Total de visualizações de página

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

AS MULHERES ENVELHECEM ANTES

Estava vendo um programa no Futura e uma das entrevistadas veio com algo muito interessante.
Disse que as mulheres envelhecem antes. Que começam a envelhecer aos vinte anos quando começam a perceber em si mesmas detalhes que nenhum homem nota e começam a ficar preocupadas com aquilo.
Começam ali a sentir o peso de uma idade que não tem. Os homens, ela constatava, se sentem envelhecer apenas quando ficam doentes.

Achei a conclusão brilhante.
Essa é a chave.
Como cada um sente a si mesmo.

É claro que existem pessoas que pensam diferente, mas a conclusão dela tem uma grande abrangência, para ser aceita como verdade, como análise da diferença de pensamento entre gêneros.
Muito do envelhecer está dentro da sua cabeça.

É bom que a pessoa seja consciente de si mesma, para que não se engane, nem faça um papel ridículo, mas ao se sentir bem a respeito de si mesma e ao não valorizar demais pequenos detalhes que não a favorecem, não chama a atenção para algo que ninguém notou antes, ou começa a se torturar, sem nenhum motivo.

Eu aprecio a beleza, mesmo que ela não seja para mim, e a vejo, mesmo onde a maior parte das pessoas não a encontra tão facilmente. E tenho prazer em reconhecer essa beleza como uma dádiva, não só para a pessoa que a tem, como para quem passa perto e tira disso algo bom para o seu dia.

Existem adolescentes lindas e jovens maravilhosas, mas determinadas qualidades aparecem com o passar dos anos, quando podemos chamar de uma beleza madura, com o que isso significa.
Madura, pronta para ser aproveitada.
Para muitas mulheres, amadurecer as torna mais bonitas.

Entre a inúmeras qualidades que uma mulher pode ter, três me chamam mais a atenção de imediato.
Bom humor, inteligência e beleza.
Nessa ordem.
Até porque se existirem as duas primeiras a terceira não faz tanta falta.
Confesso que é beleza é a qualidade que primeiro nos chama a atenção, mas é a presença das outras que nos torna cativos.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

AMARGURA E FALTA DE EDUCAÇÃO


Eu estava no supermercado que tem um Foto Center enquanto esperava a gravação de dois DVDs com 700 fotos com alta definição.  Como isso demora fui ao restaurante que tem no próprio supermercado.
Enquanto estava lá apareceu um senhora com duas crianças, e pela conversa ficou evidente que eram seus netos, mas o que chamou atenção foi ela falando alto o tempo todo e reclamando de tudo de forma grosseira, mal educada.

Uma pessoa como ela envenena todo o ambiente.

Ela até tinha razão em alguns aspectos, mas esquecia que estava num restaurante de supermercado, com preço baixo, e reclamava como se estivesse num restaurante de primeira linha pagando valores de acordo com isso e quase que gritando. As crianças sentaram em uma mesa e começaram a comer enquanto a avó fazia a cena desagradável para todos que presenciavam.  Em algum momento eu vi a menina perguntando se o menino tinha visto a cara da avó mas eles riam e se divertiam com a conversa entre eles sem dar muita atenção ao que ela fazia.

Eles pareciam acostumados com a falta de modos dela.
Mas quem foi obrigado a presenciar aquilo, não.
Ela transpirava amargura e fez mal a todos que estavam à sua volta.
Ia ser ótimo se fosse possível manter pessoas assim dentro de uma jaula, coisa apropriada para as feras que são.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VOU MARCANDO MEU CAMINHO COM MIGALHAS DE CARINHO

Gosto muito dessa frase.
É da música Má Companhia da banda Corredor 5.
Sinto que tenho feito isso na minha vida e essas pequenas demonstrações de afeto tem feito toda diferença. Porque, como o Cazuza, de vez em quando me sinto um Maior Abandonado.

Eu sou carinhoso
Na véspera do dia que eu comecei a escrever isso eu havia encontrado uns amigos num bar e trocamos muitos carinhos e talvez eles nem façam idéia de como esses beijos e abraços são importantes para mim. Assim como quando passo pelo supermercado e a "hostess", que hoje conheço, e que é uma pessoa de muita elegância nas atitudes, me abraça e me beija também tem esse valor para mim, porque não o está fazendo por obrigação.

