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segunda-feira, 20 de abril de 2009

DE VEZ EM QUANDO LEMBRO DAS MINHAS TOLICES


E umas quantas cometi! Algumas eu gostaria muito de não ter feito.Outras bastaria de ter agido melhor do que agi naquele momento.

E quando essas lembranças vêm, é com uma clareza de filme!


Nada de muito grave, nenhum grande pecado, mas foram momentos onde faltou escolher melhor as atitudes ou as palavras.
Quando lembro de algumas, só consigo pensar:
Como é que eu pude fazer uma besteira dessas! Mas que bobagem!
E fico novamente envergonhado. Principalmente se sinto que o que faltou foi elegância.


Não quero simplificar diminuindo as idiotices que fiz debitando muito à inexperiência, hoje não sou imune, mas me sinto menos propenso a elas.


Aprendo todos os dias. Não é problema dizer que nunca fiz algo, que é a primeira vez que estou vendo ou ouvindo falar de alguma coisa, e estou bem à vontade para perguntar seja o que for.


Vi pessoas fazendo coisas estúpidas, quando falavam como se conhecessem algo do qual não tinham a menor pista e foi uma grande lição para mim, principalmente quando fizeram idiotices querendo demonstrar uma segurança que só mostrava que agiam como idiotas presunçosos.
Também não quero impressionar ninguém fingindo ser o que não sou.


Aprendo com os outros e me questiono, mesmo sabendo quem eu sou e no que acredito. Há outras formas de ver o mundo.
Também com o tempo passei a reagir mais lentamente, ainda que isso tenha implicações tanto boas quanto más. Sei que, às vezes, quero mais tempo para elaborar.
Ainda sinto uma compulsão terrível de ser sincero, mas estou controlando isso melhor com a intenção de fazer minhas colocações de uma forma mais adequada.


Nas minhas tolices não dá para passar uma borracha, mas, se serve de alguma coisa, garanto que tenho um arrependimento sincero.

sábado, 18 de abril de 2009

ESCREVER UM BLOG TRAZ BENEFÍCIOS À SUA SAÚDE

Ontem eu estava pensando na Constituição dos Estados Unidos, que em seu texto procura garantir o direito à busca da felicidade e comecei a pesquisar a palavra felicidade na internet. Num site brasileiro encontrei isso aqui. Motivo para continuar e para você começar a escrever um blog.
"Colocar sentimentos em palavras produz um efeito terapeutico no cérebro

Colocar sentimentos em palavras produz um efeito terapeutico no cérebro
Um estudo publicado em junho de 2007 com imagem cerebral realizado na Universidade da Califórnia de Los Angeles mostrou que, colocar sentimentos em palavras – falar com um terapeuta ou amigo, escrever um diário ou cart

a de desabafo – nos ajuda a sentir melhor. Isto porque, quando você transforma seus sentimentos em palavras, você ativa o córtex pré-frontal ventrolateral direito, uma região localizada atrás da parte frontal da cabeça e olhos, que tem sido associado a pensar em palavras sobre as experiências emocionais.

Além disso, esta ação reduz a resposta da amígdala, uma estrutura responsável pela ativação de sentimentos negativos como o medo. Pessoas com tristeza excessiva ou depressão, têm tais reações emocionais porque têm uma percepção distorcida dos eventos pelos quais está passando O que alguns tipos de análise ou terapias fazem, como a terapia comportamental-cognitiva, é ensinar essas pessoas a pensar sobre seus pensamentos de forma diferente, o que as capacita a desenvolver um auto-aconselhamento racional que pode ser usado para lidar com a vida.
É um fato neurológico obvio que, antes de você experimentar um evento, você deve processá-lo com sua mente e dar a ele um significado. Você deve entender o que está acontecendo a você antes que possa senti-lo. Portanto, não são os eventos que acontecem que alteram o humor, mas a nossa percepção sobre eles. As emoções resultam inteiramente da forma como vemos as coisas.
Referências: Science Daily " .


quarta-feira, 15 de abril de 2009

CADA CABEÇA É UM MUNDO


De frases que são lugares comuns tem uma que é uma arrasadora verdade:
Cada cabeça é um mundo.

Algum momento na vida esperamos que tudo aconteça de uma forma ideal, e, se temos uma vida considerada “normal”, fica difícil ver que existem pessoas estão completamente fora desse padrão, e não conseguem ou não querem fugir de situações quase impensáveis para os ditos “normais”.

Coisas impensáveis para uns, são a vida real de outros, que racionalizam para tornar aceitável e não leve a loucura. A loucura como uma forma de interpretação da vida absolutamente pessoal e desinteressada da opinião alheia, até como uma forma possível de felicidade.

As pessoas buscam defesas e projetam algo que pareça bom para proteger a auto-estima.

Algumas perguntas valem para todos os relacionamentos.
De quantas coisas se abre mão?
De quanto de si mesmo é possível abdicar e ao invés de escolher, dançar conforme a música?


Mas no caso de relacionamentos destrutivos, por maior que seja o amor ou a ilusão dele, é bom que se descubra qual é o limite.
O limite do aceitável.

Limites são pessoais e elásticos, mas quando pessoas muito articuladas estão presas a relacionamentos insanos, surge a pergunta: 


Aonde vai a inteligência nesse momento?

terça-feira, 14 de abril de 2009

A VIDA É UM CARDÁPIO


Hoje eu estava muito incomodado porque minha agenda se alterou de uma forma bem inconveniente.
Estou muito dividido em relação ao que fazer na próxima semana. As coisas em nossas vidas, as vezes, não acontecem como ou quando gostaríamos.

