabalho e apareceu uma oportunidade de trabalho num outro país, também na Europa, onde estava morando.
Marcaram uma entrevista para a outra semana.

Ela nem tinha Facebook, mas uma amiga falou de um encontro do pessoal que tinha e disse que ela poderia ir. Tudo conspirava para que ela fosse e, além de tudo era num lugar na esquina de onde ela morava.

Ela foi, mas para garantir que iria se distrair levou seu cachorrinho.
Lá pelas tantas percebeu que um rapaz a olhava e dava um sorriso para ela. Ela continuou fazendo o que estava fazendo, mas quando conferiu novamente ele ainda estava olhando e sorrindo para ela. Começaram a conversar e como estavam no meio do caminho, acabaram indo para um dos sofás. 

O cachorro dela estava muito à vontade com os dois juntos. Se esparramou entre ele e ela que fez questão de dizer várias vezes que estava com uma entrevista de trabalho marcada num outro país em determinada data e que ela estaria mudando em breve.

Ele a estimulou para a entrevista na hora, dizendo que era um otimista.
Trocaram telefones mas ela insistiu na estória que estaria mudando em breve.

No dia da entrevista, recebeu uma mensagem de texto no celular desejando boa sorte e realmente teve boa sorte porque gostaram dela, mas havia um porém. Eles estavam receosos de que pudessem haver algumas restrições quanto a vistos de trabalho para aquele país, então precisavam consultar seus advogados e que falariam com ela na semana seguinte.

Quando voltou, a situação no trabalho mudou muito. Algo que a incomodava foi removido, ela teve uma promoção e um aumento de salário.
Também aceitou um convite para um café da manhã com ele e contou da entrevista e que aguardava notícias sobre o visto de trabalho.

Falou pelo telefone com a mãe e contou tudo que estava acontecendo. A mãe simplesmente disse que achava que a vida estava lhe dizendo algo com tudo que estava acontecendo.

Na semana seguinte recebeu um telefonema da outra empresa dizendo que os advogados confirmaram que haveriam dificuldades para conseguir o visto de trabalho para aquele ano, mas que gostariam de manter o contato com ela para pensarem na possibilidade para o ano seguinte.

A vida estava dizendo algo mesmo, mas o que ela escutou mesmo foram as coisas que seu príncipe falou para ela.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

NEM SEI SE QUERO MAIS...


Minha enteada me mandou um pack de cerveja Lokal, que é fabricada em Teresópolis, e que eu conheci em São José e que comprava quando achava, porque beber aquela cerveja me dava um gostinho de São José do Rio Preto. Andei algumas vezes me dando ao trabalho de procurar tanto lá como aqui.

Quando começou a ficar impossível de achar tanto aqui como lá eu deixei de procurar e esqueci do assunto. Achei que tinham comprado aquela cervejaria com o intuito de matar a marca e acabar com a concorrência que ela fazia e que já tivessem liquidado com a marca.

Quando liguei para agradecer ela me disse que quando eu quisesse ela podia encomendar. Acho que faz tanto tempo que eu até esqueci que gostava. Bebo muito pouco e ultimamente tenho andado muito satisfeito com outra marca de cerveja.
Tenho um tio que dizia que o que não é visto não é lembrado.
Eu nem lembrava mais.

Buda pregava a independência dos instintos, mas uma vez ou outra eu vejo como algo interessante exatamente o contrário: seguir os instintos e ter uma paixão como algumas pessoas tem e com isso sofrem com a derrota ou gozam com a vitória  do seu time de futebol, por exemplo.

Eu não ligo para nada disso.

Essa independência "emocional" de certa forma está sendo levada para o geral,  e, de certa forma, me anestesiando. Estou desaprendendo a querer e não sei se estou sozinho nisso e se fazemos isso para nos protegermos de decepções.

Tem uma piada a respeito de um cara que era tão bom, mas tão bom que a única coisa que ele falava para as mulheres era:
- Vamos?
E quando recebia a resposta:
-Vamos!  Na sua casa ou na minha?
Ele falava:
- Começou a discutir, não quero mais!

Não estou nesse ponto não, mas tenho andado sem disposição para muito trabalho ou muita expectativa.
Mas coloquei a cerveja para ficar bem geladinha e um dia desses eu vou ver se eu ainda gosto tanto.

QUE MULHER É ESSA ?