Agora estou voltando do casamento de uma prima, que foi realizado dia 24 e por uns dias,  eu que vivo sozinho desde a separação, e que sou um cara de família,  e sinto falta, disso tive um pouco, que vai me fazer sobreviver por um tempo. Esses casamentos em família, para mim, são ocasiões são carregadas de emoção e do tipo de amor que me tem feito mais falta.

Acho que algumas coisa me são emprestadas, não me pertencem, mas fazem parte da minha vida naquele instante.
Mas me fazem feliz, ainda que seja por um pouquinho.

O MELHOR NATAL EM ANOS

Uma prima resolveu se casar no dia 24 de dezembro em Curitiba e eu desde o primeiro momento já disse que ia. Foi uma ótima decisão. Eu estava com sede e fome de família. Fui dia 23 e voltei dia 27 sem pressa.
E tive família por uns dias.
Também foi divertido e nada monótono.
Teve Elvis "Costela", um bar que tem um sósia do Elvis Presley cantando com uma banda.
Teve cerimônia na igreja.
Fotografei muito. Umas poucas estão aqui.
Ceia de Natal no hotel onde os noivos estavam, com a família, Papai Noel e suas ajudantes e tour pela cidade.
Incluindo o cenário mais famoso de lá no Natal.
Assim como essa micro igrejinha,
com um jardim maravilhoso,
e com direito a picapau na árvore. (Essa, que aqui parece escura, se clicar nela, vai ver melhor) e uma volta para São Paulo, sem pressa, entrando um pouquinho pela Estrada da Graciosa,

Parando onde eu via poesia na paisagem.

Não importava onde,

E não deixando para depois o que havia pensado em fazer um dia, mesmo tendo que sair do caminho para ver a Caverna do Diabo, em Eldorado.
E agora de volta, em casa, para retomar a vida e fazer tudo que esteja pelo meio do caminho.

domingo, 18 de dezembro de 2011

SORRIR ATÉ QUANDO A VONTADE É DE CHORAR

Outro dia desses me apareceu a seguinte frase atribuída ao Cazuza:

"Sorrir não significa necessariamente que você está feliz.
Às vezes isto significa apenas que você é forte."

Toda vez que aparece alguma coisa que eu acho inteligente, uma boa conclusão ou que vai fazer outras pessoas darem uma boa risada, eu compartilho.

Gosto de dividir aquilo que é bom.

Minha amiga Luciana que curtiu no face, quando me encontrou, me repetiu aquilo como verdade a respeito dela mesma com outras palavras e, como sempre, essas coisas me fazem pensar.
Acho que eu faço a mesma coisa.
Também sorrio.

Mas nada me fez pensar mais nisso do que uma prima, que está no hospital convalescendo de uma cirurgia que durou dezesseis horas e está longe da maior parte da família.
Antes da cirurgia tivemos tempo para fazer algumas coisas e demos uma boas risadas porque é sempre melhor tornar uma coisa pesada, leve, mas ela e eu sabíamos da seriedade do assunto.

Sempre sou otimista e sempre tenho a certeza de por fim tudo vai sair bem, mas para mim era para tornar a coisa mais leve e para ela é algo maior, porque queria que, por mais que devessem, que as pessoas não se preocupassem com ela.

Tenho fotografado ela nesses últimos vinte dias e anteontem uma amiga dela, que é quase irmã, me pediu uma nova foto que eu fiz com o maior prazer. E ela que já está enjoada de estar no hospital, e com todas as coisas que isso acarreta, nos deu naquela foto seu melhor sorriso, não porque ela esteja feliz.

Mas porque ela é forte.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

RELACIONAMENTOS, SEJAM QUAIS FOREM, DÃO TRABALHO

Uma pessoa comentava comigo a respeito de uma amiga que toda vez que algumas amigas em comum marcam algo, não importa o que seja, ela vai e faz o mesmo com outras pessoas de quem é amiga também.

Quando ela comentou que a admirava por isso a amiga respondeu que se ela quiser manter os relacionamentos, ela tem que fazer isso, pois se começar a não ir para as coisas para as quais é convidada as pessoas vão começar a pensar em não chamá-la.
Disse que relacionamentos dão trabalho.

Lembrei de uma sobrinha que não respondia a nada que a gente mandava para ela, por email ou pelo facebook e eu escrevi para ela dizendo que aquilo estava me fazendo pensar em tirá-la do meu face e nem a isso ela respondeu.
Tirei ela.
A sensação que eu tinha era a de estar dividindo muito de mim com alguém que não trocava nada comigo. Não quero nenhum tipo de relacionamento esquisito.

