Total de visualizações de página

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A FELICIDADE COM UMA FOTO


Lembro de quando estávamos namorando dela ver umas fotos que eu tinha tirado de uma amiga, numa época que nem juntos estávamos, e ter mencionado isso de alguma forma. Talvez até estivesse numa carta. Era uma amiga bonita e ela ciumava do cuidado com que as fotos tinham sido tiradas.

Eu tinha outras fotos bonitas, feitas por puro prazer, com máquinas que nem boas eram, mas essas são daquelas coisas das quais a gente abre mão, quando não fazem parte da nossa profissão, em favor de um bom relacionamento. 

De certa forma esqueci um pouco do quanto eu gostava disso.

Tenho lembrado.

Gosto de fotografar muitas vezes a mesma pessoa, na mesma situação, porque um segundo faz a diferença entre fotos que parecem quase iguais. E elimino muita coisa porque quero a foto que, mais do que eu, a pessoa goste.  

Meu prazer está muito na felicidade da pessoa com a própria foto. Ela se acha bonita ali.

O boteco do Bexiga é arrendado apenas no domingo. Eles são professores. No outro fim de semana eu fui para lá e tirei umas fotos de umas pessoas que poderiam ser personagens, mas também tirei uma fotografia da esposa de um deles.

Essa não fazia parte das fotos "engraçadas" e eu fiz uma ampliação grande em papel. A parede roxa deu um ótimo fundo roxo. Eu achei que tinha ficado uma bonita foto. Nesse domingo eu dei uma passada lá só para levar a foto como um presente. Ela não estava então dei para o marido dela, que quando viu a foto ficou muito contente e me abraçou muito.

Sexta-feira eu havia feito outras fotos para dar de presente, até como um agradecimento e o resultado foi o mesmo nessa segunda. E sábado tirei outras na casa de uma amiga e lembrei que a Gabi disse uma vez que cada vez que eu fotografo eu escolho uma musa. Acho que eu não escolho. Eu fotografo e olho o que fotografei e vejo que aquela pessoa rende e aí fotografo mais e mais. E foi o que aconteceu.

Mas quem ficou feliz fui eu.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CÂNCER COMO UM PRIVILÉGIO

Numa conversa anteontem ouvi isso.
A pessoa colocava ter um câncer um privilégio.

Toda vez que ouço um raciocínio que me surpreende porque nunca pensei naquilo daquela maneira, tento ver de forma a exercitar meu entendimento. 

Pensar como outra pessoa, que sente algo diferentemente daquilo que eu imaginava, me ensina muito. Posso até, depois de elaborar sobre o enfoque,  não concordar, mas fazer isso aumenta a minha compreensão.

Ela passou por um câncer que está curado, e a doença a fez rever pontos de vista e a dar mais atenção ao que importa e deixar para lá muita coisa que não tem importância. Eu disse a ela que eu precisava pensar sobre o assunto. 

Na hora eu compreendi o que ela queria dizer, mas eu precisava elaborar para saber se eu concordava com aquilo e se aquilo servia para mim, e hoje sei que não consideraria ter uma doença um privilégio.

Privilégio eu considero aprender alguma coisa com as situações que a gente vive, inclusive essa, e também tirar lições das experiências de outras pessoas, até porque tem gente que sobrevive a doenças graves ou situações que a morte passa perto e não aprende nada.

Meu "pai" teve a visita de uns amigos e o filho deles tocou e cantou para ele Epitáfio, dos Titãs e a música sensibilizou tanto a ele, que da penúltima vez que fui visitá-lo ouvi a respeito e pedi ajuda para gravar um CD que tem várias vezes essa música.  Ele pede frequentemente para ouvir.
Essa música também é uma grande lição, que mais que cantar temos aprender a vivê-la, antes que chegue a hora do nosso próprio epitáfio.

EPITÁFIO



Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...

sábado, 26 de novembro de 2011

TRABALHAR SÓ COM QUEM CONHEÇO

Não quero todas as oportunidades de negócio, até porque sei que não tenho tempo para isso e não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, embora fosse achar isso ótimo, nem tenho tantas pessoas trabalhando para mim.