Ouvi de uma pessoa surpresa com as atitudes maquiavélicas da ex-mulher tanto com ele como com outras pessoas, que de vez em quando se pegava pensando sem saber se esteve casado com aquela pessoa, que não conhecia ou se ela se transformou naquilo, depois da separação.

EU ACREDITO EM AEROMOÇA

Ouvi de uma criança há muitos anos atrás ficar espantada ao encontrar sua professora no supermercado, porque pensava que professoras eram seres especiais que não tinham uma vida comum e não comiam as mesmas coisas que nós mortais.

Aeromoças, naquela mesma época, como regra, eram moças, e faziam parte desses seres etéreos que pareciam não existir fora dos aviões.

Hoje eu passei boa parte do dia mostrando a cidade a duas delas.
Jovens, bonitas e muito elegantes em suas maneiras.
Da próxima vez que me perguntarem eu vou poder assegurar:

- Existem. Eu já vi.

AH, EU NÃO ENTENDO NADA DE SEDUÇÃO...

Nem sei se da parte dela era proposital o jogo que estávamos jogando.

Perguntou uma vez, enquanto eu dirigia, depois de tirar os sapatos e colocar as pernas em cima do banco, se eu sabia que nós estávamos começando uma estória.

Mas tudo é tão solto que eu disse para ela uma outra vez que ela conversava muito e que nem sabia ou lembrava aquilo que dizia. Ela me respondeu, como a raposinha que é, que eu me tornava responsável por aquilo que eu cativava

Falávamos pelo computador e ela disse do filme que ia passar na televisão.

Eu disse que achava que já tinha visto, mas que podíamos ver juntos, ela na casa dela e eu na minha. Ela disse que achava o máximo, mas eu pensava que era muito virtual.

Não sei não, mas se é assim que é para ser, posso me acostumar...

Então eu disse enquanto ela ia concordando com tudo:
- Precisamos ficar mais amigos.
Estou falando amigos mesmo. Algum momento fazer alguma coisa juntos, sem nenhuma preocupação com qualquer outra coisa que não seja ser amigo um do outro.
Nenhuma.
Porque acho que você pode ser uma boa amiga para mim e eu para você.

Qualquer dia que você não tenha programação e quiser fazer alguma coisa comigo, me avisa que vamos ver o que está acontecendo e podemos fazer juntos naquele dia.
Acho que tanto você como eu estamos num momento em que um amigo é melhor do que qualquer outra coisa.
E se eu puder escolher uma amiga, escolho você.


Aquele instante, no qual eu não sabia como tinha chegado ali, era de uma sinceridade absoluta.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

SAUDADES DA VIDA DE CASADA




Minha amiga, hoje separada e com a única filha casada, mora sozinha e estava me falando a respeito disso me dizendo que ela sente falta da família e da vida como ela conhecia e achava boa, o marido, a filha, o cachorro e a empregada de anos e o prazer de sentar à mesa com eles.

"- Não sei se me acostumo mais a morar com outra pessoa...Acho que nunca vou ter coragem de morar com outro homem...Acho que perdi a capacidade de amar de verdade..."  - me dizia ela.

Também tenho dúvidas a respeito de mim mesmo, já que isso de morar com outra mulher cada vez me parece mais improvável.  Fica confortável do jeito que está. Atender expectativas de outra pessoa dá trabalho.

Mas ela completava:
"- Até que gostaria de me apaixonar... Na verdade sempre fui movida a paixão ...
Ficamos melhor. O sorriso fica melhor...a pele...a vaidade aumenta, mas não consigo gostar de ninguém.
Acho que fiquei muito chata ou comparando, o que é pior...
Eu ex foi muito especial na minha vida.  E me tratava de uma maneira tão especial...Tudo era bom...Os risos, as brincadeiras,o sexo...tudo."
Tem um lado bom ficar só. Ninguém te cobra nada. Você é livre até para pensar.
Assiste o canal que quer. Se não estiver afim de falar não tem ninguém te perguntando: "- O que você tem?"




Acho que esse pensamento é bem comum. Seria uma situação ideal para os dias correntes.
Criamos nossos limites e nossas expectativas, que se não são cumpridas logo de imediato, podemos perder o interesse.
Acho que ela deve ter ficado chata mesmo! Todos nós ficamos. Quando vivemos sozinhos vamos ficando mais egoístas, queremos tudo do nosso jeito e isso as vezes é chato mesmo! 
Cada um na liberdade de sua casa e vivendo uma paixão.