A maior parte das pessoas tende ao comodismo e à preguiça, e não estão dispostos a fazer nada que dê trabalho e eu vejo isso também por mim, que alguns momentos, até com bons motivos para isso, por estar cansado de um dia longo ou de uma noite mal dormida, acabo desistindo de fazer algumas coisas.

Também pensamos no que temos que fazer  para que aquilo aconteça e dizemos a nós mesmos que aquilo não vale a pena. Talvez seja por isso que algumas pessoas saem menos, principalmente mulheres, que calculam o tempo que vão precisar para se sentirem "arrumadas".

Confesso que depois de um tempo acostumei a ir aonde eu quero, quando estou com vontade, para ver pessoas que acho que tem a ver comigo.
Talvez esteja na hora de estar mais disposto a ter mais trabalho com os relacionamentos.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O CACHORRO MAIS ESPERTO QUE VOCÊ



Ouvi a estória de uma mulher que percebeu que o marido fazia a maior festa para o cachorro deles quando chegava em casa e com ela não era tão efusivo, mas observando bem ela percebeu que o cachorro ia recebê-lo na porta de casa na maior alegria todos os dias.
Ela resolveu mudar o jogo e quando o marido estava para chegar trancou o cachorro no banheiro foi recebê-lo na porta e depois comentou:
- Não é tão mal. Tapinhas na cabeça e festinha na orelha.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

APRENDENDO COM OS OUTROS

Cheguei numa idade que consigo ouvir e aprender com os outros, mas muito me incomoda quando encontro alguém que pensa que sabe tudo e que sua opinião é a mais verdadeira ou a que mais conta e que a consequência disso é que pode dizer o que quiser.

No meu caso, o que faço é resistir bravamente a dar opiniões não solicitadas, embora as tenha.

Também já aprendi a deixar para lá quando não acho que seja muito importante ou que não vai ajudar em nada, mas isso também não quer dizer aceito lições que acho que não preciso, ou que concordo com o que me disponho a ouvir e não digo quando penso o contrário, para evitar uma discussão, que muitas vezes pode levar ao crescimento.

Falar disso me lembrou dum sujeito que casou com uma surda-muda e quando perguntaram como eles se comunicavam e ele disse que através da linguagem de sinais que ele havia aprendido e quando indagaram como eram as discussões, ele disse que ela falava tudo que queria e depois fechava os olhos.

domingo, 11 de dezembro de 2011

ESCOLHENDO A BAGAGEM DA VIDA


Poderíamos olhar para o que vivemos como coisas que vamos acumulando numa mala, e que o melhor que poderíamos fazer seria, ao chegar a cada lugar, olhar para o que está dentro, para decidir o que é bom manter para o próximo destino e no que deveríamos tirar, porque está fazendo muito peso e não nos serve mais.

Como uma criança nos agarramos a coisas que não fazem o menor sentido guardar, como um brinquedo quebrado e sem conserto, simplesmente porque um dia foi bom, mas agora não é mais.
São decisões difíceis porque temos a esperança que um dia possamos dar um jeito naquilo.

Estou querendo aprender a viajar leve.

A VIDA QUE VIVI

Já vivi uma vida e, nessa vida, situações que tenho dúvidas se quero viver novamente da mesma forma. 

Mas acho que a gente sempre quer repetir as situações que foram muito boas. 

É bom não perder a esperança.

sábado, 10 de dezembro de 2011

OS AMIGOS DOS AMIGOS - HENRY JAMES

Uma coisa apenas pode fazer uma noite perfeita.
Já havia decidido ir ao teatro e haviam três peças as 21hs e cheguei em cima da hora no CCSP. Decidi por "Os amigos dos amigos" e me chamou a atenção de ter pouca gente para ver especificamente aquela peça, mas acreditei.

Não podia ter feito melhor escolha.
Fiquei extasiado.

Um texto espetacular e muito elegante. Um jogo de cena com duas atrizes alternando os papéis dos três personagens, inclusive do personagem masculino, sem nenhuma troca de roupa.

Fantástico !

Tive um prazer imenso em ter ido.

AS VEZES É SÓ UM PAPO.

Acabei de sair de uma loja de material de construção.
Estava na fila do caixa e comecei a bater um papo com a moça que eu havia encontrado no corte de madeira e a conversa começou a ter conteúdo. Quando chegou a minha vez de pagar, paguei, me despedi e fui embora.

