Total de visualizações de página

sábado, 31 de julho de 2010

PORQUE TANTA MÚSICA? PORQUE TANTA POESIA DE OUTROS?


Não tenho a capacidade de produzir coisas tão interessantes como as de outras pessoas que coloco aqui. E as coloco porque gosto e me disseram algo. Talvez algo que expressasse melhor do que eu consegui expressar meus próprios sentimentos.

Tem uma música do Zé Rodrix que fala exatamente disso.

EU VOU COMPRAR ESSE DISCO

Eu vou comprar esse disco que toca sempre no rádio
Dizendo tudo o que eu sinto
Eu sei que o cara que canta
nem sabe que eu existo
Mas a historia que ele conta
Parece feita sob medida pra mim
E é por isso que eu vou comprar esse disco
Que cada vez que eu escuto me dá um nó na garganta
Talvez o cara que canta
Também se sinta sozinho
Mas ele conta essa historia triste
E num instante eu já não estou tão sozinho
Eu vou comprar esse disco
E me trancar no meu quarto
E vou ouvir esse disco
Até que a saudade de quem não me ama
Saia de cima de mim...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

28 DIAS PARA MUDAR UM HÁBITO - ELIMINANDO PENDÊNCIAS


Tirei algumas coisas fora de minha rotina por mais de 28 dias.

Existe a teoria que são necessários 28 dias para se venha realmente a mudar um hábito. Há um filme com a Sandra Bullock com este título e temática.

Para mim foi a maneira de rever meus modelos, meu paradigmas, lendo paradigma como uma visão de mundo.

Um deles era manter pendências, que duravam uma eternidade. Nunca era chegado o momento de fazer algumas coisas que até estavam numa lista, mas sempre havia outra coisa para fazer, e outras vezes, algumas coisas para não fazer e coisas que poderiam ser até uma espécie de distração. Uma distração daquilo que eu deveria ou poderia estar fazendo.

Sei que não estou sozinho nessa de ficar adiando coisas, mas cansei dessa minha atitude e resolvi trabalhar a mim mesmo para que essa mudança aconteça.

Se eu pudesse escolher duas qualidades para um filho, já disse muitas vezes, seriam foco e persistência e aí, tenho certeza, nada o seguraria. Mas se eu queria essas qualidades para minha filhotinha, porque não deveria querer para mim mesmo?

Sair de algumas de minhas rotinas teve muito a ver com isso. E agora na hora de retomar uma das rotinas que era a academia, ainda estava relutando, porque queria ter certeza de algumas coisas. Uma delas era de que eu não tinha ficado dependente, como se fosse um vício e que assim como eu posso desligar a televisão eu poderia "desligar a academia"quando quisesse.
Outra era que como que isso se tornou parte do meu dia chegava um momento que eu tinha que ir, como se fosse uma necessidade, não deixando de trabalhar, mas as vezes interrompendo algo que estava fazendo em casa para ter esse prazer.

São sempre escolhas. Quando se faz uma coisa deixa de ser possível fazer outra naquele instante.




Informações são ótimas, listas também são boas, mas tem que ser feito o que está na lista. E não adianta muito coletar dados se você não os organiza para que tenham alguma utilidade.

Acho que existem determinadas coisas que são herdadas. Algumas vezes são uma herança maldita. Conversando com minha tia Zita sobre esse assunto ela definiu isso como uma espécie de fidelidade aos antepassados, ainda que aquele hábito, mania ou maneira de fazer as coisas, "não preste".

No nosso apartamento do tempo de criança haviam dois quartos de empregada, mas um deles pertencia a meu pai que tinha lá toda espécie de coisas que colecionava. 
De um laboratório fotográfico a ferramentas, revistas, artigos e o que mais se possa imaginar. Não cheguei a esse ponto, mas com certeza minha irmã mais nova tem na casa dela um quarto que se parece muito como esse que meu pai tinha e pela primeira vez estou considerando que ela tenha esse terceiro quarto da casa não porque ela seja desorganizada, mas como uma espécie de réplica do que nosso pai tinha e que, aliás, como ela, não permitia que ninguém arrumasse. Vivia trancado.

