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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

UM DIA INTERESSANTE DO COMEÇO AO FIM

De manhã um telefonema que me agradou.

De tarde fui dar um abraço em alguém e vi um projeto de um prédio tão interessante que quero voltar lá para fotografar. 

De noite vi uma de cada medalha dessas ao vivo e a cores, e tive uma conversinha rápida com uma ganhou uma de ouro e uma conversa longa, com um que ganhou de uma de prata.

De vez em quando o que ou quem acontece passa bem perto de mim.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

MORRER NO FACEBOOK

A filhotinha comentou que fica impressionada com o que escrevem no Facebook e outras redes sociais de amigos dela que morreram. 

Fala que as pessoas não tem a menor noção escrevendo coisas que acabam sendo perturbadoras para a família e outros amigos que vão ser quem vai ler aquilo.

Contou que não gostaria que acontecesse com ela, então que tomou a providência de dar as senhas dela para irmã, deixando a instrução de que se ela morrer, que a irmã mate também o Facebook  e qualquer outra rede social dela.

Eu vou continuar pensando no assunto.

TIA CLARITA E OS BRÓCOLIS

Falávamos sobre tia Clarita, agora com noventa anos, e Laide sua nora me dizia que agora ela resolveu experimentar brócolis, porque todos ficavam falando para ela que ela deveria comer e coisas assim.

Eu fiquei admirado porque nessa altura da vida ela poderia se dar ao direito de fazer apenas o que ela quisesse. Para mim serve de exemplo, já que sou tão enjoado com determinadas coisas, como cebola, que não gosto de sentir que estou mastigando.

Mas a Laide me contou que tem um ritual.

Tem que ter gente olhando e ela avisa que vai comer.
Que nem criança, quando está fazendo alguma coisa pela primeira vez e acha que está realizando algo excepcional.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

VAIDADE FEMININA É PARA A VIDA TODA

Não sei porque imaginamos que com a chegada da idade a vaidade feminina vai diminuir e até desaparecer.
Não é verdade. 
Não vai.

Ontem estive com uma pessoa de quem gosto muito e que acho duma elegância extrema. Estava esperando tirar uma fotografia dela da qual eu gostasse muito. Finalmente consegui uma que me deixou satisfeito e mandei fazer em papel.

Eu vejo a beleza e a elegância, ela vê as dobrinhas e as rugas, que fazem parte da nossa estória de vida e que são o que se espera quando os anos passam.

Um dia desses fiz um comentário absolutamente sincero com uma amiga dizendo que havia visto fotos dela em outras épocas e que achava que nunca ela estivera tão bonita como agora, pelos quarenta. 

Uma amiga nossa postou uma foto da mãe, quando jovem e eu só escrevi uau nos comentários porque ela era linda. 

Quando estive com a família toda comentei a foto e soube que ela estava com quarenta anos naquela foto e achei lindo quando o filho disse que se eu visse uma foto dela quando ela tinha vinte que eu ficaria apaixonado.

Tenho tido a experiência de comentarem comigo a dificuldade com as mudanças físicas que trazem a passagem dos anos quando estou fotografando. 

Me chamou atenção porque semana passada foram muitas pessoas de idade que encontrei numa festa e quando não ouvi alguma coisa a respeito, eu vi.

A avó desses amigos tem 96 anos e contam que ela reclama mais que qualquer outro na família das fotografias que tiram dela, porque acha que não saiu bem nas fotos.
Estou querendo saber o que ela achou das minhas.
Tiro  muitas e jogo fora todas as que eu acho que está realçando algo que não é bonito.

Mas o que elas precisam lembrar é  que a máquina que estou usando é fotográfica e não do tempo.

A MOÇA DA TV

Quando olhamos atentamente uma pessoa bonita, de quem não somos amigos, sem ficar constrangidos, normalmente é porque essa pessoa deveria mesmo ser o centro das atenções. Atores, cantores, apresentadores e aí se incluem as de telejornal.

Fomos ensinados que é feio ficar encarando, porque algumas vezes pode parecer uma provocação.
Se ficamos, corremos o risco de ficarmos encantados.

Sempre deixei que acontecesse esse encantamento que me dá o prazer estético, tanto pessoalmente como numa tela ou numa fotografia, sem sonhar ou fantasiar com a pessoa.
Beleza me comove.