Outro dia sentei com uma moça no almoço e conversamos e até dei uma carona para ela porque era meu caminho, mas não pedi nem dei meu telefone. Sinceramente nem sei se a reconheço.

Não importa se a conversa rende, ou se falamos de coisas sérias, porque normalmente prefiro uma conversa que me acrescente do que um papo bobo sobre a temperatura ou o tempo.

Foi uma boa troca, e, às vezes, é só isso.
Não precisa mais.

SER BONZINHO OU PARECER BONZINHO

Nunca fui de jogar para a platéia. Ou gosto ou não gosto.

Sempre fui pouco político e talvez por isso, até indelicado em algumas situações. Nunca fui de ficar alisando quem eu não gosto ou fazer de conta que está tudo bem quando não está tudo bem.

Talvez não seja a coisa mais inteligente ou elegante para se fazer, mas eu não sei fazer diferente.

Me parece desonesto.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

NUNCA FANTASIEI

Quando você está com alguém e cria fantasias com outra pessoa, acho que você não está ali.

Está criando uma realidade paralela, para tornar o que está vivendo mais interessante, ou até, no pior dos casos, tolerável
.
Sempre estive ali onde estava fisicamente. Integralmente.

Quem sabe eu até poderia ser acusado de falta de imaginação, mas eu sempre acreditei em aproveitar cada pedacinho da pessoa com quem você está.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

TENHO TANTO SENTIMENTO - FERNANDO PESSOA


Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar

SOFRER COM O SOFRIMENTO DO OUTRO

Me deixo levar por cenas que vejo.

Um reencontro emocionado, por exemplo, mesmo que eu não conheça as pessoas, também me emociona.
Sinto empatia por pessoas que não conheço.

Tenho ido esses últimos dias ao hospital onde está uma prima, que depois de uma cirurgia grande, mas muito bem sucedida, ainda se encontra na UTI. Há alguns dias encontramos um grupo imenso de familiares e amigos de uma pessoa que estava na mesma UTI. Eu estava ali à noite quando o médico veio na recepção do hospital, dar notícias graves a respeito do estado de saúde e domingo quando saía do hospital à tarde percebi o mesmo grupo grande dentro e do lado de fora do hospital estavam duas pessoas da família ao lado de um carro de uma funerária, com uma pessoa que mostrava num folder colorido imagens de caixões.

Não conheço a pessoa, nem tive curiosidade de perguntar nada a respeito. Imagino que seja jovem, pela comoção de algo aparentemente inesperado. E naquele momento me senti triste por eles e me senti até um pouco constrangido por estar tão feliz com a recuperação da minha prima.

Tenho uma amiga para quem eu disse, que dentro de determinado grupo, ela é a pessoa mais adequada para ser minha amiga. Talvez por ela também ser toda sentimento. Estávamos com ela, quando ela procurava parecer que estava bem, mas eu sentia que ela não estava, e me senti um pouco triste por isso também.

SÓ ESTOU FALANDO ISSO PORQUE EU GOSTO DE VOCÊ

É muito fácil perceber o erro no outro.
Principalmente das pessoas muito próximas.

Muitas vezes não falamos nada, embora aquela realidade esteja ali gritando, porque queremos evitar um confronto que pensamos que não vai levar a nada, ou seja, pode se tornar uma briga desnecessária e improdutiva e depois criar um mal estar que pode durar mais tempo do que seria suportável, com uma péssima relação custo/benefício.
Não é como a pessoa se vê. Falar não vai ser a maneira pela qual a pessoa vai conseguir uma outra percepção que a leve a uma mudança.

Alguns amigos e parceiros ficam resignados, ao menos por um tempo. Outros ficam deixando aquilo crescer até ficar grande demais para ficar dentro e então explodem como um milho de pipoca.
A maneira como cada um se percebe e o erro de avaliação nessa percepção em relação ao que podia se chamar de senso comum é notada pelos outros, mas não por nós mesmos.

Escutei uma vez a respeito de um pessoal que dava um toque na pessoa que tinha mau hálito e parecia não perceber. Como avisar a outra pessoa era constrangedor para ambos, a pessoa entra em contato com www.bomhalitohelp.com.br dando os dados para contato da pessoa com halitose e eles se encarregam da comunicação do problema.