Também quero!
Não seria bom?

ALGUÉM QUE NOS FAÇA VER


Precisamos de alguém que nos traga de volta e coloque nossos pés no chão.
Se pensamos sem perguntar a outra pessoa, temos uma enorme capacidade de viajar, mantendo apenas nossos pensamentos como uma verdade absoluta, ainda que não alcancemos que estamos fazendo assim.

Acho engraçado que uma pessoa muito próxima a mim se defina tanto como "isso" ou "aquilo" e outro dia conversando sobre ela e tínhamos a mesma percepção de que as suas declarações a respeito de si mesma são até um pouco folclóricas, porque não correspondem à realidade.

Não é o caso dela, porque já repetiu tantas vezes aquelas definições a respeito de si mesma, que tenho certeza que acredita nelas, mas eu que tenho as minhas impressões a respeito de mim mesmo e tenho minhas dúvidas também crio limites porque de alguma maneira acho que os outros estão vendo o mundo e a mim mesmo da forma como eu estou fazendo.

Alguém tem que nos ajudar a ver de uma forma diferente da que vemos, para que nos aproximemos mais da verdade e que sejamos empurrados numa direção ou outra quando isso for conveniente ou necessário. E, se possível, que nos façam voar.

Mais do que gostar, precisamos dos amigos que nos ajudam a pensar fora da caixa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

VIVER SÓ SEM SE SENTIR SÓ



Já me senti muito sozinho e sem rumo.
Depois aprendi a viver sozinho e a viver sem rumo e a não deixar que isso fosse tão ruim.
Talvez até seja ruim, mas aprendi a colocar as minhas esperanças em mim mesmo.
Quando veio a sensação de não pertencer comecei a me sentir feliz com situações que não me pertenciam, mas onde eu podia estar para pelo menos ser feliz por um pouquinho.

As pessoas que vivem sós e independentes, não falam com alguém diariamente e, sem nenhuma conotação dramática, mas apenas como uma constatação, não devo ter sido o único a pensar se eu morresse em casa que demoraria para que descobrissem.


Essa atitude de se fazer de coitado porque ninguém telefona tem muito a ver com as nossas próprias atitudes, porque sempre podemos fazer alguma coisa, como por exemplo tomar a iniciativa de ligar para alguém ou ir a qualquer lugar fazer alguma coisa interessante e se a vontade de ouvir uma outra voz for muito muito grande puxar conversa com um desconhecido.


Se está se sentindo só, faz alguma coisa!

Eu de vez em quando, se passei o dia em casa e não vi ninguém durante o dia, saio para tomar um café e apenas vejo gente, nem preciso falar com ninguém.

Para mim funciona.


Se você mora sozinho o que não funciona e não resolve é ficar escondido em casa.


Ali, pode até acontecer, mas é mais difícil de te acharem.

domingo, 4 de novembro de 2012

TRABALHAR COM UMA MULHER BONITA E MENTIR QUE É FEIA


Veio a confirmação de trabalho para sexta e sábado então outras alternativas deixavam de ser alternativas eu resolvi ter prazer naquilo.

Foram dois dias muito longos em companhia de duas mulheres bem bonitas e muito interessantes. Tivemos ótimas conversas, almoços em lugares que eu escolhi e eu ainda estava ganhando para isso. Não é ótimo isso?


Quando eu era casado minha ex-mulher dizia que toda vez que eu estava trabalhando com alguma mulher eu costumava responder quando ela  perguntava dizendo que era feia. Um dia ele teve contato com uma delas, que era muito bonita e que eu já tinha dito que era feia e desconfiou que todas as minhas respostas anteriores eram apenas para manter a paz dentro dela.


Foi quando eu confessei que cada vez que eu trabalhava com uma mulher muito bonita, eu considerava um bônus.


E não é?

SAIR NO MEIO DO ESPETÁCULO

Nos dois últimos dias trabalhei, mas ontem à noite ainda fui assistir a companhia de dança belga-alemã Damage Goods em Violet.
Toda vez que eu ouço antes da apresentação alguma referência que orienta quem quer sair durante o espetáculo eu já fico desconfiado. E tinha razão para isso. Foi chato nos quarenta minutos que eu aguentei e aí eu segui as instruções para quem quisesse sair no meio do espetáculo.
Não tenho muito tempo nem disposição para assistir algo que eu não gosto esperando que melhore.
Não vai melhorar.