Tenho expectativas altas e sei que não são todos que cumprem.

Quero atender bem uns poucos clientes porque sei que, algumas vezes, uma outra pessoa não atende as expectativas. Também penso ser melhor não atender do que atender mal.

Há uns dias atendi um telefonema de uma cliente enquanto estava com outra e falei que não teria como atendê-la porque não dispunha de ninguém. Depois de desligar a cliente com quem eu estava me falou que poderia recomendar uma pessoa que trabalhava para ela e para quem eu poderia terceirizar aquela solicitação. Falamos com a pessoa que ela recomendou e não só agendei o que precisava como perguntando quanto ele gostaria de cobrar para ficar feliz e atender bem ao que era solicitado, disse que iria pagar mais do que ele estava me pedindo.

Dois dias antes passei as informações por e-mail e na véspera ele me ligou para dizer que tinha um compromisso prévio com um cliente dele que havia esquecido de anotar na sua agenda e que com isso não poderia atender ao combinado.

Não gosto de lidar com quem faz papel de moleque, mas não acho que adiante ficar dizendo verdades para uma pessoa que nunca vi e que nunca mais pretendo contatar para nada.
Não tenho nenhum compromisso ou interesse no seu crescimento como pessoa, para me desgastar dizendo tudo que penso a respeito dele e da sua atitude.

A coisa só não era pior porque não faço questão de aparecer como o "bacana" que resolveu sozinho o problema dela e quando liguei para oferecer aquela solução eu disse que era uma pessoa que eu não conhecia, mas que havia sido recomendado pela pessoa que estava comigo na hora que falamos no telefone.

Com essas coisas acontecendo fico cada vez com menos vontade de trabalhar com quem não conheço.

Esse, por exemplo, foi uma péssima experiência.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

QUANDO AQUELE NÃO É O SEU DIA

Há dias que parecem não serem os nossos.

E a gente fica querendo dizer "esse não é o meu dia" quando a segunda coisa errada acontece.
Tive um dias desses essa semana. 

Mas acho que eu tenho que admitir que eu tenho levado a maior parte das coisas de uma forma muito mais relaxada. 


Aprendi que quando você tem alguma coisa realmente te incomodando a melhor atitude é resolver o assunto o mais rápido possível.


E pelo menos posso dizer que os dias seguintes foram meus dias.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O QUE É ARTE

Algumas vezes o entendimento é uma questão de interpretação e as vezes uma interpretação pode ser tão ou mais interessante do que a intenção original. 

Isso acontece muito em música e poesia. Uma delas que dá nisso é a poesia de Fernando Pessoa transformada em música, cantada por Caetano.
Navegar é preciso, viver não é preciso.
Duas interpretações são muito interessantes.

Navegar é necessário, viver não é necessário ou;
Navegar é exato, viver não tem exatidão, não tem maneira correta.

Independentemente da interpretação, é extremamente interessante e agradável aos ouvidos e ao pensamento.

Talvez essa seja a coisa interessante da arte. Cada um sente da forma que entende ou deseja.  Mas acho que essa é a beleza da coisa, quando alguma coisa faz você sentir algo que nem sequer foi a intenção original do autor.

O que um fala e o que o outro ouve podem ser coisas completamente diferentes. 

Percebemos bem isso quando ouvimos a estória de como foi feita uma música e até então entendíamos aquilo de uma maneira completamente diferente. Mas o que importa? O que importa realmente é o prazer que aquilo te dá. O que é o máximo para um não diz nada para outro.

Hoje eu estava com uma produtora teatral e embora concordássemos a respeito de um ator conhecido que fez algo recentemente que eu odiei ter ido e eles dizerem que acham ele chato e pouco carismático, tínhamos opiniões completamente contrárias em relação à Candida, que para mim foi uma das melhores coisas que eu vi ano passado e eles não gostaram.

Continuo pensando a mesma coisa: arte boa é aquela que você gosta.