O engraçado quando isso acontece de longe é o ciúme que isso provocar, mesmo quando um encontro com aquela pessoa parece ser uma coisa improvável.

Eu achava bonita aquela moça do jornal da tarde.
E prestava atenção nela, porque tinha prazer em vê-la.
Devia ser um pouco evidente e devia incomodar porque um dia ouvi a pessoa com quem eu estava dizer que quem vê cara não vê o resto porque ela havia encontrado com aquela moça no ginecologista e que tinha ouvido dela um comentário que a respeito de alguma doencinha ruim que ela havia pego. 

Achei o encontro possível, mas improvável e vi a graça que o ciúme demonstrado daquela forma podia ter.

De uma outra vez uma amiga minha famosa estava dando uma entrevista e falou muito bem do marido. Vendo aquilo eu comentei como eu achava bonito ela falar dele daquela maneira, porque quem via aquilo não imaginaria que eles não dormem juntos. Ela na mesma hora me perguntou chateada se aquilo não era uma coisa muito pessoal para ela me contar.

Era.

E eu fui muito burro em fazer o comentário.

sábado, 25 de agosto de 2012

NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ

Evitei o quanto pude fazer isso, mas não faz muito tempo disse a uma pessoa da família que não queria mais falar com ela, porque ela estava me fazendo mal porque estava se tornando uma pessoa ruim. O que eu não cheguei a falar foi que o motivo para isso são os comentários depreciativos a respeito dos outros que ela faz, de uma forma sorrateira, como se não estivesse fazendo nada, na minha opinião, fazendo os outros menores para que ela pareça uma pessoa melhor.

Eu ficaria muito sentido se alguém tivesse razões para me dizer que eu estaria me tornando uma pessoa ruim. 
E ficaria triste também se alguém dissesse que não queria mais falar comigo por um motivo como esse e procuraria manter muita distância para evitar mais constrangimento.

Nem acreditei quando ela começou a me ligar as oito da manhã e tenha insistido pelo menos umas vinte vezes     comigo desligando o telefone sem atender na hora e meia seguinte. 

Estive muito tentado a pedir ajuda para fazer com que ela não me ligasse mais, porém resisti para não expô-la. Finalmente ela desistiu e mandou uma mensagem de texto dizendo que achava que eu não estava querendo atender mas que estava precisando da minha ajuda para algo que ela pensa que é importante.

Ela enche tanto que o ex-marido não atende. 
Agora eu também não.
Ela perdeu o direito de me ligar.

Ainda achando apenas que eu não queria atender depois de desligar tantas vezes?

O que ela não entendeu?

A PLENITUDE ESTÁ EM FAZER O QUE A GENTE AMA

Na quarta fui com amigos assistir num bar da Vila Madalena uma apresentação de um amigo nosso que toca sax. A banda naquele dia, formada por cinco pessoas, é liderada pelo excepcional baixista Serginho Carvalho, que de tão bom, toca com gente muito conhecida, como Milton Nascimento, por exemplo.

Depois de postada ele comentou a foto contente pela captura daquele momento pleno, quando você não precisa dizer que está feliz.

Tá na cara.

OS BEM INTENCIONADOS - A PEÇA

Fui, feliz de estar fazendo algo que eu já gostaria de ter feito.
Chamei alguns amigos e um foi comigo.
Ele cruzou os braços durante o espetáculo, assim como o fez a bonita loirinha que estava ao meu lado. Os dois se entendiaram pela falta de texto. Depois da peça reclamou dizendo que é cartesiano e que gostaria de uma narrativa que tivesse começo, meio e fim.

Quando percebi a falta de texto e a reação deles, relaxei e pensei que tinha ido para me divertir.
Não iria esperar texto. E me diverti.
Eu havia falado da gênese dos personagens que haviam sido levados às ruas pelos atores para fazer laboratório e falei do ótimo texto de apresentação da diretora Grace Passô no programa. Minha companheira de mesa me disse que nunca lê. Quer ser surpreendida.
Dessa vez fez falta.

Para falar a verdade de vez em quando, e não só ali, faz falta. Eu também não gosto da arte que precisa ser explicada.
Uma frase daria o fio que ligaria todas as coisas. Uma introdução dizendo:  "Integrantes de um conjunto musical formado de pessoas comuns, com outras profissões, revelam a fragilidade humana de personagens que veem na arte um caminho para a fama."