Passei anos trabalhando num emprego disputado por milhares de pessoas num concurso público. Quando quatorze anos depois surgiu um Programa de Demissão Voluntária, minutos depois do programa lançado eu já tinha aderido. Olhando para isso hoje vejo como uma das mais acertadas decisões que eu tomei em minha vida.

Aquilo de que eu gostei muito durante um bom tempo, estava me matando, lentamente, mas estava me matando.

Um dos meus clientes, aliás uma das pessoas mais elegantes que eu conheci em toda minha vida, me disse uma vez que eu tinha um trabalho maravilhoso porque eu não precisava trabalhar para quem eu não gosto e isso realmente é uma das coisas boas em fazer o que eu faço.

Mas tudo nessa vida parece ter um preço.

Meus clientes são profissionais extremamente bem sucedidos, alguns deles tem milhares de subordinados e todos tem posições importantes, ganham bem, viajam muito, mas sofrem muita pressão e estão, muitas vezes, obrigados a trabalhar com pessoas que eles não escolheriam para trabalhar com eles, se pudessem.

A maior parte deles é cobrada em casa pelo fato de viajarem muito, mas a posição que exige muitas viagens é exatamente aquela que possibilita a eles a vida confortável que tem suas famílias.

Meu amigo Marcelo tem uma ótima analogia para tudo isso: A vida é um cardápio !

E algumas das analogias disso são:
Quando você escolhe uma coisa está deixando de escolher outra.

Às vezes você gostaria de ter escolhido outra coisa. Umas dá para mudar, outras vai ser aquilo mesmo que você vai ter que comer.

Você pode deixar alguém influenciar, sugerir e até mesmo escolher por você.
Se você demorar a escolher pode ser que não tenha mais.

Você pode pedir mais do que pode comer e pode acontecer, ao contrário, de ainda ficar com fome.

Algumas vezes, você pede algo que lhe faz mal.

Certas coisas parecem ótimas quando você escolhe, mas quando chegam se revelam péssimas.

Umas você vai aproveitar do começo ao fim, outras você vai desistir delas no meio do caminho.

Umas você pode até pensar em devolver, mas pode temer a reação de quem lhe preparou e serviu.

Mas tem umas, e são essas são as melhores, que nos dão a sensação de que era exatamente aquilo que queríamos comer, no momento que estamos comendo.

domingo, 12 de abril de 2009

APENAS ALGUÉM PARA IR AO CINEMA





Adriana, que é casada e mãe recente do Pudim que é um cachorrinho, me falou duma uma amiga que era, bonita, gente boa em todos os aspectos, e que não estava namorando e que, às vezes, não era nem um namorado, mas tudo o que ela gostaria era apenas alguém para ir ao cinema.

Tem dias que para mim também, tudo que eu gostaria era alguém para ir ao cinema.

Talvez hoje não tenha sentido a falta, porque ontem um casal de primos ligou e foram me encontrar para almoçarmos juntos. Isso preenche.
E hoje acordei com um senso de urgência de começar a fazer algumas das coisas que eu vinha me prometendo fazer, mas que vinha adiando. Isso também preenche. Será que esse é o tipo de coisa que as titias fazem?

Eu gostaria muito de poder fazer um convite desses de ir ao cinema, ou ao teatro ou o que for sem que isso soasse a estar interessado. Fazer um convite desses porque acho que a outra pessoa pode gostar do que se vai fazer e naturalmente por que a pessoa parece boa companhia, porque se não for assim, é melhor ir sozinho.

Quantas pessoas numa cidade como esta, estão sozinhas e deixam de fazer algumas coisas por falta de companhia?
Eu não tenho deixado de fazer e tenho ido sozinho quase que o tempo todo, principalmente porque eu gosto de consumir todo tipo de arte, mas também que se leve em conta que, para mim, o ultimo ano foi de muitas mudanças e tive muita coisa provisória na minha vida, bom motivo talvez para ir sozinho.
Não tenho notado muitas pessoas como eu, mas pode ser apenas que eu não tenha notado, mas elas estivessem lá.

Sem obrigações, sem compromissos de repetir. Uma pessoa poderia achar que a outra não é tão boa companhia para ela, e não ficaria ali nenhuma mágoa por isso.
Ou ainda, podia ser: “Hoje não estou afim, mas num outro dia...” significando realmente repetir num outro dia, se estivesse afim.

Uma amiga que se separou e tem um filho coloca uma expectativa imensa em cima de qualquer cara que ela conhece e que parece interessado, o que. na minha opinião mata muitas das possibilidade e assusta a maioria dos homens.
Eu, solteiro, tive a experiência de ter uma mulher que já veio com três filhos, e passei ótimos 25 anos com ela. Mas acho que isso foi adiante, principalmente porque ela não me assustou logo de começo, com expectativas.

Porque não menos expectativas para todos?
Tenho um amigo que diz que não acredita na amizade entre um homem e uma mulher, mas eu não só acredito, como sou completamente a favor.

Estou em campanha a favor da liberdade de homens e mulheres irem fazer alguma coisa juntos, sem que isso signifique nada além do que ter ido fazer alguma coisa juntos.
Se gostarem muito, repetem.
E depois de repetir, podem repetir de novo e de novo.
E quem diria que essa repetição toda poderia começar com apenas alguém para ir ao cinema?