O fato é que resolvi fazer alguma coisa a respeito dessas pendências, porque quando você vê o tempo passou e se você não faz alguma coisa diferente, a vida permanece igual. Parece óbvio, até estúpido falar isso, mas percebi que eu estava funcionando dessa forma e, para ser completamente verdadeiro eu tenho que admitir que ainda estou funcionando dessa forma. Fico um pouco desapontado comigo mesmo por ainda estar aprendendo o óbvio, na idade em que estou, mas o que fazer? Ainda fico contente por estar consciente e querendo a mudança.

E saí fazendo algumas coisinhas que eu já devia ter feito há tempos. E por fim, ficando feliz, só pelo fato de ter começado.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

NO CAMINHO DO AUTOCONHECIMENTO - A YOGA DA DISCIPLINA


Meu caminho, há muito tempo, tem sido buscar ser dono de mim mesmo, dono da minha cabeça e esse livro diz exatamente isso, que você ter ter disciplina para usar cada um dos sentidos pode parecer para alguns um castigo, mas significaria por fim a libertação através do autocontrole.

Você controla a si mesmo.

Por isso é que fiquei tão encantado com o livro, ele vinha de acordo com alguma coisa que eu já vinha buscando. Estou longe disso, mas ainda gostaria de ter controle de um dia, 24 horas. Estar consciente de tudo que fizesse nesse dia, o que poderia ser a abertura para ter controle de outro dia, e por fim, para ser dono de mim.

Hoje, começo muito bem e em algum ponto, me perco ou perco a paciência de fazer isso de maneira tão ordeira. Vejo isso até no comer. Busco o caminho para que eu venha ter disciplina no comer (ser dono de mim mesmo ao comer e tomar boas decisões ao fazer isso). 

Eu que nunca corri, estou começando a cada dois ou três dias correr na esteira aumentando o tempo que corro a uma velocidade de 9,1 km. Suando muito, às vezes dando uma paradinha para beber água, estou chegando a meia hora de tempo efetivo de corrida e não tenho a vontade de fazer isso todos os dias, mas é por aí que estou começando. 

Vou chegar ao ponto de, sabiamente, não ter em casa aquilo que não é o melhor para mim. Dizem que a melhor forma de evitar uma tentação é não vê-la.

A yoga como diz o livro é voltar-se para si.

Na busca da disciplina, vou conseguir fazer as coisas certas, pelo menos um dia inteiro, abrindo caminho para ter um outro dia assim.

A gente fala, fala, conhece tudo, sabe os caminhos e de novo não escolhe fazer o que é certo ou melhor para nós. Repete padrões de comportamento que evidentemente não nos levarão aonde gostaríamos de ir.

Não abrimos mão de quem somos em favor de quem poderíamos ser.

sábado, 24 de julho de 2010

A VOZ DE UMA PESSOA VITORIOSA - CAETANO VELOSO E WALLY SALOMÃO

Sua cuca batuca
Eterno zig-zag
Entre a escuridão e a claridade
Coração arrebenta
Entretanto o canto aguenta
Brilha no tempo a voz vitoriosa
Sol de alto monte, estrela luminosa
Sobre a cidade maravilhosa
E eu gosto dela ser assim vitoriosa
A voz de uma pessoa assim vitoriosa
Que não pode fazer mal
Não pode fazer mal nenhum
Nem a mim, nem a ninguém, nem a nada
E quando ela aparece
Cantando gloriosa
Quem ouve nunca mais dela se esquece
Barcos sobre os mares
Voz que transparece
Uma vitoriosa forma de ser e viver.

NENHUM E TODOS OS MOTIVOS PARA SER FELIZ


Tenho me surpreendido as vezes com o estar feliz.
Estar bem.
Nenhum motivo para isso.
Nada demais ou de novo acontecendo, só a vida no seu cotidiano, e quem sabe eu esteja até tirando leite de pedra, mas estou sem essa necessidade de algo que venha de fora.
Mas todos os dias, quando encontro pessoas quando estou trabalhando, ou mesmo nas mais corriqueiras situações, os encontros são agradáveis e eu ainda nem voltei para a minha praia.
Indo ao supermercado, tomando um café, resolvendo alguma coisa, tenho feito de tudo uma coisa boa.
Gostando de gente, como eu gosto, é uma coisa minha dispensar a atenção que acho que todos merecem e acho que isso ajuda a ter o mesmo deles.
Tenho um assunto que pede uma definição, mas mesmo em relação a isso, estou calmo já que a proposta que recebi não inspirou uma definição e ajuda para a solução tem aparecido.
Me sinto caminhando.
Não com a rapidez que eu gostaria, mas se sentir caminhando já é bem bom.