Sentados à volta de mesinhas redondas, como as de um bar, onde se passava a peça, encontramos para beliscar, azeitonas e amendoins fresquinhos. Durante o espetáculo tomamos cerveja geladinha servida pelo atores. A música ao vivo era ótima e a platéia, embora provavelmente não tenha sido a melhor que eles tiveram, era receptiva.

Achei que havia reconhecido numa das mesas um ator fantástico, Ésio Magalhães e quando confirmei que era ele, o ator que interagia conosco na nossa mesa, no momento que seria o do imperceptível intervalo,  me disse para ir lá falar com ele e eu fui, porque foi daquelas atuações que você não esquece, ao lado da atriz Andrea Macera, que naquela peça me tirou para dançar.  Foi quando escrevi pela primeira vez no blog.

Valeu ter ido.
Precisava de explicação.
Mas não era muita.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

OS BEM INTENCIONADOS - A PEÇA QUE EU AINDA NÃO VI

Quando gosto muito de alguma coisa que vi, sou capaz de ver novamente, mas agora gostei de uma coisa que eu não vi mas vou voltar para ver.

Semana passada fui ao teatro domingo achando que o horário da peça era 20,30hs, mas, na verdade era 19,00hs. Como estava lá fiquei, até na esperança de encontrar a produtora num intervalo que iria haver e ver se não daria para entrar naquele momento.

O tal do intervalo praticamente não houve, só umas três pessoas sairam e voltaram correndo apenas para banheiro, mas nesse meio tempo eu li a gênese e um texto interessantíssimo da diretora do espetáculo, Grace Passô. Ouvi a música ao vivo, animadíssima e quando terminou me convidaram para ver o cenário, que era de um bar, com mesinhas espalhadas, onde também se sentava o público.

São apenas 65 pessoas por apresentação e hoje vou voltar para ver o que eu não vi.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

UM MENINO NÃO ESQUECE QUANDO RECEBE UM PRESENTE DESSES

Jamie Lee Curtis, filha dos atores Toni Curtis e Janeth Leigh vai fazer 54 anos em novembro deste ano. Nesta foto, duma cena em True Lies estava com 36. Toda vez que eu conto uma estória eu gosto de citar a fonte, mas agora nem consegui a fonte e muito menos ainda vou lembrar, mas a estória é verdadeira. Eu li numa entrevista ou artigo sobre ela nessa época.

A cena é extremamente provocante e provavelmente foi vista com muita atenção pelo garoto filho de uns amigos dela, na casa de quem ela foi jantar. Durante o jantar o rapazinho fez um comentário que não deixou dúvidas a respeito do entusiasmo dele pela cena e por ela estar ali jantando com eles. Ela mesma contou que, ali na mesa, tirou a calcinha e deu para o garoto.

Além da carreira como atriz ela escreveu uns dez livros para crianças, mas esse garoto ficou com uma estória muito melhor para contar.

domingo, 19 de agosto de 2012

FACEBOOK ASSUNTO DE TERAPIA

Há umas três semanas a capa da revista Veja São Paulo remetia a um artigo sobre os problemas que os paulistanos levavam para o psiquiatra e um deles era ninguém curtir o que eles colocavam no Facebook. Imagina só! Reclamando no analista porque não tinham atenção no Facebook.

Queremos saber isso.
Quem quer saber o que você tem a dizer.
Quem se importa se você está bem ou mal.
Ter alguém que saiba, mesmo que ela não diga isso, que a hora que aquela moça se sente sozinha é as duas da manhã e que outra faz muitas coisas e vai a muitos lugares para preencher a vida, mas quando chega em casa sente um vazio que chega a doer.

Também tenho angústias, mas me permito sentir o que chega até mim e quando abraço, com carinho e vontade, é uma troca e eu também desfruto disso.

Quando entro no Facebook, se o que me aparece é inteligente, me faz rir ou pensar, curto ou compartilho, para dividir o bem que me trouxe.
Às vezes uma tirinha diz muito.

Escolho permanecer com aqueles com quem existe alguma troca.
Experiências, sentimentos, empatia.
Eu quero encontros de alma.

Se numa foto a pessoa está bonita, de alguma forma eu digo.
Beleza me comove.

Se não é o forum adequado, não importa.
As pessoas fazem outras coisas para não se sentirem sozinhas, e se para ter companhia convivem com algo chato estão pagando um preço.
No Facebook é possível escolher qual será a interação.
Cada um escolhe quem e o que escuta.

