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terça-feira, 27 de abril de 2010

TIA NOHEME

Nesse último final de ano, no Rio, fui visitar minha tia Noheme.

Desta vez ela, ela, já com 90 anos e com muitas dessas coisas que a idade traz, incluindo o Ahlzheimer, ainda lembrou quem eu era, mas estava acamada e dessa cama não mais sairia.

No ano anterior, no final do ano também fui visitá-la e depois de conversarmos em casa, perguntei a ela se gostaria de passear e liguei para minha prima Carolina, que disse que não havia problema, mas que ia dar muito trabalho, porque tia Noheme estava com o caminhar muito lento.

Fomos a Lagoa, Ipanema e Leblon, passamos em Copacabana onde encontramos minha mãe que foi ao carro para falar com ela e depois perguntei se ela gostaria de ir a algum lugar. Fomos então a casa de sua irmã, já falecida, e visitamos tio Almir, seu cunhado.

Tomou muito tempo entrar e sair do carro, mas conversamos bastante e ela estava num dia ótimo. Em algum momento ela me disse que, dos sobrinhos dela eu era o mais parecido no jeito com meu tio Manoel, seu marido, e eu não posso imaginar elogio maior.


Em março minha tia Noheme faleceu.

Ter passado aquela tarde com ela e o começo da noite foi maravilhoso.
Vai ser uma daquelas coisas que eu vou guardar como uma oportunidade muito bem aproveitada. Não posso repetir, mas sinto uma alegria imensa por tê-lo feito, quando podia.

domingo, 25 de abril de 2010

A RESPONSABILIDADE DE CRIAR O MOMENTO

De um livro de Debbie Ford, tirei o seguinte:



Como guardar o instante



Só precisamos de um único instante para que nossa realidade se altere por completo. Em um instante, podemos ser despedidos, encher nossos filhos de insegurança, contrair dívidas que levaremos anos para quitar ou cair em alguma tentação que destruirá nossa vida. Em um segundo podemos sofrer um grave acidente, perder a pessoa amada, descobrir que nosso melhor amigo está com câncer ou descobrir que nosso sócio roubou o dinheiro da empresa.



Negamos até o fim a nossa imensa fragilidade e as incertezas da vida.



O momento, embora curto, detém o potencial de se tornar memorável. Todos temos o poder de interromper o que estamos fazendo e buscar uma forma de transformar cada momento em um instante especial. Se não nos detivermos todos os dias para guardar alguns desses momentos, eles passarão por nós e desaparecerão para sempre da nossa memória e de nossa vida.

...o ato de guardar o momento faz você assumir a responsabilidade pela criação dele.

LEMBRANÇAS DO PASSADO.


Fui diretor de um jornal no Rio.
Acabei de receber um telefonema de dois amigos que eram os outros diretores do jornal.

Na época, devíamos ter uns doze a quinze anos.

Depois disso também fomos eleitos juntos para o Grêmio do colégio juntos.

Para dar idéia de como éramos próximos, meu irmão encontrou um deles há uns meses me contou assim:
- Encontrei o seu irmão, Ricardo.

Eu não os via há muitos anos e no final do ano, estando no Rio, passei na porta da casa de um e deixei um recado no prédio do outro. Com aquele para quem deixei o recado, encontrei para um um chope.
Hoje, os dois estão tomando um chope juntos e me convocando para uma próxima vez. Vou atender ao convite com o maior prazer!

Também passei fins de semana em Teresópolis tanto na casa de um como na casa do outro e estou chegando à conclusão que embora não sinta assim, devo estar ficando velho porque tenho lembrado de lugares e pessoas que eu não via há anos.

Mas o melhor disso tudo é que esses encontros tem me dado muito prazer.
É bom ter um passado que o visita assim!

sábado, 24 de abril de 2010

BEBENDO SÃO JOSÉ DO RIO PRETO







Gostamos de algumas coisas que podem ter mais a ver com o contexto onde vivenciamos aquilo.