UM DOENTE QUE GRITA

Os dois estão na faixa dos oitenta anos, ele para mais, ela para menos.
Ele agora com um derrame sério e muito incomodado porque depende dos outros para tudo e dirigia até menos de um ano atrás. Os dois eram completamente independentes. Agora ele está completamente dependente para tudo e ela já não tem mais idade para fazer o que está fazendo. 

Cada um tem sua maneira de ver as coisas e ele as vezes grita para conseguir o que quer imediatamente, e quando eu falo isso é imediatamente mesmo.

Observando a situação cheguei a uma conclusão de que ele quer ser atendido prontamente e se mantém muito calmo quando o é, porque talvez seja a maneira que encontra de ter algum controle físico sobre a sua situação.

CADA DOIDO COM SUA MANIA

Meus primos contam que no interior da Bahia apareceram uns chineses vendendo tênis e quase que não falam português. Vem oferecem os tênis, por, sei lá, só para dar um número, R$ 100,00, e o pessoal lá que já gosta de uma brincadeira, oferece R$ 250,00 por dois pares e o chinesinho não aceita.

Perto de um supermercado onde gosto de ir para comprar frutas tem uma mulher que vive na rua e me chama atenção porque ela está sempre sentada e olhando uma revista ou outra, com o maior interesse. Quando eu estava indo para o supermercado ela me pediu uma moeda e eu não tinha, mas disse a ela que iria arranjar.

Quando eu voltei quis dar para ela uma nota de dois reais, mas ela não quis e falou alguma coisa que eu entendi como não querer dinheiro em papel, e aí eu já tinha uma moeda de um real.

Dei para ela e ela muito contente aceitou.

E nem chinesa ela é.

domingo, 20 de novembro de 2011

O BOTECO NO BEXIGA PODE SER BEM ENGRAÇADO NUM DOMINGO














FOI ÓTIMO!

Convidar pessoas para minha casa era uma coisa que eu estava querendo há muito tempo, mas as poucas vezes que tentei não deu certo. Quando tenho uma sequência de dias muito movimentados, posso com muita facilidade desistir de qualquer coisa que parece complicada ou que não esteja dando certo.

Deu certo e foi emblemático. É outra coisa que pode acontecer.
Foi algo mais que fazia tempo que eu queria e finalmente aconteceu.
Convidei na madrugada de sexta para sábado e nos reunimos no sábado á noite.

Tivemos música como eu previa e foi tranquilo e muito bom.
Por fim estávamos o mesmo grupo de sexta.
Não precisava mais.

sábado, 19 de novembro de 2011

QUERENDO DESENCANTAR

Ontem fui longe para ouvir uma ultima apresentação de um amigo que embarca terça para já voltar de Portugal tocando num navio. Ele tem feito isso nesses últimos anos. Vai passar embarcado alguns meses.

Convidei ele para jantar em casa com a filha dele, e mais uns quatro amigos.
Faz tempo que tenho vontade de ter gente em casa, mas até agora não deu certo. Está encantado.

Liguei para minha filhotinha, mas ela está na praia.
Tem três músicos no meio desse pessoal.
Deve dar em música ao vivo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PAIXÃO DURADOURA

Também na última visita, numa conversa meu "pai", com 83 anos, me disse, com todas as letras, e mais de uma forma, que continuava apaixonado por minha "mãe", como se a tivesse conhecido hoje.

Desta vez ele, mais de uma vez, perguntou se ela havia vindo e falou bem da minha ex mulher, mas, por mais que eu reconheça que eles, como casal, são um exemplo a ser seguido, sei das minhas limitações.

Mas também lamento.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

AINDA FAZENDO GRAÇA

Não foi dessa vez, mas já foi depois do derrame.
Meu "pai" falava a respeito de uma estradinha que vai para um lugar a beira do Rio Preto, que chamamos de Prainha e dizia que ela naquele momento não estava boa e que não dava nem para manobrar nem chegar até lá então tiveram que voltar sem poder virar o carro.

