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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

APRENDENDO A NÃO PERDER TEMPO


Não me lembro o ano do Censo ao qual ele se referia,  fazem muitos e muitos anos, mas nunca esqueci do fato relatado por um professor de matemática que tive e que também trabalhava para o IBGE.

Pode ser que tenha se referido  ao Censo Demográfico de 1970 e o que ele nos contou foi que os pesquisadores que iam coletar informações nos domicílios recebiam por entrevista feita e um deles se destacava de maneira surpreendente em relação aos outros fazendo o mesmo trabalho, fazendo muito mais entrevistas do que os outros.

A diferença era tão grande que, para validar o trabalho feito por ele, o IBGE resolveu auditar fazendo novas entrevistas com as pessoas que haviam respondido ao Censo através de pesquisadores do grupo daquele homem e também através do trabalho daquele rapaz e descobriram algo muito interessante:

O rapaz havia feito cada uma das entrevistas, sendo extremamente profissional e objetivo, e a diferença entre o trabalho dele e o dos outros pesquisadores era que ele fazia as entrevistas sem perder nenhum tempo com conversas inúteis para seu propósito e sem aceitar nenhum convite para cafezinho que, naquele tempo, foram muito frequentes.


sábado, 20 de fevereiro de 2021

O BAR PERFEITO PARA CADA UM


De vez em quando a estória do Bar do João me volta à cabeça, como conceito, porque a maluquice do sujeito, para mim, faz sentido quando você faz o raciocínio de encontrar "gente como você" e não um lugar onde qualquer pessoa entre, por acaso,  como um outro bar qualquer, com a ideia de que o lugar tem que se adaptar ao que ele deseja encontrar, porque "o cliente tem sempre razão". 

Ali não tem. 

Pode até informar qual é o espírito daquele dia para que a pessoa decida se quer ir ou não.

Você vai lá se quer encontrar o que ele te oferece, da forma como ele te oferece. Isso engloba o ambiente, a música, mesmo que seja um dia onde o que vai ouvir seja soft jazz e as ideias onde pode ter um ambiente com uma televisão grande onde se coloque, algum momento, uma palestra do TED ou do Café Filosófico ou outra coisa que acrescente ou num outro momento algo que dê paz, simplesmente.

A ideia, para mim, é um pouco sedutora porque se você não precisa daquilo para sobreviver, a existência do bar está lá apenas para o prazer daqueles que compreendem a essência do conceito e vão lá, como convidados fossem, dispostos a receber do lugar aquilo que ele quer te oferecer naquele dia e desfrutar de uma experiência ao fazer isso.

A vida tem sido boa para mim. Talvez tenha muito a ver de como eu a encaro porque não sou uma pessoa ambiciosa ou invejosa. Embora eu reconheça muitas coisas como bonitas ou boas ou agradáveis, não tenho necessidade delas na minha vida. 

Quando penso na possibilidade de algo que caia do céu, fico muito mais interessado na possibilidade de realizar sonhos de outras pessoas que os meus, mas essa é uma ideia recorrente. Talvez eu gostasse de realizá-la.

QUEM NÃO TEM ASSUNTO É QUE ME CANSA MUITO

 


Uma amiga disse que eu devia ficar cansado de ouvi-la trocando de um assunto para outro, e eu disse a ela que só faz isso quem tem repertório.

Eu preciso de gente que tem repertório porque com gente que só fala do mesmo assunto eu perderia um tempo precioso.

Ultimamente isso inclui a televisão, quando, principalmente a Globo, em seus noticiários dá a impressão de futilidade e falta de pauta, com coberturas tão extensas a respeito de COVID, que algumas chegam perto da inutilidade como,  por exemplo, chegada de insumos para vacinas desde o pouso do avião seguindo com intermináveis imagens do container que os contém ou ainda com opiniões de palpiteiros de plantão em assuntos onde ainda não existem certezas. Parece a mais absoluta falta de assunto.

Eu preciso de estímulo externo, mas não serve qualquer um nem eu estou disposto a qualquer coisa só para ter companhia. Eu preciso de boa companhia, mesmo em tempos de distanciamento social. Se a companhia não for estimulante é melhor ficar sozinho ou calado. 

Nesses tempos de semi isolamento preciso sair de casa mesmo que seja um pouco para continuar vendo que o mundo continua a existir e que tem pessoas interessantes ou pelo menos engraçadas. Engraçado é uma palavra que eu uso de uma forma própria, quando eu rio também por dentro pela maneira da pessoa ser ou falar. Outro dia desses encontrei uma pessoa assim. Ela tinha assunto mas talvez tivesse me encantando mais pelo que ela tinha de bonito, para meu gosto, já que beleza sempre me comove, e o "engraçado" é que eu não deixava de ver uma arrogância de quem precisa provar alguma coisa, mas vou ser bonzinho e debitar a arrogância à bebida que, às vezes, deixa algumas pessoas donas do mundo.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

O COOPERSUCAR DO FITTIPALDI



Dizem que velho gosta é de contar estória e uma pessoa me disse que eu sou velho quando é conveniente.

O fato é que pelo fato de ainda estarmos durando vivemos situações e conhecemos pessoas de quem os jovens de hoje nem sequer ouviram falar, então, as estórias que a gente conta, se não contextualizar, não fazem o menor sentido para eles.
Um dos poucos ídolos que tive foi o Ayrton Senna, que muitos deles não conhecem também, quando fizemos essa viagem o Senna tinha 16 anos e ainda estava correndo de kart.
O Emerson Fittipaldi, que só vim a conhecer muitos anos depois, havia sido campeão mundial na Fórmula 1 em 1972 e 1974 e viria no final dos anos 80 a fazer uma bonita carreira na Fórmula Indy. 
Em 1976 ele fundou uma escuderia brasileira patrocinada por uma empresa brasileira de açúcar e álcool, a Coopersucar, que deu nome a Escuderia e ao carro.
Dito isso dá para contar a estória...

Em 1976 fizemos meu amigo Carlos Alberto e eu uma viagem de quase 5000 km num bugre.
Algum momento paramos na porta do Banco do Brasil na cidade de Remanso na Bahia.
Foi quando o guarda que fazia a segurança da agência, muito encantado com a chegada daquele carro veio perguntar se o que ele estava vendo era o Coopersucar do Fittipaldi.