Comentários:

Dri disse: disse...
Sou a Adriana, não tão recém casada assim, já serão 2 anos, mas muito recém mãe de um Bulldog Inglês que nos ensina muito. Como uma mulher casada ouvimos todo tipo de comentário das casadas e tb das solteiras. A solidão é um fato, e vc pode estar só acompanhada. Digo ao Marcos que melhor só, melhor estar consigo mesmo, em busca de si, em busca de um novo horizonte, em busca da vida ao estar rodeado de pessoas ocas que é o mesmo que estar só. Mas, muitas vezes, não é possível ser tão superior assim e até os belos, com sucesso profissional, um bom papo, um visual de acordo, ou seja, uma pessoa que ng diria que poderia se sentir só tem um único desejo...Um ombro, um amigo(a), alguém para ir ao cinema, dividir uma pipoca e voltar pra casa a toa.
13 de Abril de 2009 18:55




Regina Fischer disse...
Oi Marcos, adorei o seu blog. Entre outras coisas pela transparência e sinceridade das suas observações. Muitos pensam e concordam com vc,mas e a coragem de se mostrar? Estou me incluindo nessa. Já senti vontade de convidar alguém p/ dançar por ex., mas aí vem o grilo falante arrefecer todo o meu ímpeto.O que será que ele vai pensar??? Portanto, concordo inteiramente com vc sobre amizade entre homem e mulher. É possível sim, porque não? As vezes admiramos muito uma pessoa que se mostra um bom amigo mas que não funcionaria como namorado.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

COMPARAÇÃO




















Comparação



Certo dia, um samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso, veio ver um mestre Zen. Embora fosse muito famoso, ao olhar o mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o samurai sentiu-se repentinamente inferior.


Ele então perguntou ao mestre:
- Por que estou me sentindo inferior?

Apenas um momento atrás tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes. Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo algum. Por que estou me sentindo assustado agora?

O mestre falou:
- Espere. Quando todos tiverem partido responderei.


Durante todo o dia pessoas chegavam para ver o mestre, e o samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio, o samurai perguntou novamente:
- Agora você pode me responder porque me sinto inferior?


O mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte. Ele disse:
- Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado.

Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: 'Por que me sinto inferior diante de você?'
Esta árvore é pequena e aquela é grande, este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso.

O samurai então argumentou:
- Isto se dá porque elas não podem se comparar.


E o mestre replicou:
- Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta.

Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem.
Você é o que é, simplesmente existe.
Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore não importa.
Você é você mesmo. Uma folhinha de relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer.
Simplesmente olhe à sua volta.
Tudo é necessário e tudo se encaixa.
É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na Natureza, tamanho não é diferença. Tudo é expressão igual de vida
.

O QUE É ENGRADADO?


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Quando a minha filhotinha era bem filhotinha, tive um sonho e contei no carro para minha mulher.
Para me provocar ela falou para contar para minha filha, com certeza de que eu não contaria, mas eu disse:
- Eu conto!
E contei assim: Eu sonhei que estava na casa da tia Vera com a mamãe e eu queria trancar a porta do quarto, mas não tinha chave, mas tinha um engradado, então eu encostei o engradado na porta e aí o papai sexou com a mamãe.
E ela respondeu:

Ah, tá! Mas o que é engradado?




Anônimo disse...
Essa ficou para a história né!!!! rsrsrsBeijos Sabrina
14 de Abril de 2009 14:01

UMA CARTA SEM FIM PARA A MINHA FILHOTINHA


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Filhotinha,

Escrevendo para você uma vez, falei de uma outra carta que eu gostaria de fazer, essa, sem fim.

Agora que eu comecei um processo interno, de desmontagem e remontagem de mim mesmo, estou me expondo, e escrever um blog é uma declaração de que gosto do que vivi, do que vivo e que espero coisas boas também do futuro.

Então, já que não preciso dizer tudo de uma vez, por que essa carta é uma carta sem fim, eu posso, ao menos, começar.

O melhor de tudo que não é por que eu pense que reste pouco tempo, ou que existam coisas que precisam ser ditas para serem postas no lugar, mas é apenas uma carta também de amor sem fim.

Desde garoto eu quis ter um filho. Sempre fui muito apegado a alguma criança antes de ter você e continuo gostando deles e você sabe que não é nenhuma vontade de ser avô.

Eu, garoto, descia do apartamento para ficar com a Cristina, filha da Norma e neta do Seu Armindo do quarto andar.

Quando trabalhava de madrugada em Campinas, muitas vezes ia direto para a piscina do clube
No clube me apaixonei pela Paula e pela Lívia, irmãs, e que na época deviam ter um e meio e três anos. 

A Paula também ficou tão ligada a mim que me lembro de uma vez que ela se machucou e começou a chorar e passou direto pela mãe dela para procurar consolo comigo.
Lembro também quando ela se acomodava no meu peito e colocava um dedo na boca. Como aquele momento me dava uma sensação boa!

Hoje, por exemplo, gosto de encontrar o Pedro e a Marília, a Teresa e o Gabriel, a Luma e o Tiago.

Quando você nasceu, para sua mãe você era a quarta, mas para mim era a primeira e única e eu não tinha nenhuma noção de quanto estava ligado em cada respiração e cada miadinho que você dava no quarto ao lado, e ia lá olhar, até a primeira vez que, maiorzinha, você foi dormir fora de casa pela primeira vez e eu vi como eu dormi profundamente relaxado aquela noite, pela primeira vez em muito tempo.

Não foi a única vez, mas na primeira vez que viajamos sozinhos, você tinha dez meses e fomos ver uma das grandes paixões da minha vida, que eram meus avós Amâncio e Vitória. É aquela foto sua nos braços duma aeromoça. Ser atenciosa com a família é uma das coisas que eu gosto muito em você.