Perto de São José do Vale do Rio Preto, na Rio Bahia havia uma fábrica de cerveja, que se chama LOKAL e depois foi comprada pela Itaipava. Gostei daquela cerveja, talvez também porque era quase que como beber São José, longe de lá. Mas tem sido bem difícil encontrá-la ultimamente, tanto em São Paulo como lá.
Já cheguei a ir comprar na fábrica em Itaipava e hoje não vendem mais e fiquei surpreso quando ela apareceu em alguns bairros aqui em São Paulo. Aqui também está difícil de achar, mas achei ontem.
Quando a Bohemia começou a aparecer mais, era fabricada em Petrópolis e a água fazia toda a diferença. Tomar Bohemia era especial. A Bohemia com a água de Petrópolis era especial. Depois foi comprada pela Antártica e não é mais a mesma. Está sendo fabricada em outros lugares.
Será que compraram a Lokal para acabar matando a marca?
E na sexta-feira estava pensando noutro produto. Havia uma coisa que se chamava Emplastro Sabiá. A Johnson & Johnson comprou. Não me lembro ter visto mais. Ainda existe?

sábado, 17 de abril de 2010

COMO DEVE SER O PARAÍSO


Demoramos muito para aprender que coisas das quais gostamos muito devem ser repetidas mais vezes. Até isso adiamos!
Minha Receita de Felicidade:
"Fazer mais vezes coisas que gostamos de fazer. "
Fazia tempo que eu não aproveitava o fato de ter Watsu durante a semana na academia e eu tenho ido num outro horário. Hoje eu fui porque era sábado e fizeram um evento especial: Aqua Zen.
Mas como isso é bom!


É tão bom que eu já disse muitas vezes que gostaria de aprender a fazer também.
Um relaxamento dentro da água com o peso eliminado pelos flutuadores e pela ajuda luxuosíssima de quem o massageia.


Me traz Milton Nascimento cantando:
" A Lua girou, girou...
Traçou no céu um compasso.
Eu bem queria fazer um travesseiro dos seus braços".
E com isso lembrei de duas coisas:
Lembrei duma vez que peguei o bebê de uma amiga no colo e ele imediatamente deitou no meu peito e ficou lá quietinho. Uma pessoa que estava perto disse:
"Olha como ele ficou! Parece que ele quer ficar aí pra sempre...".
A outra coisa que eu lembrei, ouvi lá pelos meus dezoito anos.
Numa conversa uma menina disse que uma das coisas mais sexy que ela imaginava era o homem lavando os pés da mulher.
Um dia pensei nisso e quando minha mulher chegou em casa providenciei esse banho nos pés, que não funcionou da mesma forma.
Ela perguntou se estava com chulé!
E aí, não há clima que resista...

terça-feira, 13 de abril de 2010

CABALA


Agora há pouco eu estava lendo sobre a Cabala, já que a Adriana me falou disso hoje e mandou um convite para uma palestra. Fui ler alguma coisa na Internet, e achei um conceito muito interessante.

Falava da abundância, dizendo que muitas vezes temos alguma coisa em abundância, podia ser paciência, gentileza ou qualquer outra qualidade ou conhecimento e o que temos em demasia está ali até ser solicitado por alguém, que tem direito a isso.

Então quando estamos doando aquela qualidade ou conhecimento, não estamos sendo bondosos, mas dando algo que pertence a quem pede e que o dar abre caminho para receber também.

Como conceito ou filosofia, gostei muito.

A IOGA DA DISCIPLINA – Swami Chidvilasananda



De um tempo para cá, me tornei um leitor aplicado: Leio, sublinho, quando o livro é meu, e ainda passo para o computador os trechos que gostei mais, e aqui vai parte das minhas anotações. É missão quase impossível achar este livro.


O prefácio fantástico, também já é bem revelador.



A YOGA DA DISCIPLINA



O ponto crucial da mensagem de Gurumayi é: escolhemos o que nossos olhos vão ver, o que nossos ouvidos vão ouvir, o que nossas papilas gustativas vão provar e assim por diante.

Esse ato de escolher, de discernimento consciente, realizado todos os dias e nas situações mais corriqueiras, é na verdade uma oportunidade preciosa para o aprofundamento da experiência de nós mesmos.


O desafio, portanto, é controlar os sentidos, para que ao invés de se intrometerem na serenidade da mente, eles a aprofundem.


Nosso estado interno influencia profundamente nossa percepção do mundo.

Áreas do cérebro que processam a informação sensorial são fortemente conectadas com regiões onde avaliamos, quer consciente ou inconscientemente, o significado emocional dos eventos em nossa vida.