Ao fazer o comentário achei muito engraçado que ele fizesse questão de esclarecer:
"Sem nenhuma conotação sexual, mas a sua mãe é muito boa de ré."
Achei o máximo que ele me viesse com uma dessas.

domingo, 13 de novembro de 2011

IMPLANTE DENTÁRIO - EU FIZ


Um dente incluso é um dente que não nasce.
Ele fica numa posição que não favorece para que isso aconteça.
Eu tive um e na época fiz uma cirurgia trabalhosa para tirar ele. O meu estava deitado. Por conta disso, de lá para cá usei uma ponte.

A odontologia sempre aparece com novas técnicas e novos materiais. Naquela época não existia implante.
Há um tempo atrás cheguei a ir numa empresa que fez um auê no mercado e acabou fechando, mas não me decidi por fazer e minha dentista que é muito boazinha, estava querendo me convencer a fazer isso.
Ela não é nenhuma criança, mas não tem experiência nisso e ainda está fazendo o curso de implante, e agora estava me propondo fazer com ela e seu professor da USP. Não me animei muito. Eu queria fazer com alguém que já estivesse fazendo isso todos os dias.

Achei que seria um procedimento muito traumático. Mas estava na minha lista.

Um dia, escutando rádio no carro, ouvi um programa que não tinha a ver com implante, mas gostei do que estava ouvindo e deixei ali e no final a pessoa falou sobre implante e também sobre a empresa especializada em implantes, da qual é um dos sócios. Eu tive uma boa impressão dele, o que me dava uma boa intuição. Decidi ir lá para conhecer.

Lá, antes de vê-lo fiz a avaliação com outro dentista e já decidi fazer naquele momento. Era parcelado e como eu quis diminuir o prazo tive um desconto no valor. O valor era menor do que minha dentista havia proposto. Depois de acertar o que iria fazer e assinar o contrato fui fazer uma radiografia panorâmica perto dali e já voltei com ela pronta, para ter uma conversa com Dr. Gabriel Lembo.

Gabriel Lembo é mais jovem do que eu imaginava, mas foi uma pessoa que não só me deu a impressão de saber o que estava fazendo como também gostei da conversa que tivemos a respeito de outros assuntos. Olhei minha agenda e marcamos para a sexta-feira da semana seguinte. Tivemos que remarcar duas vezes por imprevistos na minha agenda e na dele, mas fizemos na sexta-feira seguinte.

Ele é uma pessoa tranquila e não teve pressa. Foi muito bom. Foi rápido e não foi traumático como imaginei que poderia ser. Nessa primeira etapa o osso é furado e tem atarraxado nele o implante que é como se fosse um pino com uma rosca externa para fixá-lo no osso e uma rosca interna onde será encaixado e rosqueado um outro pino que terá a função de fazer a ligação entre o que está fixado no osso e encaixar  no dente.
Para fazer esses furos ele usa uma broca que é mais lenta, porém mais forte. Pensei que a sensação fosse ser péssima, mas não foi. Também não senti sangramento e ele me disse que o sangramento é pouco.

Durante o processo meu telefone tocou e como não pude atender, ao levantar da cadeira liguei de volta e pude falar normalmente. Fui dirigindo e voltei dirigindo e a medicação foi um antibiótico, um anti-inflamatório e, caso sentisse dor, que não senti, Lisador. Primeiros dois dias recomendação de líquidos e pastosos e bolsa de gelo no local, se achasse que precisava. Eu não precisei e não tive inchaço e estou passando a mão na altura do maxilar e não estou sentindo nada. Não sei se sirvo de base para ninguém, porque cada um pode reagir de uma determinada maneira. Eu normalmente, não tenho nem dor de cabeça

Ele acha que em condições normais é recomendável esperar entre dois e três meses para completar o processo, o que vou esperar com vontade de que chegue logo.

Não sei dos outros profissionais que trabalham na Simplan, minha experiência foi com Dr. Gabriel Lembo, mas se eu tivesse que recomendar alguém eu diria para procurar fazer com ele, de olhos fechados. Fiquei muito satisfeito. Ele está na unidade da Brigadeiro Luiz Antonio e você acha fácil o telefone na internet.