Acho dois anos uma idade maravilhosa, por que a criança se comunica e está tomando conhecimento do mundo e muitas vezes o faz de maneira muito engraçada, mas quando penso em você, penso que aproveitei muito cada idade sua, e inclusive agora, com 23 anos fico feliz com a pessoa que você é.

Você se mostrou independente desde muito pequena, brincando sozinha por horas, ou um tiquinho de gente que era e queria usar o fogão para esquentar seu próprio leite, ou do dia que abriu a lata de lixo e jogou lá todas as mamadeiras.

Perto dos dois anos e viajando sem sua mãe, chegamos na casa da tia Vera em Vitória (Agora não posso mais dizer que é minha tia preferida! Minhas tias descobriram que eu dizia para cada uma delas que ela era a preferida!) e quando fui colocar você para dormir você simplesmente declarou:
- Pai, eu não quero mais usar fralda.
Eu concordei, mas depois que você dormiu, fralda!
No dia seguinte, a fralda estava sequinha. Foi a última fralda que você usou.
Todos os pacotes de fraldas descartáveis que eu havia levado foram apenas a passeio, porque voltaram para casa para serem usados pelos primos.

Quando você mudou de escolinha e ficou muito entediada, fui conversar com a dona da escola e você ficou bem mais contente quando passaram você para a classe mais adiantada, mas no ano seguinte você esperava que eu fosse na escola e conseguisse a mesma coisa novamente!
Ali, você não só sabia o nome de todas as crianças como sabia o nome das mães deles.

Você fazia sua mãe tremer, quando pequenininha também, subia no trepa-trepa e lá do alto se jogava se agarrando no cano que tem na parte central, descendo como um bombeiro.
Não pense que eu não me arrepiava também, mas eu acreditava que se você não tinha medo não deveríamos colocar o medo em você.

Mas eu fiquei muito nervoso quando voltando do clube para casa de bicicleta, e eu de carro atrás de você, você caiu. Realmente me descontrolei ali, acho que sentia não haver protegido você o suficiente.

Numas férias na praia, não me lembro do nome do brinquedo, mas ele girava no solo primeiro e depois um eixo central ia levantando o brinquedo e começávamos a girar de cabeça para baixo quando estávamos no alto. Sua mãe apavorada olhando de fora e eu com você sentada um pouco a frente entre meus joelhos, começava a ficar preocupado. Quando aquilo parou e nós saímos a primeira coisa que você disse era que tinha gostado e perguntou quando iríamos de novo. Mas eu disse logo por que já sabia a resposta:
- Nunca!!

Quando aos 12 anos fomos ao PlayCenter e eu chamei você para voar no Skycoaster, você ficou rodeando dizendo mais tarde, mais tarde e mais tarde realmente fomos e embora você tivesse enrolado um bocado para ir, já na semana seguinte foi de novo, acho que com a Tita e, você já pulou de paraquedas, coisa que eu não fiz.

Acho que você e todos seus irmãos se tornaram adultos equilibrados, seguros e independentes e ainda assim eu gostaria de levar adiante uma idéia que eu tive de escrever um livro para você ensinando umas e sugerindo outras coisas para situações da vida nas quais eu talvez não esteja presente e fazer isso talvez seja uma forma de estar ao seu lado, mas isso não é parte da carta sem fim.

Caetano escreveu para sua irmã Maria Bethânia a música Baby e expressa de certa forma o que eu gostaria de dizer:



Você,  
precisa aprender inglês,
precisa aprender o que eu sei
e o que eu não sei mais,


Baby,
I Love You


Papai

SÃO JOSÉ DO VALE DO RIO PRETO




Quando eu era criança costumava ir com meus pais para uma fazenda em São José do Rio Preto, que naquela época ainda pertencia a Petrópolis. Muitos da nossa família se afeiçoaram ao lugar e alguns frequentam até hoje.

Mais adiante nos 16, 17 anos gostava tanto que não dependia mais de ninguém ir para que eu fosse, e, naquela idade, sem carteira de motorista, fazia uma
pequena maratona para chegar lá saindo do Rio. Ia até a rodoviária do Rio, pegava um ônibus para Petrópolis e de lá outro para São José. Chegando lá ainda tinha 4 km a pé até chegar na fazenda que se chama Dirindi , e que também não tinha energia elétrica na época.

Nunca foi um problema ficar sozinho. Eu gosto da minha companhia.

Muitas vezes fui e voltei sozinho. Aproveitei muito e me sentia bem com isso. Também tinha outro atrativo com o qual ficávamos impressionados, que era a quantidade de meninas bonitas que São José conseguia produzir e éramos muito bem recebidos por todos na cidade, inclusive por elas.

A fazenda antes de ser dividida tinha 65 alqueires, muitos morros e o rio Preto.

Alguns colegas do São Vicente, onde eu estudava, também foram muitas vezes para lá, e muitas vezes nem avisavam que iam. Chegavam no sábado e eu já tinha ido na sexta. Além das meninas, era muito divertido e haviam outras coisas boas.

Do outro lado do rio uma outra propriedade de pessoas do Rio também. Aos 17 namorei uma das filhas que tinha 13 e na época comecei a chamar de pai e mãe e mesmo o namoro tendo acabado aos 18 chamo, sinto falta e amo como pai e mãe. Não estou com eles com a freqüência que eu gostaria ou até deveria.

Tivemos ótimos carnavais mas que vão pertencer ao passado. Gostaria que a minha filhotinha tivesse tido a oportunidade de aproveitar da forma como aproveitamos naquela época, porque hoje não tem mais isso e aquilo foi muito bom. No último dia de carnaval os músicos que eram nossos amigos saiam do clube para as ruas da cidade e as pessoas seguiam.