Dados esses esclarecimentos, podemos começar a compreender como nosso estado mental pode deturpar nossa experiência de vida.
Investigações no sistema visual indicam que certas células no córtex cerebral literalmente adicionam ou subtraem informações daquilo que os olhos vêem, dependendo de tendências internas impostas pelo observador.



Toda ação que realizamos cria uma oportunidade para que essa purificação aconteça. Para tirarmos proveito dessas oportunidades, precisamos simplesmente parar um momento antes de agir e perguntar:
“Qual é o meu objetivo?”
Antes de comer qualquer coisa, perguntar:
“Porque estou comendo?
“É apenas para satisfazer um desejo ou para nutrir meu corpo da melhor forma possível?”
Antes de participar de conversas inúteis, perguntar:
“É isto realmente que desejo que meus ouvidos ouçam?

Antes de assistir a um filme violento, perguntar:
É isto que eu quero que meus olhos vejam?



A chave para alcançar essa experiência está na aptidão da mente humana – nossa habilidade de focar a atenção no interior, disciplinar a atividade de nossos sentidos e discernir entre o que é meramente prazeroso e o que é benéfico.



Se você perseverar na yoga da disciplina, cedo ou tarde os sentidos irão percebê-lo. Eles irão dizer: “Opa! Há um chefe aqui.”


A palavra disciplina em yoga, na verdade significa purificação. A yoga começa com a vigilante disciplina dos próprios impulsos



A mente é a sede da vontade. Ela governa o corpo. Assim ao controlar a governadora, por assim dizer, e treiná-la devidamente, todas as coisas se tornam possíveis.


Sempre que você se concentra em alguma coisa, é uma forma de meditação. Assim, a meditação já é parte natural da sua vida.



Suportar invariavelmente tudo que acontece, nunca desmoronando. Você nunca deve permitir desmoronar, porque quando o faz, isso se torna uma tendência que se repete mais e mais vezes.

A palavra disciplina é associada na mente da maioria das pessoas com fazer alguma coisa errada.

Disciplina e punição tornaram-se sinônimos para a maioria das pessoas. A idéia de disciplina é algo a temer , algo do que procuramos escapar.
Quando as pessoas tem esse medo, ao invés de melhorar, se rebelam. Ao invés de querer obedecer os princípios da disciplina, desenvolvem uma aversão a idéia. Ao invés de enxergar esperança no caminho da disciplina, visualizam dor e tormento.



O fruto da disciplina é a total liberdade.



A sedução dos sentidos é enorme.
É muito importante que você ensine a seus olhos o que ver e quando ver.
Os olhos são muito poderosos. Você pode não estar com fome, mas vê alguma comida e imediatamente seus olhos dizem: “Aquilo parece tão bom. Está na hora de comer!” Ou você não está se sentindo nem um pouco sensual. Está se sentindo ótimo – não está nem mesmo se sentindo sozinho. Mas então um homem ou uma mulher muito bonita passa – os seus olhos caem sobre aquela pessoa e você pensa: “Uau ! “ Ora, você não fez coisa alguma! Seus olhos apenas caíram inocentemente naquele objeto móvel.



Com estes olhos, você pode criar novos mundos, como aqueles criados pela visão das grandes almas. Com estes olhos você pode intimidar outra pessoa. Estes olhos podem fazer alguém se sentir horrível, mesmo se estava se sentindo bem, antes que você a olhasse.
Os olhos comunicam tanto.
Olhe para os cães, por exemplo. Eles não podem falar, não podem vir abraçá-lo. A única coisa que podem fazer é usar os olhos – e seus olhos fazem tudo.
Quando você tenta castigá-los por não terem se comportado direito, eles olham para você como se no mundo inteiro não houvesse um idiota como você. Apenas com os olhos, eles o fazem sentir como um minúsculo verme. Mas no momento seguinte, olham para você como se você fosse a razão de suas vidas. Sem você, o mundo não existiria.

Eles vêm e sentam a seus pés e fazem você sentir que tem tudo. Só por ter esse cachorro, você tem tudo.




A disciplina em ver é essencial. Tudo o que você vê não é o que você pensa que é. Você pode estar tão enamorado da própria percepção que ela se torna a causa da sua queda. Não é isso que acontece com as pessoas que se apaixonam?



