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segunda-feira, 13 de maio de 2024

A MORTE NOS LEVA A PENSAR

 


O dia começou hoje com a notícia de um infarto fulminante de um pedreiro que trabalhou para mim com revestimento de pisos e paredes, inclusive recentemente. Ele era um profissional fora de série.

Entrei em contato com o filho dele para oferecer qualquer coisa que fosse necessário e o que ele me pediu foi uma coroa de flores para mandar em nome da família deles, e imediatamente disse que encomendasse e que se precisasse de mais alguma coisa que me falasse.

Fui à tarde ao velório e achei que eles foram muito econômicos com a coroa porque era algo muito simples. Gostaria que tivessem escolhido algo mais caro e ainda não me pediram para passar o valor, mas com certeza vou passar mais do que custou.

Ele trabalhou alguns meses para o prédio onde moro no final do ano passado e depois veio dar uma renovada em algumas coisas no meu apartamento e quando veio trabalhar para mim eu pagava por cinco dias de trabalho como se ele estivesse trabalhando seis.

Eles não ganham muito aqui, mas isso me levou a pensar em como trato as pessoas que trabalham para mim e ver que procuro tratar bem inclusive na hora de pagar ou gratificar e eles são muitas vezes as pessoas com quem procuro fazer aquilo que chamo de pequenas bondades.

Isso me dá uma certa paz no coração porque não foi só porque ele morreu que tentei fazer alguma coisa. A vida tem sido boa para mim e acho que essas coisas são uma forma de retribuir o que a vida me dá.

SEMPRE ROLA UMA CONVERSA



 

Meu genro disse uma vez que todo lugar que eu vou com eles eu acabo conhecendo alguém. Eu tenho essa característica. Eu gosto de perguntar e ouço com interesse.

Não foi diferente nessa viagem.

Houve muita conversa.

UMA CIDADE SEM LADRÕES

 


Saí com a intenção de ir de acordo como o vento estivesse soprando e assim se passaram onze dias. Ontem voltei para casa. 

Um dos lugares onde fui foi Porto de Pedras onde se encontra a Praia do Patacho que eu vinha há algum tempo achando que tinha que conhecer.

Saí da Praia do Francês sem pressa e quando cheguei lá era no final da tarde. Havia pesquisado as pousadas no Booking mas não queria reservar sem saber exatamente onde ficar e para isso era bom estar lá.

Fui até o Patacho e encontrei o Nico, um jangadeiro que faz passeios e disse que estava pensando onde ficar e ele falou de uma pousada Sunshine naquela rua sem calçamento que vai do Patacho ao asfalto, parei lá e consegui ver um quarto mas era horrível. 

Vi no Booking fotos muito bonitas do Manatee que é um flat muito novo e muito arrumado, e que está logo ali quando você encontra o asfalto vindo do Patacho, mas estava praticamente vazio e no meio do nada. Além disso contando com o valor da diária mais a taxa de limpeza de 113,00 reais ia ficar quase pelo valor que eu estava pagando no Ponta Verde, que eu gosto demais, na Praia do Francês num apartamento de frente para o mar. 

Por indicação dos locais acabei indo até a Vila de Porto de Pedras numa pousada que era muito vagabunda e com cheiro de mofo e que o dono me disse que estava no Booking. 

Não sei como o Booking aceita colocar um lugar de qualidade tão ruim. Aquilo, para mim, era um chiqueiro.

Desisti de procurar por minha conta, abri o Booking e achei uma Pousada Caminho do Mar, cujas fotos não pareciam ruins para quem estava sozinho e talvez só ficasse uma noite e que parecia bom comparado com as duas porcarias que eu tinha visto.

Fui para lá, e não havia nenhum outro hóspede e pedi para ver um quarto e embora simples com uma piscininha de fibra parecia limpinha com lençóis super brancos e fiquei lá reservando pelo Booking usando o wi-fi deles. Eles tem uma garagem onde cabem dois carros e isso me interessava muito.

Aí veio uma coisa, para mim, surpreendente. A recepcionista me disse que as chaves que ela tinha me entregue abriam todas as portas e que às oito da noite ela iria embora e eu ficaria sozinho. Era engraçado pensar na situação. A pousada inteira que deve ter no mínimo uns quinze quartos então, no mínimo era uma estória para contar.

No dia seguinte tive um café da manhã sem exageros mas com tudo que eu poderia desejar, inclusive com um café muito bom. 

Conversei com o funcionário que cuidava da piscina e disse que anos atrás eu havia fotografado uma menina numa daquelas cidades da AL-101 e que eu não encontrava no whatsapp mas que ainda tinha uma foto dela nos quadros de fotos na parede do meu quarto e que se não fosse longe eu gostaria de tentar encontrar. 

Ele fez umas sugestões de coisas para ver, como ir até a Foz do Rio Tatuamonha, ver essa Foz do Alto do Casado ir até o farol de Porto de Pedras e isso me convenceu a sair pela manhã já dizendo que iria ficar mais uma noite.

Fiz tudo que ele sugeriu naquele dia inclusive indo ir até ao Marceneiro tentar achar a menina, mas vi que não era lá o lugar e, por fim, antes de ver o final de tarde na foz do Tatuamonha, almocei umas quatro da tarde na Vila Guajá, uma vila gourmet com uma série de restaurantes, uma loja de artesanato e uma sorveteria. 

O Uai onde comi tinha um excelente arroz de cupim muito bem servido e depois me peguei de papo com a funcionária que estava no balcão. E como já era final de tarde não iria conseguir jantar mas pelo menos iria voltar para tomar mais uma cerveja e petiscar alguma coisa, para ao menos sair da pousada à noite.

Quando voltei acabei batendo papo com a dona do lugar que estava lá e contei de como eu tinha ficado surpreso de me deixarem sozinho na pousada.

Foi a vez dela me surpreender.

Pediu para eu notar que o restaurante não tinha portas nem janelas para fechar e eu ainda perguntei se a geladeira que estava ali tinha uma chave ou cadeado e não tinha. 

A única coisa que tinha ali eram câmeras que ela mesmo disse que não iam resolver nada, mas que nunca tinha acontecido nada e eles estão ali com a estrada passando na porta.

Moro numa cidade cheia de ladrões oportunistas de todo o tipo e essa é a realidade da maior parte das cidades no Brasil. Para mim, aquela era uma exceção.

Aparentemente uma cidade sem ladrões.