A lembrança disso, um dia desses, me deu uma idéia divertida e um pouquinho diferente, porque eu tentava calcular qual seria o impacto da participação de um amigo ou um familiar que nos conhece muito numa terapia. A pessoa conhece nossos defeitos melhor do que nós temos consciência deles.

Normalmente queremos causar uma boa impressão e acho que isso muitas vezes inclui tentar impressionar o terapeuta e também a nós mesmos. Na maior parte das vezes temos uma boa imagem das nossas atitudes. Pensamos bem a respeito de nós mesmos. Achamos que estamos fazendo a coisa certa e talvez até estejamos fazendo nosso melhor, com as informações e percepções que temos, mas se tivéssemos mais informações, mais feedback, seríamos melhores, mais rápido.

O fator mais importante é a maneira como é dito e por quem é dito, mas pode acontecer de quem conhece melhor o assunto não poder sequer abrir a boca sem que o mundo caia ou que uma resistência total, ao que poderia ser bempositivo, seja criada.

Eu mesmo gostaria muito disso, vindo de uma maneira apropriada, já que sou adulto, vivo sozinho e dependo exclusivamente de mim para ter um feedback válido.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

PENSANDO MAIS DO QUE FALANDO

Tenho andado ocupado e estou cansado, mas com vontade de parar para pensar nas coisas nas quais não estou pensando tanto quanto eu gostaria. Olho sempre o lado bom das coisas, mas isso não significa que o lado ruim não exista e que não me pegue.

Tem pego um pouquinho ultimamente.

Normalmente eu sou bem humorado, mas fico enjoadinho como um bebê quando estou cansado e eu acho que eu estou muito cansado. Estou começando a prestar atenção para não achar defeito em coisas nas quais eu não possa dar jeito e reagir, mesmo que sozinho, de maneira mal humorada..

Estou precisando de uma folga.

Dessa vez o Natal está chegando e não estou em dúvida para onde eu vou, e isso é bom, porque é menos uma coisa que eu faço daquela forma porque tem que ser daquele jeito porque de outra forma seria pior.
Estou querendo o melhor.

Estou com sede e fome de família e também transbordando de algumas coisas.

A MESMA COISA BEM AQUI

Estive em New York apenas uma vez e passei lá algo como um dia e meio. Saí de lá no sábado antes da fatídica terça 11 de setembro. Estava com a filhotinha e na volta do Central Park almoçamos num pequeno restaurante numa rua paralela ao Parque. Achei tudo ótimo e duas coisas me chamaram a atenção. Uma eram os ventiladores que eram com se fossem grandes folhas de árvore que se movimentavam, a outra era o saleiro que era bem pequeno e delicado.

Quando saímos do restaurante eu quis ver se achava daquele saleiro para comprar e encontrei logo, em embalagem com 12 unidades. Comprei e ainda tenho alguns porque queria dar para pessoas de quem eu gostasse muito. Fazem mais de dez anos agora e semana passada fui encontrar uma prima que estava pela 25 de Março. 

Quando estava passando por uma loja vi de relance numa prateleira o mesmo saleirinho.  Bem aqui.

Isso me lembra de quando fiz uma viagem de carro até o interior da Bahia, passando por Porto Seguro, onde encontrei um Santo Antônio esculpido em madeira com mais ou menos um metro de altura. Naquela época minha ex gostava de Santo Antônio e andei com aquele santo imenso desde a ida até voltar para São Paulo e dar o presente. 

Uns quinze dias depois fui ao Embu e vi à venda uma estátua de Santo Antônio em madeira.
Igualzinha.

A menos de 20 quilometros de casa.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A FELICIDADE COM UMA FOTO


Lembro de quando estávamos namorando dela ver umas fotos que eu tinha tirado de uma amiga, numa época que nem juntos estávamos, e ter mencionado isso de alguma forma. Talvez até estivesse numa carta. Era uma amiga bonita e ela ciumava do cuidado com que as fotos tinham sido tiradas.

Eu tinha outras fotos bonitas, feitas por puro prazer, com máquinas que nem boas eram, mas essas são daquelas coisas das quais a gente abre mão, quando não fazem parte da nossa profissão, em favor de um bom relacionamento. 

De certa forma esqueci um pouco do quanto eu gostava disso.

Tenho lembrado.

Gosto de fotografar muitas vezes a mesma pessoa, na mesma situação, porque um segundo faz a diferença entre fotos que parecem quase iguais. E elimino muita coisa porque quero a foto que, mais do que eu, a pessoa goste.  