Entre outras coisas, fomos muitas noites tocar o sino do cemitério e uma vez fomos tocar e cantar lá dentro. Não tínhamos as preocupações que temos hoje ao sair lá à noite. Todo fim de semana saíamos do sítio da Cachoeira com a Veraneio com quem estava no sítio e passávamos na vila para levar os amigos de lá, pegávamos a estrada em qualquer direção e entrávamos na primeira estradinha de terra onde ainda não havíamos estado.

Tivemos muitas estórias lá, e não fomos os únicos a gostar muito do lugar. Muita gente do Rio tinha casa lá e tem uma pessoa que gerou alguns filhos de quem todos gostam, inclusive você, tenho certeza, lá em São José. O nome dessa pessoa é Tom Jobim.

DINDI - DIRINDI - TOM JOBIM


A casa do Tom ficava em São José do Rio Preto, num lugar, chamado Poço Fundo do outro lado do rio da Fazenda Dirindi, que ele via da casa dele.

Eu ouvi de alguém a história da música Dindi e uns anos mais tarde ele mesmo, Tom Jobim, repetiu para mim no aeroporto do Rio, que hoje leva o nome seu nome.

Em vez de contar, vou citar o livro de Helena Jobim, irmã dele:

"Ele via o rio passar, roncando nas pedras, as águas espumaradas. Aquele ruído o apaziguava. Na outra margem, começava o pasto que ia dar no morro do Dirindi. 'Dindi' não era, como muitos pensavam, um nome de mulher. Mas sim toda aquela vasta natureza e seus segredos", narra Helena Jobim, irmã de Tom, no livro "Antonio Carlos Jobim, Um Homem Iluminado" [Ed. Nova Fronteira].

E aqui são mencionadas outras músicas que nasceram ali:

“Tom teve a inspiração de Águas de Março quando apreciava o deslizar de um regato no sítio Poço Fundo na companhia de Theresa {sua primeira mulher] em março de 1972. Para sorte dele, e como de hábito, sua mulher tinha lápis e papel á mão para anotar as palavras que pareciam brotar automaticamente.
O sítio ficava a duas horas do Rio, entre Petrópolis e Teresópolis, no meio do mato, num vale fechado por onde passa um vento forte que Tom apelidou de “vento redondo”. (...) Além de “Águas de Março”, brotaram no Poço Fundo “Chega de Saudade”, “Estrada Branca”, Caminho de Pedra”, “Dindi”, “Corcovado” e “Chovendo na roseira”.
(Texto extraído da publicação “Tom Jobim – Anotações com Arte”, de Fred Rossi e Oswaldo Mendes.)



Tem uma pessoa com quem convivo bastante, gosto demais, principalmente porque é autêntica e uma mãe dedicadíssima e para quem nunca contei essa estória. 


Ela só vai saber porque ela teve uma ligação maior com o Tom que muitos de nós, mortais.
Nós mortais, sim, por que ela é eterna e continua uma coisa linda e cheia de graça.

Agora para quem não conhecia essa estória é interessante ver aqui a letra de Dindi, já que agora pode ouvir diferente pensando num lugar e não em uma mulher, imaginando o Tom, da casa dele vendo o Rio Preto (que é marrom) e do outro lado os morros da Fazenda Dirindi.

São José, hoje é emancipada de Petrópolis, e como as novas cidades depois de uma lei não podem ter nomes iguais, chama-se agora São José do Vale do Rio Preto.


Há neste blog uma outra estória interessante sobre Tom Jobim e São José : http://umhomempensando.blogspot.com.br/2011/01/gilberto-gil-e-lama-em-sao-jose-do-vale.html


Dindi

Céu, tão grande é o céu

E bandos de nuvens que passam ligeiras
Pra onde elas vão ah! eu não sei, não sei
E o vento que fala nas folhas
Contando as histórias
Que são de ninguém
Mas que são minhas
E de você também
Ah! Dindi Se soubesses do bem que eu te quero
O mundo seria, Dindi, tudo, Dindi Lindo Dindi
Ah! Dindi Se um dia você for embora me leva contigo,
Dindi Fica, Dindi, olha Dindi
E as águas deste rio aonde vão eu não sei
A minha vida inteira esperei, esperei por você, Dindi
que é a coisa mais linda que existe
Você não existe, Dindi
Olha, Dindi Adivinha, Dindi Deixa, Dindi Que eu te adore, Dindi... Dindi





Comentários:

adorei :) estou fazendo um trabalho escolar sobre tom jobim e sou d são josé do vale do rio preto a ''cidade das águas d março'' e isso me ajudou mt;) obrigada (Gabriela) 18/04/10

terça-feira, 7 de abril de 2009

O QUE QUERO PARA MEU FILHO


Sabemos o que fazer e muito frequentemente não o fazemos. Foco em qualquer coisa é a receita certinha assim como não existe segredo em emagrecer

Uma das coisas que estou tentando corrigir são as distrações que se apresentam a todo momento, para qualquer um que esteja propenso a se distrair.

Não ter televisão está sendo importante para mim como ausência de uma distração.
A Alê funciona diferente. Me disse que ela tem que ter, mas, sabendo que tem, não precisa ligar. Eu, se tivesse, ia ligar por um instantinho e aí, três séries americanas seriam vistas em seguida, com aquele monte de propaganda além das deles mesmos que passam nos muitos intervalos de cada episódio. 

TV paga não devia ter propaganda! 
Nem deles!

Quando estava morando em casa, os macacos me chamando também eram uma distração que me fazia interromper o que eu estivesse fazendo para alimentá-los.

E como tem outras tantas!