Só tem um aspecto que está me incomodando. Ele acha que, sempre que possível, é recomendável aguardar perto de três meses para fazer a segunda etapa e não quer que eu use uma ponte provisória enquanto isso. Como eu sei que está faltando algo estou me sentindo muito desconfortável porque fico com a impressão de que todo mundo também está vendo.

Estou me sentindo nu.
Mas isso também vai passar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

EQUILIBRIO ENTRE TRABALHO E LAZER

Trabalhei em todos os fins de semana nesses últimos trinta dias.
Calhou de ser assim.
O fato é que eu só ganho quando estou trabalhando, então vou e vou contente.
Também aconteceu de ter estado com gente interessante e, em alguns casos, com pessoas de quem eu gosto.

Não tenho tido tempo para ter uma vida pessoal e houveram algumas coisas que eu gostaria de ter feito, mas não está me matando não fazer. Um amigo deu um curso de mergulho para outros conhecidos e eu até falei que gostaria de ter ido mergulhar junto com eles no batismo, mas não deu.

Fazia tempo que não encontrava com os amigos dessa mesma turma e eles se reuniram para o aniversário de uma amiga na casa de outra. Era um domingo. Consegui passar por lá e ficar apenas por uma hora.

Também faz muito tempo que eu gostaria de chamar um casal que mora no mesmo andar do outro apartamento para beber algo lá em casa e ter mudado é mais um motivo para isso, mas ainda não aconteceu o dia conveniente para isso.

Fotografei na sexta e no sábado, quando estava a trabalho perto de Campos do Jordão e gostaria de ter tido  tempo para fazer algumas dessas fotografias em papel, mas não deu.

Parece que estou adiando minha vida, ou que não estou tendo equilíbrio nela, mas estou ganhando para quando tiver oportunidade de escolher o que faço e trabalhando tenho meu senso de missão completamente atendido.

Saint Exupery falava que era ruim quando sino tocava e você não tinha que ir. O sino tem tocado um bocado para mim. Gosto do que faço, então não me pesa, e embora não tenha dormido muito, estou cansado, mas ainda não estou esgotado. Ainda tenho gás para mais um pouco.

Hoje estava olhando que a malinha com a qual viajei semana passada e ainda estava na sala por desfazer, mas o tempo não tem sobrado para isso e algumas vezes quando chego quero me distrair um pouco em frente à televisão antes de ir dormir, sem estar cuidando de outras coisas.

Estou ambicionando a oportunidade de sentar na minha varandinha e ficar jogando um pouco de conversa fora.

Outros momentos tenho desistido de comer fora ou de ficar um pouquinho no Café do Pão de Açucar para ir direto para casa porque o tempo de ficar em casa tem sido raro e por isso mais precioso. No feriado da quarta pelo menos depois de trabalhar um tiquinho pude tomar uma cerveja e almoçar ouvindo amigos músicos tocarem.

Tenho pensado também em voltar para a academia, mas pagar uma academia cara e não ter a oportunidade de ir um dia sequer me faz pensar duas vezes.

Pretendia viajar no sábado, mas a agenda está ficando tão movimentada o dia inteiro, que acho que vou deixar para ir no domingo. Faz total sentido para mim. Quero aproveitar, relaxar, desprevenir. 

Um dia a mais antes de ir posso transformar em mais um dia lá antes de voltar. Posso escolher. Também já havia adiado essa viagem porque havia pensado fazer isso no feriado passado, quando também fiquei para trabalhar.

Não está parando, na verdade mesmo na semana do feriado estão acontecendo coisas, mas também tive antes uma ou duas semanas mais paradinhas.

Mas está na hora de parar por um pouco e fazer outras coisas que preciso fazer. 

Um acontecimento recente também me fez pensar nisso. Então, já já vai chegar a hora de ir ali, também para ser feliz por um pouquinho.

SEM PODER DESLIGAR O CELULAR

Nesses dias loucos que tenho tido, tive um deles que foi o mais louco.