Da próxima vez que, numa madrugada, você quiser saber se alguém liga para isso...
se é que isso importa,
eu me importo.

O ATOR TEXTO DE PLÍNIO MARCOS


O ATOR
Plínio Marcos

Por mais que as cruentas e inglórias batalhas do cotidiano
tornem um homem duro ou cínico
a ponto de fazê-lo indiferente às desgraças e alegrias coletivas,
sempre haverá no seu coração,
por minúsculo que seja, um recanto suave onde ele guarda
ecos dos sons de algum momento de amor já vivido.

Bendito seja quem souber dirigir-se
a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingi-lo
no pequeno porém macio núcleo da sua sensibilidade.
E por aí despertá-lo, tirá-lo da apatia, essa grotesca forma
de autodestruição a que por desencanto ou medo se sujeita.
E por ai inquietá-lo e comovê-lo para as lutas comuns da libertação.

O ator tem esse dom.
Ele tem o talento de atingir as pessoas
nos pontos onde não existem defesas.
O ator, não o autor ou o diretor, tem esse dom.
Por isso o artista do teatro é o ator.
O público vai ao teatro por causa dele.
O autor e o diretor só são bons na medida
em que dão margem a grandes interpretações.

Mas o ator deve se conscientizar de que é um Cristo da humanidade:
seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva.
Ele tem que saber que, para ser um ator de verdade,
vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios.

É preciso coragem, muita humildade e, sobretudo,
um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria
personalidade em favor de seus personagens
com a única intenção de fazer a sociedade entender que
o ser humano não tem instintos e sensibilidades padronizados,
como pretendem os hipócritas, com seus hipócritas códigos de ética.

Amo o ator nas suas alucinantes
variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão.
Amo o ator no desespero de sua insegurança,
quando ele, como viajor solitário,
sem bússola da fé ou da ideologia,
é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente,
procurando, no seu mais secreto íntimo,
afinidades com as distorções de caráter do seu personagem.

Amo o ator mas ainda quando,
depois de tantos martírios, surge no palco com segurança,
oferecendo seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade
para expor, sem nenhuma reserva,
toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado.

Amo o ator por se emprestar inteiro
Para expor os aleijões da alma humana,
Na tentativa de que o público se compreenda, se fortaleça
e caminhe no rumo de um mundo melhor,
a ser construído pela harmonia e pelo amor.

Amo o ator consciente
de que a recompensa possível não é o dinheiro, nem o aplauso.
Mas a esperança de poder rir todos os risos
E chorar todos os prantos.
Amo o ator consciente de que no palco,
Cada palavra e cada gesto são efêmeros,
pois nada registra nem documenta sua grandeza.

Amo o ator e por ele amo o teatro.
Sei que é por ele que o teatro é eterno
e jamais será superado por qualquer arte
que se valha da técnica mecânica.

sábado, 18 de agosto de 2012

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PASSADO

- Deves-te servir do teu passado  como quem se serve da paisagem, deste lado flanqueada por uma montanha, limitada daquele outro lado por  um rio. Podes espalhar livremente pela paisagem as cidades vindouras, desde que leves em conta o que existe - a montanha, o rio. E, se o que existe não existisse, as cidades por ti inventadas seriam cidades de sonho, fáceis de inventar porque não há nada que resista aos sonhos, mas em contrapartida perdidas e dissolvidas na arbitrariedade. Não te queixes por os teus alicerces serem estes e não outros. A maior virtude de uns alicerces é existirem.

Saint Exupéry em Cidadela

A FELICIDADE NAS PEQUENAS COISAS


Não é todo dia que acontece alguma coisa agradável, mas esses dois últimos dias tem sido de uma profusão dessas pequenas coisas que me fazem bem que dispensei um convite de última hora que numa outra ocasião, onde os agradinhos não tivessem sido tantos, eu aceitaria.

Fui ontem para uma degustação muito arrumada que um supermercado promove para clientes especiais e eu que nem sou um desses, fui convidado. Isso é um carinho.
De outra vez eu tinha ido, fotografado e havia feito um DVD e umas fotos em papel para dar para algumas das pessoas que estavam presentes. 