Me arrependi muito quando não saí no começo de 45 minutos com o Caco Ciocler quando ele disse para quem quisesse sair porque ia ser chato.

Foi.

Agora vou ali assistir a pernambucana Karina Buhr, que também é nova para mim, mas nesse caso eu já ouvi no YouTube. Sei exatamente o que eu devo esperar.

sábado, 3 de novembro de 2012

O CHEIRO DO PAPAYA VERDE

                                                                        Vi novamente esse filme que eu já havia visto há muitos anos atrás.

O filme é de uma delicadeza tal que vi novamente. Como é falado em vietnamita e não tinha intervalos acabei prestando atenção nas legendas e deixando de lado o resto.

Valeu a pena.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O QUE VER EM SÃO PAULO

São Paulo foi fundada em 1554, pelos jesuítas, que tiveram a proteção dos índios, liderados por Tibiriçá, que na época vivia onde hoje é o mosteiro de São Bento, enquanto eles ficavam bem perto, no Pátio do Colégio. A localização foi escolhida para a proteção contra o ataque de outras tribos de índios. Ambos os lugares ficam no alto de uma colina cercados por dois rios.

É uma cidade muito urbana e com isso não há muito o que ver num city tour. Seis horas são suficientes para ver o básico, sem falar nos museus que são outro grande atrativo.







Alguns atrativos da cidade foram feitos ou apressados para a comemoração de 400 anos da cidade. Um deles foi o Parque do Ibirapuera e a estátua de Brecheret, Monumento às Bandeiras, inaugurado um ano antes, representando as expedições de exploração em busca de ouro e pedras preciosas, chamadas de Bandeiras. À frente, montando os cavalos estão representados o chefe português e o guia índio. Vemos também a representação da variedade de raças.
O posicionamento do monumento foi feita no sentido sudeste-noroeste, que era o sentido da entrada dos bandeirantes para o interior.

O Brasil teve sete constituições até hoje e uma delas havia sido prometida em 1930 quando Getúlio Vargas assumiu o poder, porém dois anos depois ainda não havia sido feita e os paulistas principalmente se envolveram na luta por uma nova Constituição.
Em frente ao Parque do Ibirapuera está instalado um Obelisco e embaixo dele há um mausoléu com os corpos dos mortos da Revolução Constitucionalista de 1932.
Um dos pontos mais interessantes da cidade é visitado por muito poucos e é repleto de História. É a cripta da Catedral da Sé. A Cripta além dos túmulos dos bispos e arcebispos de São Paulo que manifestaram o desejo de ser enterrados lá, é uma igreja dentro da igreja, embaixo do altar principal.


No alto de cada coluna estão representados animais e vegetação brasileiros, como a tatu, o lagarto, o tucano e a garça e o café, o milho e outros.
A vista da cripta, com uma réplica do Santo Sudário, ao centro.
O corpo de Tibiriçá se encontra na cripta.
Assim como o do Regente Feijó, que era padre e político e foi um dos nossos regentes quando D.Pedro II, que com apenas cinco anos foi nomeado imperador por seu pai D. Pedro I, que abdicou em seu favor.

A Cripta replica a arquitetura da Catedral, com o teto em abóbada feito com tijolinhos.



Na cripta são realizadas missas de réquiem apenas para religiosos.
Há também na cripta o corpo de um outro padre, Bartolomeu de Gusmão, que foi a primeira pessoa a fazer a demonstração de que um balão inflado com ar quente voaria. Hoje é considerado o membro número 1 da Força Aérea Brasileira e seu patrono. Na celebração do seu aniversário de morte é celebrada uma missa solene na Cripta com a presença de representantes da Aeronáutica.


São Paulo tem esse nome porque quando os padres chegaram ao Planalto Paulista para aqui se instalarem era o dia da conversão de São Paulo ao catolicismo.
A outra imagem é a de Santa Ana, mãe de Maria, a mãe de Jesus.




Em frente à Catedral está o marco zero de São Paulo de onde se inicia a contagem de quilometragem de todas as estradas saindo da Capital.



O Pátio do Colégio.
Mercado Municipal num sábado.
Maquete sobre a qual se pode andar no Memorial da América Latina. A foto acima mostra Buenos Aires.
Esta o Uruguai e acima os italianos no Rio Grande do Sul.


Lago Titicaca
Brasília
A colonização alemã no sul.

Florianópolis.
São Paulo.
Rio de Janeiro