Meu prazer está muito na felicidade da pessoa com a própria foto. Ela se acha bonita ali.

O boteco do Bexiga é arrendado apenas no domingo. Eles são professores. No outro fim de semana eu fui para lá e tirei umas fotos de umas pessoas que poderiam ser personagens, mas também tirei uma fotografia da esposa de um deles.

Essa não fazia parte das fotos "engraçadas" e eu fiz uma ampliação grande em papel. A parede roxa deu um ótimo fundo roxo. Eu achei que tinha ficado uma bonita foto. Nesse domingo eu dei uma passada lá só para levar a foto como um presente. Ela não estava então dei para o marido dela, que quando viu a foto ficou muito contente e me abraçou muito.

Sexta-feira eu havia feito outras fotos para dar de presente, até como um agradecimento e o resultado foi o mesmo nessa segunda. E sábado tirei outras na casa de uma amiga e lembrei que a Gabi disse uma vez que cada vez que eu fotografo eu escolho uma musa. Acho que eu não escolho. Eu fotografo e olho o que fotografei e vejo que aquela pessoa rende e aí fotografo mais e mais. E foi o que aconteceu.

Mas quem ficou feliz fui eu.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

CÂNCER COMO UM PRIVILÉGIO

Numa conversa anteontem ouvi isso.
A pessoa colocava ter um câncer um privilégio.

Toda vez que ouço um raciocínio que me surpreende porque nunca pensei naquilo daquela maneira, tento ver de forma a exercitar meu entendimento. 

Pensar como outra pessoa, que sente algo diferentemente daquilo que eu imaginava, me ensina muito. Posso até, depois de elaborar sobre o enfoque,  não concordar, mas fazer isso aumenta a minha compreensão.

Ela passou por um câncer que está curado, e a doença a fez rever pontos de vista e a dar mais atenção ao que importa e deixar para lá muita coisa que não tem importância. Eu disse a ela que eu precisava pensar sobre o assunto. 

Na hora eu compreendi o que ela queria dizer, mas eu precisava elaborar para saber se eu concordava com aquilo e se aquilo servia para mim, e hoje sei que não consideraria ter uma doença um privilégio.

Privilégio eu considero aprender alguma coisa com as situações que a gente vive, inclusive essa, e também tirar lições das experiências de outras pessoas, até porque tem gente que sobrevive a doenças graves ou situações que a morte passa perto e não aprende nada.

Meu "pai" teve a visita de uns amigos e o filho deles tocou e cantou para ele Epitáfio, dos Titãs e a música sensibilizou tanto a ele, que da penúltima vez que fui visitá-lo ouvi a respeito e pedi ajuda para gravar um CD que tem várias vezes essa música.  Ele pede frequentemente para ouvir.
Essa música também é uma grande lição, que mais que cantar temos aprender a vivê-la, antes que chegue a hora do nosso próprio epitáfio.

EPITÁFIO



Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...

sábado, 26 de novembro de 2011

TRABALHAR SÓ COM QUEM CONHEÇO

Não quero todas as oportunidades de negócio, até porque sei que não tenho tempo para isso e não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, embora fosse achar isso ótimo, nem tenho tantas pessoas trabalhando para mim.

Tenho expectativas altas e sei que não são todos que cumprem.

Quero atender bem uns poucos clientes porque sei que, algumas vezes, uma outra pessoa não atende as expectativas. Também penso ser melhor não atender do que atender mal.

Há uns dias atendi um telefonema de uma cliente enquanto estava com outra e falei que não teria como atendê-la porque não dispunha de ninguém. Depois de desligar a cliente com quem eu estava me falou que poderia recomendar uma pessoa que trabalhava para ela e para quem eu poderia terceirizar aquela solicitação. Falamos com a pessoa que ela recomendou e não só agendei o que precisava como perguntando quanto ele gostaria de cobrar para ficar feliz e atender bem ao que era solicitado, disse que iria pagar mais do que ele estava me pedindo.

Dois dias antes passei as informações por e-mail e na véspera ele me ligou para dizer que tinha um compromisso prévio com um cliente dele que havia esquecido de anotar na sua agenda e que com isso não poderia atender ao combinado.

Não gosto de lidar com quem faz papel de moleque, mas não acho que adiante ficar dizendo verdades para uma pessoa que nunca vi e que nunca mais pretendo contatar para nada.
Não tenho nenhum compromisso ou interesse no seu crescimento como pessoa, para me desgastar dizendo tudo que penso a respeito dele e da sua atitude.