Encontrei uma dessas senhoras ontem e ela comentou que a foto dela tinha ficado tão bonita que ela queria me convidar para fotografar as Bodas de Ouro dela que serão daqui há dois anos.

Acho tanta graça nisso!
Sou um amador que nunca fez um curso de fotografia. O Diego Valadares, fotógrafo, que um dia apareceu aqui no blog, é um profissional com estúdio e tudo mais.
Eu só gosto de fotografar.

Eu convidei uma amiga para essa degustação e ela tinha outro compromisso que começava apenas meia hora mais cedo, mas veio do meio para o fim e também com um convite, que me está fazendo pensar em algo novo, no qual não tenho nenhuma experiência, mas que achei interessante. Também gostei que ela tenha vindo, mesmo tendo outro compromisso.

No meu Facebook apareceu ontem uma mensagem de uma pessoa que nunca encontrei, mas estava lá porque era amiga de uma amiga se desculpando por "invadir" meu espaço, mas que gostava muito das minhas fotos e dos meus textos. De vez em quando eu coloco um lá. Ela passou na última peneirada de amigos com os quais não interajo e elimino exatamente porque isso nunca acontece. Gostei disso também.

Hoje  eu estive com uma executiva importante e pude cuidar dela numa hora que ela precisava de cuidado. Quando estávamos nos despedindo ela disse que precisava de uma abraço.
Eu sempre estou pronto para um abraço e gosto tanto disso que eu devia distribuir.

No meio da tarde veio o convite de uma amiga através de mensagem para me juntar a outras pessoas na casa dela e embora eu dissesse que ia, avisei depois que mudei de ideia. Se não tivesse tido tantos afagos antes eu iria sem pensar. Sentiria necessidade de ir. Mas eu tinha tido carícias suficientes.

Quando entrei na garagem o porteiro veio me encontrar porque eu estava com um sedan grande, de um amigo, e ele veio olhar porque pensou que eu estava de carro novo. Quando eu disse que não era meu ele me contou o sonho dele de se ganhasse na loteria comprar vários carros grandes como aquele para ter na garagem, e disse que compraria um para me dar.

Fiquei feliz com aquela vontade de dele de me incluir.

Quando minha irmã mais nova estava para nascer eu passei uns meses com meus avós no interior da Bahia e estava achando tão bom que eu não queria mais voltar, mas quando voltei para o Rio e vi um carro que eu achei bonito pedi a meu pai para comprar um para mandar para o Manoel Braga que era um amigo dos meus avós, que todos os dias ia visitá-los quando algumas pessoas se reuniam lá e colocavam cadeiras na rua para conversar na porta de casa.

Ele não ganhou o carro, mas minha avó contava que quando ele ouviu daquele meu pedido ficou tão contente como se tivesse ganho um.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

UM CASO DE AMOR COM A EMPREGADA

Aconteceram tantos carinhos nesses dois últimos dias e eu estava escrevendo sobre eles quando me veio uma notícia que não é nada boa para uma pessoa que gosta de coisas permanentes.
Minha empregada, que me havia falado dessa possibilidade na última vez que veio, me ligou agora para dizer que não vai poder vir mais.

Como até hoje ela não havia falado nada, e amanhã seria o dia que ela viria eu estava pensando que estava tudo certo e que eu não precisava me preocupar com isso, por enquanto.

A casa está arrumada, e até não está tão suja aos olhos de um homem, mas tem roupa lavada que esperava por ela para passar, e quando ela saía daqui era uma sensação de que estava tudo tão limpinho e arrumado que esse negócio de achar uma pessoa nova, quando eu já estou tão acostumado com ela, que foi a única nesses últimos anos, me deixa incomodado.

Ela tem uma vida que não é nada fácil, tem um emprego fixo e gasta horas por dia para ir e voltar do trabalho e vinha para mim um sábado a cada quinze dias e nunca tinha pressa de ir embora. Eu tinha um profundo agradecimento por ela ainda ter essa disponibilidade para mim. Mais de uma vez ela estava tão cansada que dormiu e passou do ponto de ônibus onde deveria descer para vir para minha casa, tendo que ir até Pinheiros para poder voltar.

Ela foi um achado da minha filhotinha e eu estava feliz com isso.

Ela terminou a ligação como se termina uma relação de amor que não dá mais, dizendo que eu era uma pessoa boa e que logo iria achar alguém.