Já faz um tempo que eu não tenho jogos de paciência ou do que for no computador, para evitar essa roubada. Porque você não vê e a sua vida passa!

Um tio dizia que: “O que não é visto, não é lembrado”, quando escondia o som do carro embaixo do banco. E não me lembro quem disse muito acertadamente que a melhor forma de evitar uma tentação é não vê-la. Eu estou tentando, mas ainda assim tenho que melhorar muito.

Se eu pudesse escolher quais duas qualidades profissionais seriam as melhores para um filho, com certeza eu escolheria foco e persistência. E escolheria isso por que é o que eu ainda estou tentando aprender.
Vejo aqui o motivo pelo qual uma pessoa nem tão inteligente, nem tão brilhante se sai muito melhor do que outra que tem essas qualidades, mas não tem foco nem persistência. Até o burrão dedicado vai.

Agora, se for brilhante, inteligente, tiver foco e persistência, aí não tem limite! Tudo que eu gostaria de ensinar para um adolescente pensando na vida ou numa carreira era isso! Foco e persistência!

Outra coisa seria:resiliência, que é a capacidade de superar as situações difíceis e voltar com ânimo novamente.

Mais uma que está me atrapalhando muito é a adiar e mesmo tendo aprendido a fazer listas do que fazer, não seguir a lista. Hoje mesmo eu fiz isso!

Mas, pelo menos vejo que, ao mesmo tempo que existem tantas coisas que estou me demonstrando incapaz de aprender com a rapidez que eu gostaria, estou disposto a insistir tanto nelas até que eu consiga chegar lá.

Também quero escolher pessoas para me ajudar a chegar onde eu preciso e que estejam dispostas a se envolver me cobrando e me estimulando. Não está sendo fácil conquistar isso sozinho e admito a necessidade de conseguir toda ajuda que eu possa para tornar isso mais provável de acontecer.

"NO ENTANTO, SOU TÃO INVENCÍVEL COMO A SEMENTE"

Um dos livros que eu mais gostei e que mais vezes li, foi um livro inacabado. Cidadela que Saint Exupéry vinha escrevendo, mas morreu antes de finalizar, foi organizado após a morte dele e aqui vai o que eu queria achar:

" Assim, do alto das muralhas, soltei um profundo suspiro. Adeus, meu povo - pensava eu. Esvaziei-me do meu amor e vou dormir. No entanto, sou tão invencível como a semente.”

Acho que isso é o melhor de tudo, quando você ainda se sente tão invencível quanto a semente, que quando o fruto acaba, é apenas o começo de uma nova vida e tudo pode começar novamente.


segunda-feira, 6 de abril de 2009

CASADA MESMO !!


Vi uma vez um episódio de Desperate Housewives que gostei muito.

Não sei o nome das personagens, mas, para o que eu vou contar, não importa muito.

Ela é casada, eles tem um restaurante e algum momento o marido fica doente e não pode trabalhar e eles tem que contratar um chef.
Todas as vezes quando eles fechavam o restaurante o chef cozinhava para ela e eles evidentemente flertavam.
Num determinado momento a enteada dela tem o seguinte diálogo com o pai:
- O fulano gosta da mamãe.
Ao que o pai responde:
É natural, ela é a patroa dele.
Mas a menina insiste:
- Não, ele gosta mesmo da mamãe.
E a sequência é o marido, sem falar nada com a mulher, ir ao restaurante dizer ao chef que ele tinha que pedir demissão e ele responder que só sairia do restaurante se ela quisesse.
A noite tudo se repete como de costume, mas o chef conta que o marido dela esteve lá e a conversa que tiveram e se declara a ela. E ela diz:
- Não!! Você estragou tudo!! Esse estava sendo o melhor momento do meu dia. Você cozinhava para mim, a gente conversava, nós flertavamos, mas eu sou uma mulher casada. Eu sei até onde eu vou.

Será que de vez em quando não é tudo que a gente precisa?

"MEUS MACACOS"




DE FLORES, DE CRIANÇAS E DE MACACOS









Aqui está o começo de um artigo do Bem Estar, do site Minha Vida.com para onde o MSN remetia hoje, 6/4. É muito maior que isso e se você tiver interesse é só colocar o título no Google que ele aparece.
“Flores curam você e purificam o ambiente"



Mais do que bonitas e cheirosas, elas atuam sobre nosso físico e emocional



Quando enfeitamos nossa casa com flores, imediatamente o ambiente parece mais alegre e feliz. Impressão? Nada disso! As flores nos protegem das vibrações negativas, porque elas estão programadas para filtrar as energias densas e transmutá-las em vibrações mais elevadas, bem como as plantas fazem na fotossíntese.”

Sempre levei flores para minha mulher e ter flores em casa virou um hábito.

Há uma música, Ahora que te vas, e num pedaço dela diz:


Ahora que te vas
A tu pareja dile
Que estás acostumbrada a ver la luna
Que de flores no hay ninguna, que no haya sido de ti




Por causa dessa música comecei a fazer questão de trazer flores diferentes a cada vez, para que ela também pudesse dizer que não haviam flores que não tivessem sido dela. Mas vejo que eu também fiz disso parte da minha vida e por todos os motivos, mas principalmente por que eu gosto, estou tendo flores em casa novamente.




Na primeira e ainda única visita a analista, ela me falou, entre outras coisas, que via na minha pupila sinal de um princípio de depressão e outra coisa que ela falou é que eu tenho um lado feminino forte. No dia eu tinha acordado muito cedo para trabalhar e o dia foi longo e eu estava cansado. Pensei que podia ser isso, mas podia ser que apenas eu estivesse me defendendo.