Dormia entre uma e três horas e voltava a trabalhar entre as várias coisas que estavam acontecendo.Posso estar em qualquer lugar, na rua, meu escritório é o celular. Para que possa ser assim eu tenho que estar disponível, então não tem essa estória de "vou desligar o celular". Quem quer falar comigo num horário normal, espera que eu atenda.

Muitas vezes eu não tive um dia normal. Enquanto os outros dormiam eu trabalhava, mas outros clientes não precisam e não querem saber disso e se estão preferindo telefonar ao invés de mandar um e-mail é porque querem antecipar alguma coisa mais urgente ou muito importante. 
Eu vou atender.

Quando nesse dia eu tive um espaço de 5 horas inteirinhas durante o dia, voltei para casa, fechei as cortinas, coloquei uma venda dessas que se coloca para evitar a claridade e deitei. Lá pelas as tantas toca o telefone e eu acordo para ouvir de alguém "que queria falar com o responsável pela linha ou pela casa" e quando a pessoa não sabe com quem quer falar  eu já sei que é alguém com quem eu não quero falar.

Hoje, nesses casos, aparentemente inevitáveis, ligam para oferecer de tudo e aí eu digo: 
 - Desculpe, mas se você não sabe o nome da pessoa com quem quer falar, eu tenho certeza que não quero falar com você. Muito obrigado e desligo.

Se a pessoa sabe meu nome, e identifico logo o produto que quer vender pelo nome da empresa, já digo logo:
- Olha, muito obrigado pelo telefonema, mas seja o que for que você tem para me oferecer, não estou interessado. E desligo.

Esse pessoal é treinado para tentar manter você na linha para ouvi-los, mas já que não posso evitar que invadam a minha privacidade me ligando, sem que eu tenha solicitado, eu tenho me treinado para liquidar a ligação no menor tempo possível.

Pode até não ser muito delicado, mas também não acho que seja educado invadir a casa de alguém usando o telefone, para tomar o tempo de uma pessoa que não dispõe dele nem para as coisas que gostaria de fazer.

Não tenho nenhuma vontade de deixar estranhos decidirem com o que vou gastar o pouco tempo que tenho.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O CONSTRANGIMENTO DE DEPENDER DE ALGUÉM

Somos estimulados a ser independentes e gostamos disso desde crianças.
Crianças começam a gostar de andar, tomar banho e ir ao banheiro sozinhas. Cada coisa nova é uma vitória.

Com a doença ou o envelhecimento se faz o caminho contrário em todas essas coisas.

Ver um amigo que escolhi como um segundo pai sofrer as consequências de um derrame sério tem me feito pensar no envelhecimento e nas doenças que impedem as pessoas de serem independentes fisicamente. Voltam a depender de outras pessoas para tudo. Sair da cama, tomar um banho, se locomover e fazer as coisas mais básicas e mais íntimas como a higiene pessoal.

Parece a vida começando e terminando da mesma forma.
Saindo da dependência de bebê para a  independência e depois voltando da independência de adulto para a dependência trazida por uma doença ou da velhice. O constrangimento deve ser maior quando a pessoa é totalmente consciente e o corpo é incapaz de acompanhar a mente.

Ouvi a respeito de uma pessoa que conheço, e vendo a pessoa ninguém imagina, que ela perdeu a possibilidade de alguns movimentos com os braços, o que a impede exatamente de se alcançar para fazer sua higiene pessoal. Deve ser muito constrangedor. Só quem vive uma situação dessas pode imaginar o que é ter essa sensação de impotência e dependência além do natural constrangimento.

Nessas horas me dá uma admiração por essas pessoas que tem como profissão auxiliar as pessoas que estão incapacitadas, como enfermeiras, ajudantes de enfermagem, cuidadores e pessoas da família a quem coube essa tarefa, porque isso deve ser um trabalho duro.


Já estava esperando a oportunidade de um feriado para ir passar uns dias com esse "meu" pai e sei que muitas vezes o que ele queria antes disso era conversar, muitas vezes contando as mesmas estórias que eu já conhecia, mas que se ele não perguntava, eu não demonstrava que já havia ouvido.