E eu ali querendo dizer:
" - Não como você, Lourdes.
Eu não sabia antes, mas eu sei agora.
Fica.
Eu te amo!"

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O SONHO DE VALSA E A AEROMOÇA QUE DANÇOU

Meu amigo Carlos Alberto tinha pais separados e fez uma festa no apartamento do pai, que não conhecíamos até então. O pai dele esteve na aviação comercial e contou algumas estórias divertidas, mas a que ficou na memória foi a do primeiro vôo de uma aeromoça e que servia como último teste, para saber se ela permanecia no emprego ou não.

Por algum motivo ela foi antipática e ele resolveu aprontar com ela.

Servida a refeição, foram oferecidos bombons sonho de valsa, dos quais ele pegou dois. Cuidou de deixar num lugar quente para que o chocolate amolecesse e foi ao banheiro espalhando o chocolate derretido na parede. Feito isso ele chamou a aeromoça mostrando aquilo como se algum maluco tivesse espalhado cocô, dizendo a ela que era obrigação dela limpar.

Ela já estava completamente pálida e sem ação vendo aquilo quando ele tornou a coisa pior.
Ao dizer que ia ver se aquilo era cocô mesmo passou o dedo na parede melada e enfiou na boca, confirmando que era.

Foi quando ela desmaiou.

Não sei como seria hoje, em tempos mais politicamente corretos, mas ela perdeu o emprego, porque mesmo sendo uma brincadeira maldosa era esperado que ela tivesse o controle de qualquer situação.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

BOURBON FEST 2012 NO IBIRAPUERA



















O Bourbon Street , um bar aqui de São Paulo, especializado em Jazz, faz há dez anos um festival que no sábado tem uma apresentação de bandas americanas no Parque do Ibirapuera. O ambiente fica ótimo, com muitas pessoas, no maior clima de paz, com muita gente bebendo, curtindo um som e até fumando, sem que ninguém incomode ninguém. 

Fui ano passado ao Ibirapuera e esse ano tinha muita gente fazendo verdadeiros piqueniques, uns até com uma produção esmerada . Todas as fotos que eu tirei pedi para fotografar antes e não tive um não, mesmo dizendo que as fotos eram para mim e não para nenhum veículo de comunicação, como as pessoas as vezes pensam. 

É muito bom ver anoitecer com o Parque tão cheio de gente que estão de bem com a vida e   com todos que estão à sua volta. Deu até vontade de fazer um piquenique desses lá, sem esperar que chegue o Bourbon Fest 2013. 


CACHORROS FALAM

Li uma vez que um cachorro é capaz de entender trezentas palavras, que é a mesma quantidade de palavras que um bebê entende. Achei essa imagem dum livro que fala a respeito da linguagem corporal dos cães,  mas eu estava lembrando duma brincadeira que eu fazia com a Sharon, que era uma pastora alemã que tínhamos, que falava mesmo!

Fazem muitos anos, eu estava aqui com uma equipe de filmagem americana, que veio fazer um trabalho para um cliente e contei o que acontecia com a minha cachorra, quando eu chegava em casa, dizendo que o nome dela era Sharon Stone. 

Uma das pessoas, pensando talvez no significado ruim que bitch pode ter, embora eu não tenha usado essa palavra, me perguntou o motivo do nome e eu respondi que já que não podíamos ter a verdadeira em casa, pelo menos tínhamos a nossa Sharon Stone, nome escolhido pela filhotinha. 

A resposta foi perfeita porque o cara já tinha trabalhado com ela e gostava dela. Nesse mundo você deve ser cuidadoso ao falar de alguém. Nunca vai saber quem conhece quem.

Mas voltando à nossa Sharon, o que acontecia era que quando eu chegava em casa eu falava com ela e acabava perguntando se alguém já tinha dado "comidinha", que era a palavra chave. E ela fazia um som em resposta que era um perfeitamente compreensível "não". Quando eu chegava com alguém em casa eu contava que ela falava e fazia o diálogo da comidinha. Quando ela "falava" não aí eu dizia que agora estávamos ensinando ela a dizer "sim".

CONTRATAR GENTE BONITA PARA FREQUENTAR O BAR

Eu até tinha esquecido disso.
Estava no escritório de um cliente que naquele dia estava com um cattering de um restaurante conhecido aqui de São Paulo. Estava conversando com o garçom que me contou que é modelo e que tem várias meninas e meninos que enquanto não aparecem trabalhos de modelo também trabalham como garçonetes e garçons em eventos.