A coisa só não era pior porque não faço questão de aparecer como o "bacana" que resolveu sozinho o problema dela e quando liguei para oferecer aquela solução eu disse que era uma pessoa que eu não conhecia, mas que havia sido recomendado pela pessoa que estava comigo na hora que falamos no telefone.

Com essas coisas acontecendo fico cada vez com menos vontade de trabalhar com quem não conheço.

Esse, por exemplo, foi uma péssima experiência.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

QUANDO AQUELE NÃO É O SEU DIA

Há dias que parecem não serem os nossos.

E a gente fica querendo dizer "esse não é o meu dia" quando a segunda coisa errada acontece.
Tive um dias desses essa semana. 

Mas acho que eu tenho que admitir que eu tenho levado a maior parte das coisas de uma forma muito mais relaxada. 


Aprendi que quando você tem alguma coisa realmente te incomodando a melhor atitude é resolver o assunto o mais rápido possível.


E pelo menos posso dizer que os dias seguintes foram meus dias.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O QUE É ARTE

Algumas vezes o entendimento é uma questão de interpretação e as vezes uma interpretação pode ser tão ou mais interessante do que a intenção original. 

Isso acontece muito em música e poesia. Uma delas que dá nisso é a poesia de Fernando Pessoa transformada em música, cantada por Caetano.
Navegar é preciso, viver não é preciso.
Duas interpretações são muito interessantes.

Navegar é necessário, viver não é necessário ou;
Navegar é exato, viver não tem exatidão, não tem maneira correta.

Independentemente da interpretação, é extremamente interessante e agradável aos ouvidos e ao pensamento.

Talvez essa seja a coisa interessante da arte. Cada um sente da forma que entende ou deseja.  Mas acho que essa é a beleza da coisa, quando alguma coisa faz você sentir algo que nem sequer foi a intenção original do autor.

O que um fala e o que o outro ouve podem ser coisas completamente diferentes. 

Percebemos bem isso quando ouvimos a estória de como foi feita uma música e até então entendíamos aquilo de uma maneira completamente diferente. Mas o que importa? O que importa realmente é o prazer que aquilo te dá. O que é o máximo para um não diz nada para outro.

Hoje eu estava com uma produtora teatral e embora concordássemos a respeito de um ator conhecido que fez algo recentemente que eu odiei ter ido e eles dizerem que acham ele chato e pouco carismático, tínhamos opiniões completamente contrárias em relação à Candida, que para mim foi uma das melhores coisas que eu vi ano passado e eles não gostaram.

Continuo pensando a mesma coisa: arte boa é aquela que você gosta.

UM DOENTE QUE GRITA

Os dois estão na faixa dos oitenta anos, ele para mais, ela para menos.
Ele agora com um derrame sério e muito incomodado porque depende dos outros para tudo e dirigia até menos de um ano atrás. Os dois eram completamente independentes. Agora ele está completamente dependente para tudo e ela já não tem mais idade para fazer o que está fazendo. 

Cada um tem sua maneira de ver as coisas e ele as vezes grita para conseguir o que quer imediatamente, e quando eu falo isso é imediatamente mesmo.

Observando a situação cheguei a uma conclusão de que ele quer ser atendido prontamente e se mantém muito calmo quando o é, porque talvez seja a maneira que encontra de ter algum controle físico sobre a sua situação.

CADA DOIDO COM SUA MANIA

Meus primos contam que no interior da Bahia apareceram uns chineses vendendo tênis e quase que não falam português. Vem oferecem os tênis, por, sei lá, só para dar um número, R$ 100,00, e o pessoal lá que já gosta de uma brincadeira, oferece R$ 250,00 por dois pares e o chinesinho não aceita.

Perto de um supermercado onde gosto de ir para comprar frutas tem uma mulher que vive na rua e me chama atenção porque ela está sempre sentada e olhando uma revista ou outra, com o maior interesse. Quando eu estava indo para o supermercado ela me pediu uma moeda e eu não tinha, mas disse a ela que iria arranjar.

Quando eu voltei quis dar para ela uma nota de dois reais, mas ela não quis e falou alguma coisa que eu entendi como não querer dinheiro em papel, e aí eu já tinha uma moeda de um real.

Dei para ela e ela muito contente aceitou.

E nem chinesa ela é.