Mas tem um outro aspecto que está me chamando muita atenção. A quantidade de vírgulas que os autores usam.
Essas vírgulas dão a parada necessária para introduzir um complemento do raciocínio, dão uma certa inflexão que me dão a sensação de estar de estar ouvindo uma conversa.
Isso está até engraçado. Estou tendo prazer com a quantidade de vírgulas.
Só faltava essa!
Semana passada encontrei no mesmo dia duas amigas.
Sair de casa, ver gente, mesmo que seja por um pouco, para mim que moro sozinho, principalmente nesse momento de distanciamento social, é fundamental para minha saúde mental.
Uma delas, que eu vejo com mais frequência, quando me viu disse que ia me abraçar e tentou justificar dizendo que nenhum de nós estava com Covid. Essa tem família e trabalha muito, mas estava precisando de um abraço e nos abraçamos com gosto e vontade.
Uma meia hora depois encontrei a outra que me disse ao estender o punho fechado para cumprimentar que agora era assim... E eu, que sempre a abracei, respondi que eu estava abraçando e ela me olhou com uma expressão de alívio, abriu os braços e nos abraçamos por um tempinho e ela me chamou para ir à casa dela e eu fiz como os cariocas, que aliás eu também sou, que dizem: "precisamos nos ver" e nem checam se tem o número de telefone da pessoa.
Tenho certeza que elas estavam precisando daquilo. E eu também! Muito !!! Eu sempre preciso de carinho. De receber e dar, mas para dar é preciso de alguém que receba.
Eu tenho brincado que eu só pego Covid se for de uma pessoa conhecida, porque os desconhecidos eu tenho mantido à distância mas eu tenho consciência de que pode ser dos conhecidos mesmo que eu viesse a pegar.
Mas, só para fazer graça de novo, eu não tenho intenção de pegar e só tomei a primeira dose da vacina. Imagina depois que eu tomar a segunda...
Pesquisei abraço aqui no blog e vi o quanto isso é importante para mim porque escrevi várias vezes sobre isso, porque gosto muito dessa estória de abraçar com gosto e vontade. E fui pesquisar abraço no google e achei mais um artigo que começa dizendo que 22 de maio é o dia do abraço e diz que além de nos fazer felizes de imediato, baixa os batimentos cardíacos e a pressão e fortalece o sistema imunológico.
O link para o artigo está aqui:
http://www.santacasamaringa.com.br/noticia/293/o-poder-e-os-beneficios-dos-abracos-para-a-saude
Tenho vontade de depois da segunda dose fazer uma camiseta com um botão desenhado, dizendo: Press the button if you really need a Free Hug !
Vi novamente nesta madrugada uma boa parte do filme Encontro Marcado onde Brad Pitt é a Morte e tem uma cena onde ele conversa no hospital com uma senhora de idade que consegue ver a Morte e diz que está pronta e que pede que a leve, e a Morte, que não tem pressa de levá-la, pois também está aprendendo alguma coisa com ela, pergunta antes de o fazê-lo se ela já criou todas as lembranças que desejava.
A pergunta é maravilhosa como uma forma de avaliação da vida que se viveu, para saber se há alguma coisa para viver para poder dizer que a vida está completa.
Me levou a Motivo, de Cecília Meirelles, musicada por Fagner:
Eu canto porque o instante existe,
e a minha vida está completa.
Não sou alegre, nem sou triste. Sou poeta
Não estou buscando nem desejando a morte, mas tenho uma quantidade enorme de lembranças que eu tive muito prazer em criar e não preciso de sensações diferentes do que senti antes.
Estando aqui, quero manter o olhar curioso que tenho e desfrutar de coisas simples do jeito que faço, viver o momento completamente onde eu estiver, e amar da mesma forma dedicada que aprendi a amar, com pessoas que eu ainda não amei.
Me sinto um privilegiado pelas coisas que vivi, por pessoas que conheci, pelo amor que tive e tenho pelas pessoas de quem eu gosto e gostei, e, de coisas que senti e sinto.
Mas não estou achando que faltam lembranças diferentes das que tenho.
Acho que elas são muito boas.
Posso perfeitamente repetir.
Tenho passado muito tempo com uma moça que é um furacão de emoções e tenho ouvido tudo que ela quer me dizer. Na verdade ela gosta tanto de conversar quanto eu, quando a pessoa tem assunto.