Uma vez ele me disse que ele queria muito ter o tipo de conversa que nós temos com seu próprio filho, mas não conseguia. É difícil conversar com um filho como se conversa com um outro amigo adulto. Exige um aprendizado, para deixar as expectativas e as frustrações de lado para ouvir outra pessoa, que por acaso é seu filho.

Ouvi muito a ele dessa ultima vez depois do derrame e vou com toda a disposição de sentar sozinho com ele para ouvi-lo, porque sei que é algo que ele quer e dá valor: uma pessoa que o ouça e saiba que a cabeça continua funcionando bem embora o corpo esteja tendo muitas limitações.

Ter a cabeça a mil num corpo que está a cem pode enlouquecer uma pessoa.

DONA COISINHA E ELA SABIA QUEM ERA

Meu pai e meus tios trabalhavam juntos.
Meu tio Manoel, que era o patriarca da família, tinha uma secretária chamada Maria dos Remédios que além de dar um jeito em tudo e ajudar todos eles era duma sintonia com o que ele eles estavam fazendo e pensando que a tornava capaz de fazer coisas excepcionais.

Vou dar um exemplo, que se passou com meu pai, que sem lembrar do nome da pessoa com quem queria falar, lhe pediu para que ligasse para "Dona Coisinha".
E ela ligou.

Para a pessoa certa.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

DIAS DE 28 HORAS

Quando assisti o filme O Turista, uma das coisas que me chamou a atenção foi a vista aérea de Veneza, que não conheço. 
Não conheço a Europa. Foi uma cena rápida mas ficou na cabeça. Há umas três semanas eu estava no Shopping Higienópolis e entrando na Saraiva para olhar alguns livros de fotografia achei um "50 Wonders of the World" que tem fotografias lindas e uma delas era exatamente uma vista aérea de Veneza.

Comprei, trouxe para casa para abrir depois, até porque quero fazer isso calmamente.
Tenho coisas ainda para fazer em casa, tenho controles do trabalho para serem feitos, contas para poder pagar quem trabalha para mim e esses últimos dias não tem dado nem para dormir.

Coisas de camelo. Beber bastante quando tem água.

Gostaria de ter dias com 28 horas.
Tenho muitas coisas para fazer e os de 24 não estão sendo suficientes.

domingo, 6 de novembro de 2011

VIAJAR A TRABALHO PARA LUGARES INTERESSANTES

Algumas vezes ouvi de gente que viaja muito a trabalho para outros países que os amigos ou a família acham aquilo muito interessante, como se fosse uma tremenda vantagem. 

O que eles comentam é que na maior parte das vezes tudo quanto conheceram da cidade foi o aeroporto, o escritório ou a fábrica e um ou outro restaurante.

Fui sexta e sábado, a trabalho, para uma cidadezinha próxima a Campos do Jordão onde já havia estado há um milhão de anos.  

A Pousada do Quilombo é muito agradável, cheia de detalhes como: no banheiro produtos Occitane, lareira em todos os quartos com a primeira caixa de lenha lá prontinha para ser usada e lá já se tem a paisagem bem característica de montanhas de Minas Gerais.

O restaurante da Pousada é agradável, e havia um almoço incluso, que não aproveitamos embora estivéssemos relativamente perto. Lamentei por isso. No dia anterior no almoço uma truta ao molho de maracujá na cidade e o café da manhã na pousada dava uma boa idéia das possibilidades do almoço.

Não é o pior dos mundos, mas existe uma diferença entre fazer o que você quer na hora que você quer e cumprir horários e agendas a trabalho. Não impede que eu aproveite um pouco, mas não tanto quanto eu gostaria, mas está me lembrando que talvez eu tenha que fazer um pouco mais e também aproveitar um pouco mais.