Mas o que ficou de interessante da conversa foi quando ele me contou que tem um lugar no Itaim, que se eu lembrasse o nome não diria aqui, mas que para ter gente bonita lá chama essas meninas e meninos para irem lá, para consumirem por conta da casa e até mandam um táxi para buscá-los e levá-los em casa.

Essa é mais uma ilusão criada por um marketing inteligente.

UM LUGAR PARA RECARREGAR A FELICIDADE

A Regina me contava que o filho dela, que é um alto executivo, disse a ela que queria abrir uma barbearia. Diante do espanto dela ele explicou que quando está em New York, sob um tremendo estresse ele vai a uma barbearia onde todo o estresse dele vai embora. Além do lugar ser extremamente agradável, os clientes são alvo de muitos mimos.
Ele sai de lá feliz e relaxado, e não estava assim quando entrou.

Tenho pensado nisso.
A conversa surgiu quando comentei que eu não tinha bem certo o que eu gostaria de fazer no futuro, mas que me faria feliz fazer um lugar onde as pessoas se sentissem bem. Sei o quanto isso é importante para mim também. Essa, na minha opinião, seria uma boa escolha de missão.

De vez em quando digo que vou ali ser feliz por um pouquinho.
Às vezes, tudo o que a pessoa precisa é de uma folga da rotina e dos problemas.
Ir ali para se sentir feliz por um pouquinho.
Um lugar para recarregar.
Depois pode voltar e enfrentar tudo novamente.

domingo, 12 de agosto de 2012

A MENININHA QUE NÃO PODIA COMER PIPOCA

Eu gosto de estar com ela.
Ela sempre tem algo para contar.
Me contou uma vez que o pai adora o nariz dela. Se o Manolo fosse comentar isso diria que quem gosta de nariz é lenço, mas é verdade que o nariz dela é bonito sim, aliás ela é bonita, mas o pai tem essa cisma boa com o nariz.

Ela morre de medo de avião, mas enfrenta, bravamente, com uma ótima justificativa: Você não pode deixar de fazer as coisas das quais gosta por medo de outra. Ela gosta de viajar e se não fizesse assim, não viajava para longe.
Mas o interessante de uma conversa é quando você ouve algo que nunca ouviu antes.

Contou que não gosta de azeitona, mas que come para não ser indelicada com alguém que preparou, por exemplo, um patê de azeitonas. E já achou outras pessoas que também tem essa mesma aversão, o que é novo para mim, mas o mais incomum de tudo é que se ela come pipoca fica com dor de cabeça.
Por isso não come embora goste de pipoca.
Ela não conhece nenhuma outra pessoa com quem aconteça isso.

Ela já cresceu, mas nenhuma menininha merecia isso!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

AS COISAS QUE ME CONTAM


Ela me disse uma cor, um número e uma comida e falou que eu tenho que lembrar. Disse que gosta de crianças e me contou algo surpreendente.As pessoas, de vez em quando, me contam coisas muito pessoais.

Tem vezes que eu peço para que me deem as estórias, porque dão graça à vida e me servem ou servem a outros, mas tento não expor ninguém, mesmo quando me exponho.

Mesmo quando sei que o assunto virá a público, nunca pensei que mostra importância aquele que fala de algo que soube apenas porque estava ali ou foi uma confidência. Mostra apenas que não merece a confiança. As notícias virão, no momento certo, através da pessoa certa.

Mas eu gosto quando a pessoa sabe que pode dizer o que pensa e conversamos como amigos que somos, mesmo que nos vejamos apenas naquele dia.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

SÓ INSÔNIA

Nada para ser feito, nada para ser pensado com urgência, nada para resolver e eu não dormia.
Sem a excitação da insônia boa nem o desespero de uma insônia ruim.
A vida se movimentando lentamente.
Nem sabia se queria dormir ou apenas ficar ali apenas deitado.
Não ia ter um dia que fosse começar cedo que aquilo fosse fazer alguma diferença.
Nem ouvir o barulho da chuva num disco me pôs para dormir.
Tive uma noite boa, que não terminou cedo e ali na cama eu não queria ir para lugar nenhum.
Eu estava ali.
De bem comigo.
De bem com tudo.

Apenas me preparando para uma dança lenta.