sábado, 17 de julho de 2010

TRECHOS DE FERNANDO PESSOA NO LIVRO DO DESASSOSSEGO

Eu estava procurando esse primeiro parágrafo que a Bethania declamou no disco Imitação da Vida e encontrei outros trechos dos quais gostei. Há um site onde estão obras que já são de domínio público, que podem ser lidas, copiadas, impressas. O link para este livro é:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/vo000008.pdf


Aqui vão alguns trechos:

Eu tenho uma espécie de dever,
dever de sonhar,
de sonhar sempre,
pois sendo mais do que um espectador de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.



Tenho mais pena dos que sonham o provável, o legítimo e o próximo, do que dos que devaneiam sobre o longínquo e o estranho. Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que os embala sem lhes dizer nada.



Tenho sonhado muito. Estou cansado de ter sonhado, porém não cansado de sonhar. De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer,




Mas tudo é absurdo, e o sonho ainda é o que o é menos.



Somos qualquer coisa que se passa no intervalo de um espetáculo; por vezes, por certas portas, entrevemos o que talvez não seja senão cenário.


A única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova.



Houve tempo em que me irritavam aquelas coisas que hoje me fazem sorrir.



Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir — é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.


É freqüente eu encontrar coisas escritas por mim quando ainda muito jovem — trechos dos dezessete anos, trechos dos vinte anos. E alguns têm um poder de expressão que me não lembro de poder ter tido nessa altura da vida. Há em certas frases, em vários períodos, de coisas escritas a poucos passos da minha adolescência, que me parecem produto de tal qual sou agora, educado por anos e por coisas. Reconheço que sou o mesmo que era. E, tendo sentido que estou hoje num progresso grande do que fui, pergunto onde está o progresso se então era o mesmo que hoje sou.


SÃO JOSÉ DO VALE DO RIO PRETO, RITA CABRITA E O NHECO

No começo do ano encontrei a Rita, que acho até que por uma questão de rima, chamavam de Rita Cabrita e hoje eu lembrei de um fim de semana em que estávamos em São José vários amigos do São Vicente.
Um deles era o Eduardo Saad, que nessa conversa onde estávamos com a Rita, falou que algo muito excitante era estar na cama com uma mulher deitada e de repente: NHECO!
Dar uma mordidinha na bunda.

e a Rita:
- É Eduardo? Aqui em São José a gente tem o NHOQUE!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

NEFELIBATA


A palavra nefelibata tem origem do grego "nephele" (nuvem) e "batha", (em que se pode andar). Ou seja, aquele que "anda nas nuvens". Em literatura, diz-se do escritor que não obedece as regras literárias. No contexto geral, trata-se de uma pessoa idealista, que vive fugindo da realidade. (WIKIPÉDIA).


Minha sobrinha ensinou essa palavra, nova para mim.


Passei uns momentos pensando em palavras que pessoas da idade dela não conhecem, ainda que estejam em letras de músicas, que eles também provavelmente não ouviram, como: plangente, dolente e outras mais, pensando se elas cairão no esquecimento.

UMA PEÇA CHAMADA "CINEMA"

Ler os dois posts iniciais que Esther escreveu sobre um teatro, me lembraram de mencionar que fui ver no Teatro do Sesi, na Paulista, uma peça chamada Cinema. Estou até pensando em levar uns chineses que não falam português para ver a peça.

O cenário é uma plateia de cinema de frente para a platéia do teatro.

As cenas são soltas. Os atores entram, sentam e agem como se fossem pessoas diferentes umas das outras dentro de um cinema. Os personagens entram e saem. Voltam como outros personagens.

Você pode até escolher em que presta atenção.

Mas acho que interessante foi o conceito de que quando você presta atenção nas outras pessoas e eu sempre achei isso interessante, na sua própria vida, eles fazem cinema para você. E vice-versa!

O momento mais interessante das peça é quando as luzes da platéia se acendem e também as do palco que já disse, também é uma platéia. E tudo vira uma espécie de espelho. Os atores vão olhando o público como o publico os vinha olhando, mudando o foco de uma pessoa na platéia para outra.

Seria maravilhoso oferecer a Esther as oportunidades de ver teatro que uma cidade como São Paulo oferece.