Ouvir é uma grande arte. Por um lado, você tem que se manter presente para escutar; por outro, tem que ter muito discernimento para proteger-se e não se exaurir. Quanto deve escutar, afinal de contas?

O mundo está cheio de opiniões. Algumas são úteis e outras completamente inúteis.
Algumas são valiosas e outras condescendentes. Algumas são inspiradoras e algumas, destrutivas. Algumas levarão você ao céu e outras, ao inferno. Assim, a tarefa que o aguarda não é simples.



A disciplina é o que lhe dá o poder para alcançar seus objetivos.





De todas as coisas, os maus hábitos alimentares são usualmente os últimos a serem abandonados, os mais difíceis de renunciar. Você pode abandonar outros maus hábitos completamente, mas comer é algo que faz todo dia. Você está exposto à tentação o tempo todo, assim não pode simplesmente renunciar ao ato de comer – você precisa vencer os maus hábitos alimentares.



Coma com moderação e reverência. A comida vai se tornar divina para você.



Antes de tudo, é necessária grande concentração para descobrir o que você realmente pensa. Esta é a questão básica. Freqüentemente você nem mesmo sabe o que há em sua mente.

Antes de falar, você deve selecionar entre tudo que a mente coletou para chegar ao que é realmente significativo. Em segundo lugar, é necessária uma grande contemplação para discernir entre o que deve ser dito e o que é melhor não dizer.



Se você não é disciplinado no falar, isso também aumenta a distância entre seu coração e suas palavras.


Cantar é uma forma de silêncio. A prece é uma forma de silêncio. A repetição do mantra é uma forma de silêncio. E se você falar apenas quando necessário, isso também é uma forma de silêncio.


Renunciar a alguma coisa não é fácil. Tampouco você deve renunciar a algo sem examiná-lo. A renúncia é muito boa. Abrir mão de algo é muito bom, mas você não deve fazê-lo a menos que o tenha realmente compreendido. De outra forma é inútil, e você fará a mesma coisa muitas e muitas vezes. Por isso é que se deve contemplar antes de abandonar qualquer coisa – mesmo que pareça uma questão menor.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

NA FALTA DE NOTÍCIAS EXCEPCIONAIS EU NÃO DAVA ERA NOTÍCIA NENHUMA


Algumas das últimas vezes que viajei encontrei uma amiga que eu não via há anos e temos conversado. Da última vez que batemos um papo ela se queixou por eu me manter ausente quando não estava presente.


Explico:


Disse que eu não mantinha contato quando estava longe, o oposto de quando presente, integralmente ali.


Ando mais reflexivo e já não acho que sou o o único a estar certo, ainda que a respeito de mim mesmo. Quando alguém me diz algo eu penso.


A verdade é que sempre estou integralmente aonde estou e não em outro lugar e com ela o débito era não ser tão bem educado quanto deveria.


Mas ela me fez pensar em algumas pessoas de quem gosto muito e que estavam ali numa lista escrita para telefonar e tentei pensar no que poderia ser razão para ficar adiando isso.


Cheguei à conclusão de que o que eu gostaria era dar a essas pessoas notícias excepcionais, falar que estava tudo bem, que eu tinha algo em andamento, ou, no mínimo, que eu tinha um plano.


E o fato é que eu ainda não tenho. É a tal estória de ficar parado diante da porta ou esquentando como o sapo fervido. E não queria dividir esse desapontamento comigo mesmo com eles.


Mas alguma hora a gente tem que se corrigir, então liguei para minha prima Yvete e jurei que vou ligar com mais frequência, mas ainda está nas pendências falar com meu grande amigo José Augusto, a quem prometi e não cumpri, há mais de um ano, manter contato.


No penúltimo domingo liguei para uma amiga para dar uma notícia, mas quando conversávamos vi que falar com ela continua sendo agradável como sempre e que precisamos fazer isso mais vezes, porque o papo flui.


Tenho ido ver meus "outros" pais e isso também me faz bem e preciso repetir mais vezes, porque estou me sentindo feliz perto deles e eles estão na faixa dos oitenta. Isso tem matado um pouco essa grande fome de família que tenho.


Olhando bem vejo que esse amor pelos amigos e pela família é por demais precioso e essas trocas são excepcionais, mesmo que as minhas notícias não sejam.