A lareira, nem acendi, não estava frio, e eu estava sozinho, mas o grande motivo era pensar que poderiam haver melhores ocasiões para isso.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

NUNCA DESPREZE UMA ADOLESCENTE FEIA


Acho que você tem muitas razões para isso, mas se não for por uma razão melhor, que seja a de que você  não faz idéia do que uma adolescente feia irá se tornar no futuro. 

Dois ótimos exemplos disso são a Luciana Gimenez e a Ana Hickman, que são provas vivas que o patinho feio pode se transformar em cisne. 

As da Luciana que estão acima ela já estava ajeitada, se tivesse uma dela mais nova você não dizia que ia se transformar no que ela é hoje, mas não consegui achar as fotos que eu havia visto.

Resta a você crer.

ADRIANE GALISTEU EU ADORO ESSA MOÇA

Semana passada dando uma zapeada nos canais da televisão e encontrei a Adriane Galisteu com o programa da Luciana Gimenez sendo dedicado a ela. 

A Luciana não consegue prender minha atenção mas depois de conhecer a Adriane eu posso dizer que adoro essa moça e depois de passar a gostar dela comecei a me interessar e gostar do que ela tem a dizer.

O Senna foi, provávelmente, o único ídolo que tive em minha vida e acho que a família dele conseguiu criar uma imagem negativa da Adriane que até para mim durou até ter esse contato com ela. 
Quando o Senna ganhou o tricampeonato da Fórmula Um era de madrugada e eu estava vendo a corrida sozinho. Quando desliguei a televisão pensei que gostaria muito de conhecê-lo pessoalmente, mas que não fosse numa situação de fã. 

Acho que o desejo foi grande, porque aconteceu rápido.

Houve uma festa para comemorar na fazenda do Senna em Tatuí e eu estava trabalhando no Banco do Brasil e também como diretor numa empresa que fazia arquibancadas e banheiros para eventos. 
Negociei com o pai do Ayrton que teve a delicadeza de me convidar também para a festa.
Passei a semana indo a Tatuí e no sábado à tarde, depois dos treinos no kartodromo que tem dentro da fazenda, ficaram poucas pessoas além da família. 

Acho muito desagradável quando uma pessoa famosa não tem um minuto de sossego e essa foi a única ocasião em que não resisti, e ele antes que eu dissesse o que queria já perguntou onde estava a máquina fotográfica. Ótima foto. Ele, eu e ninguém mais.

Com a Adriane encontrei muitos anos depois.

A mulher do meu primo era uma estilista que estava indo muito bem, vestindo muita gente famosa, inclusive a Adriane. Teve um câncer que voltou um ano depois. Fui visitá-la quase todos os dias no hospital  e haviam tantas visitas que trocaram o apartamento onde ela estava por um outro com uma ante-sala. Um dia eu estava chegando nessa ante-sala quando vi a Adriane entrando no quarto. Quando ela saiu do quarto veio direto para mim e disse: - Você eu não conheço! E se apresentou com um  beijo e assim foi todos os dias. 

Ela e Dona Emma, mãe dela iam ao hospital quase todos os dias e ficavam muito tempo.
A mulher do meu primo, veio a falecer dentro de um mês da internação e era bem cedo quando cheguei no hospital e a Adriane apareceu logo.

Conversamos um pouquinho e eu disse para ela que não tinha a menor importância para ela, mas que ela tinha feito um milhão de pontos comigo pela atenção que ela tinha tido com a Vera. Ela me respondeu que quando gostava de alguém era assim.

Hoje quem gosta muito dela sou eu.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A REPUTAÇÃO DE UM ADOLESCENTE

Presenciei a conversa.

A escola tem muitos filhos de estrangeiros como alunos.
Permite que os pais almocem no refeitório, com os filhos.
Eles americanos, recém chegados ao Brasil, tem dois filhos, um de oito o outro com doze anos.
Ela me contava dessa possibilidade de almoçar com o filho mais velho e perguntou se podia ir almoçar com ele.

Ele disse que não, porque se fosse ela fosse iria "arruinar sua reputação".

Achei a sinceridade muito divertida, mas acho que no futuro almoçar com ela vai se tornar muito mais importante que a reputação junto aos amigos.