Princípio de depressão, não é muito animador, principalmente para alguém que como eu, normalmente está bem. Mas a Alessandra me disse que para gente como ela e eu é difícil escutar isso, porque a gente acha que tem que estar bem. Quanto ao lado feminino eu gosto e não me sinto nem um pouco aviadado com isso.




Mas vou contar logo que gosto muito de criança e de bicho também, alíás na outra postagem vão duas fotos com os “meus macacos” comendo na minha mão, e já sei, continuam indo lá quando tem fome. Mas outro dia também já consegui dar comida para uns primos deles aqui no Parque Alfredo Volpi, no comecinho da Oscar Americano.




Também não estou tendo nenhum problema com morar sozinho e fazer tudo que uma pessoa que mora sozinha sem empregada tem que fazer. E mais ainda, uma hora dessas vou aprender a cozinhar.

Criança vem com uma facilidade tremenda para mim, mesmo muito pequenos. Aliás um vez ou outra acontece alguma coisa engraçada por conta disso. Eu acho que é por que eu olho para eles e isso faz com que eles olhem para mim. A minha filhotinha fez agora 23 anos e isso das crianças dos outros me olharem, ela espera que aconteça.

Semana passada, vinham dois correndo, um menino e uma menininha, e eu ia subindo uma escada de poucos degraus e a menininha parou, olhou pra mim e disse:
- Oi moço! E eu disse: Oi moça! E aí ela continuou correndo.

No Shopping, me lembro de duas vezes também. Uma eu ia entrando no estacionamento no subsolo e o menininho vinha com os pais, mas não só não tirava os olhos como me acompanhava com a cabeça mesmo eu passando por eles e aí eu tive que voltar para falar com ele.

A outra vez me chamou mais ainda a atenção. Eu estava no terceiro piso indo para o elevador, quando passou uma senhora com um meninho e uma bebe no colo. Ela passou por mim e a menininha começou a gritar, me chamando! Como se me conhecesse! Tive que ir lá e falar com ela, mostrar que eu estava respondendo ao chamado dela.

Outra vez, foi em janeiro desse ano, eu estava no Embu com uns clientes estrangeiros e fomos beber algo num bar onde havia música ao vivo e lá noutra mesa havia uma menininha num carrinho que quando todos aplaudiam o músico ela também aplaudia, mas olhando para mim e o pai me disse: - Ela está batendo palmas para você! E aí, lá fui eu “falar” com ela.


Sabrina disse...
Oi Pai, tenho acompanhado seu blog. Acho que está sendo uma experiência positiva para você, "falar" sobre tantas coisas da vida. Posso dizer que para mim está sendo muito bacana ler, e conhecer um pouco mais de você.A sua afinidade com crianças realmente é incrível, assim como com os bichos! A Sharon que o lata! AMO VOCÊ Sabrina

domingo, 5 de abril de 2009

COMO A ACADEMIA TEM ME SALVO DE MIM MESMO



Para quem pensa que academia tem muita pegação, tenho tido uma experiência diferente nesse aspecto.
Não sei se é o horário com o qual me habituei, que, quando posso, é perto do meio do dia, ou o fato da minha academia, nesse horário, concentrar menos garotada.
Eu gosto muito de gente, e, se já era um pouco, depois que fiquei sozinho, a academia virou uma segunda casa.

E essa coisa xameguenta que sou eu, que gosta de abraçar, de beijar e de ficar alisando, tendo isso tudo agora meio que desperdiçado, tem que achar onde dar pelo menos um pouco de vazão a isso.

Alguém me disse que eu tenho muito mais amigas que amigos, mas gostar tanto das mulheres é o melhor que me traz o meu lado feminino. Gosto de tudo nelas, gosto da forma, do cheiro, da textura, me dá prazer vê-las e gosto de conversar com elas

Depois de tanto tempo que passei casado, não sei flertar, não consigo ver o óbvio, me tornei especialista em uma só mulher e passei mais de um ano sem sentir falta de coisas que eu pensava que eram absolutamente básicas e quase diárias.

Agora, já sei que chegou a hora de desconstruir para construir de novo. Pela primeira vez na minha vida achei que seria interessante fazer terapia.



Da solidão tiro a morte.
Tiro a sorte
e o novo.
Sinto muito.
Me sinto muito.
abr 1975

sexta-feira, 3 de abril de 2009

AS PESSOAS NÃO CONSEGUEM ENXERGAR A SI MESMAS


Uma das mais lindas metáforas que já vi foi num filme onde havia um personagem lateral, que era um garotinho de seis ou sete anos que passava o tempo todo fotografando e um dia o pai voltando para casa com as fotos reveladas perguntou para o garoto porque todas as fotos que ele tirava eram da nuca das pessoas.
A resposta do garoto foi:
- As pessoas não conseguem ver a própria nuca. Eu estou ajudando elas.

Achei isso sensacional para todo tipo de situação, tanto as físicas como as mentais.

Penso que muita gente não tem muita noção de si mesmo. Eu mesmo só tomo conhecimento da minha calvície quando vejo uma fotografia minha. Juro que não consigo ver nem no espelho.

Assim também passei anos gordinho e não notava e não ligava. Na verdade, não fazia parte das minhas preocupações. Depois, mesmo fazendo academia e com menos peso, não via uma barriguinha que foi embora só depois de muito, mas muito tempo.

Estou seguro que há gente que vive se olhando no espelho, mas ainda assim não se conhece totalmente e, pensando nessa curiosidade que as pessoas tem a respeito de si mesmas ao mesmo tempo que se desconhece, inclusive fisicamente, imaginei algo que poderia ser uma atividade, uma prestação de serviços.
Uma das coisas a serem feitas seria tirar uma quantidade absurda de fotografias (sei lá, 200, 300) da pessoa em todos os ângulos possíveis e aquilo seria imediatamente descarregado da máquina para um CD e não ficaria nenhuma foto que não fosse entregue para a pessoa. Isso por que se você não gosta de uma fotografia ou de um ângulo seu, também não gostaria que uma outra pessoa ficasse analisando. Aquilo seria uma coisa sua.
A pessoa escolheria aquelas em que gosta de se ver e as que não gosta e com isso aproveitaria melhor seus melhores ângulos ao mesmo tempo que poderia trabalhar naquilo que não acha tão bom. E também se aceitar naquilo que não pode ser mudado.

É importante ter a consciência de que a gente não vê defeito nas pessoas que a gente gosta. Ou, se a gente vê, naquela pessoa não é importante. E a recíproca é verdadeira!

Me lembro, por exemplo, de uma namorada da qual um colega de faculdade dizia ter o queixo parecido com o menino do desenho “A espada era a Lei”, e mesmo depois dele ter dito isso eu não conseguia ver assim.

As outras, as que nem conheço, posso olhar, de longe, para todos os detalhes e achar um defeito qualquer, mas penso na fábula da “Raposa e as Uvas”, e para aquelas que são absolutamente maravilhosas e suculentas como as uvas maduras que a raposa não conseguia alcançar, há sempre há a alternativa de dizer, quando se vai embora:
- Está verde!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

BELEZA ME COMOVE




Não tenho medo de beleza. Gosto da beleza. Gosto da beleza como uma benção dada a algumas pessoas porque podem trazer prazer a outras pessoas simplesmente pelo fato de passar por elas. Não tenho medo por que não estou esperando ou querendo nada de quem tem essa beleza que me atrai.

E como há beleza em tipos físicos completamente diferentes!


Mas detesto orgulho. Orgulho enfeia. É mais agradável uma pessoa que ri.

Também gosto muito de inteligência e de bom humor.Bom humor uma coisa extremamente atraente e me faz bem conversar com quem realmente troca alguma coisa.
Não tenho mais tempo para conversas sem conteúdo.


Cometi isso no passado:
Vejo nas telas do dia a dia
desconhecidas que reconheço, no traço no jeito e
na vontade que tenho de conhecer.
Sem saber se olho ou disfarço,

dentro da minha cabeça,
fotografo-as para mim,
sem que ela me diga que não ou que sim.



Tem coisas que uma mulher só adquire com a idade. Algumas mocinhas são lindas, mas ainda falta alguma coisa, não sei o que; um charme, uma segurança ou uma tranqüilidade que parece que só vem com o tempo. São uma promessa de futuro.


Também cometi isso:

Na mistura do que são as meninas que agora se lançam à vida,
esvoaçam coisas indefinidas, daquelas que serão
as deusas,
as musas,
as sofridas.

UMA VELA NA VARANDA





Faz pouco tempo que mudei para um apartamento pequeno, numa rua tranquila.
Tem uma varandinha pequena e eu comprei para colocar lá uma dessas mesinhas de bar, de metal.
Pedi internet mas não trouxe, nem comprei uma televisão. Estou precisando me focar e como gosto do tipo de humor dessas séries americanas  a tv poderia me distrair.

Sinto que não quero me distrair demais. Estou querendo aprender a ter foco e tem sido uma experiência interessante essa de não ter tv.

O que está em mim e não posso passar sem, é música. Então o som é o que não poderia faltar, e aos poucos estou trazendo meus Cds e meu gosto é bastante variado.

Na academia a música também me ajuda muito a fazer aeróbios bem longos. O que acontece é que quando alguém vem para o aparelho do meu lado, tenho que dizer à pessoa que eu sei que posso acabar cantando baixinho, mas para que fique à vontade para me dizer se eu cantar alto e incomodar.

Tenho ficado sòzinho e algumas vezes tenho ficado solitário, mas tenho aprendido a viver assim. Vi coisas que eu escrevi há muitos, muitos anos e é engraçado como muitas delas ainda me refletem bem, como isso:


Uns pegam o cigarro,
enquanto eu, o papel.
Ouvindo coisas bem conhecidas
vou me sentindo em casa.

Um pouco mais só.
Um pouco mais triste.


Nesse instante
não carrego o mundo comigo.

Debaixo de minha euforia
reside uma melancolia
que não me sufoca
mas que acompanha
por muito tempo...
por toda a vida.



Ultimamente tenho ficado só. Tenho ficado comigo mesmo.

Uma amiga me disse que tem me sentido um pouco triste

Li um pouco a respeito de meditação e uma das coisas para os iniciantes é aprender a ficar em silêncio ou a se concentrar em apenas uma coisa como a chama de uma vela ou um lençol branco, sem pensar em absolutamente nada.

Então, quando chega a noite, acendo umas duas velinhas dentro de uns copinhos junto a um janelão em blindex que tem no meu quarto e acendo outras na minha varanda. Olho fixamente para a chama de uma ou outra vela perto de mim.
E olho a lua, quando há lua. E olho para o céu e também para o nada.
Estou sentindo que vou acabar aprendendo a meditar.

Faço o possível para não olhar para os prédios próximos. Na minha idade creio que estou mais respeitoso que curioso.

Esse ano foi um ano diferente para mim. Passei 25 anos casado e estava pronto para mais 25 anos, quando acabei por decidir por me separar por que queria e quero a atenção dos primeiros tempos de namoro.