E, assunto é que não falta para ela.
Ela se deixa se dominar pelas emoções e eu, que tenho minha teoria à respeito, desejo muito que ela consiga fazer o contrário disso, e essa jornada eu gostaria muito que ela conseguisse registrar, assim como as tantas coisas que ela me conta, porque acho que muita gente acharia muito interessante e até muito útil.
Eu, que gosto muito de contar uma estória quando me dão, acho que essas são todas dela... e que dariam um livro.
Eu já tinha passado 4 noites em Recife nessa viagem e a finalidade principal desses dias era a de passar parte do tempo com um grande amigo. A partir disso, estando lá, ver o que ainda não tivesse visto e fosse possível, com as restrições, no restante do tempo.
Saindo de João Pessoa depois das 11 da manhã iria passar por lá novamente apenas para mais uma breve visita mas meu amigo disse que iria me esperar para sairmos para almoçar. Concordei achando que o restaurante não importava muito nem ia ser nada de especial, e por isso deixei a máquina fotográfica no carro e fomos de táxi.
Mas certos restaurantes são muito mais que isso.
São uma experiência.
Maravilhado com o que eu encontrei no Restaurante Leite, no
centro de Recife, há um mês, em plena pandemia.
Dia de semana, hora de almoço tardio e um pianista
tocava ao vivo.
Continuo dando valor ao que encontrei; toalhas e guardanapos em tecido, garçons e maitre impecavelmente vestidos e da salada à sobremesa e o café, tudo absolutamente perfeito, inclusive o serviço.
Busquei umas informações. O restaurante foi fundado em 1882, é o mais antigo restaurante do Brasil, tem prataria, louças e cristais importados da Europa, e já recebeu muita gente conhecida e até alguns presidentes.
Me deixou com vontade de rever a Confeitaria Colombo no Rio, que não sei como está, mas vai estar na minha lista de desejos quando for novamente a Recife, para desfrutar de tudo com muita calma e fotografar os detalhes que me tocarem. As fotos desse post são do site The Fork e do Tripadvisor.
Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias…
Tenho uma prima que recebe e passa adiante coisas que não fazem o menor sentido para que se acredite que sejam verdadeiras. Isso faz dela uma propagadora de fake news.
Além disso ela passa coisa demais. E nem tudo que ela passa é interessante. Não é única que faz isso.
Eu quero as coisas mais elaboradas ou alguma coisa que realmente me faça rir porque é inteligente ou surpreendente.
Mas, se serve para isso pelo menos, depois do Whatsapp ninguém mais vai se sentir sozinho.
Eu tive a coragem de dizer a ela que ela mandava coisa demais e embora isso tenha funcionado por um tempo, ela voltou ao seu antigo padrão. Eu não falei nada mais e durante a maior parte do tempo apago sem sequer ler as mensagens dela e de mais gente que faz a mesma coisa.
Fui levado a pensar nisso porque pensei que gostaria de postar O Amigo Aprendiz e embora em inúmeros sites se atribua a Fernando Pessoa eu não tinha essa certeza e fui pesquisar e ainda assim é difícil a conclusão.
A Internet serve para disseminar inverdades, mas também serve para tirar dúvidas se você estiver disposto a ter algum trabalho e cheguei à conclusão que tem muita gente como minha prima. Repetem as coisas sem saber do que estão falando.
Fui convencido pelas informações que pude obter que não é de Fernando Pessoa e sem do padre José Fernandes de Oliveira, conhecido como padre Zezinho.
Algumas coisas não parecem feitas para ganhar dinheiro, principalmente para quem não tem necessidade de ganhar dinheiro com elas.
Há muitos anos atrás havia o "amigo de aluguel" e nesse instante fui pesquisar sobre esse assunto e vi que estão oferecendo esse mesmo serviço, apresentando como se fosse uma novidade, mudando apenas o nome para "personal friend".
Durante muito tempo naquilo que escolhi como trabalho o que eu mais gostava era dos amigos que fiz, onde cada encontro era algo muito agradável. E os amigos feitos, muitos deles muito poderosos, nunca tiveram que pensar nem por um instante em qualquer coisa do que falaram comigo. Tenho orgulho de ser digno de confiança e de não repetir nada do que eu escuto. É parte de quem eu sou. E naquele caso eu ainda era bem pago por isso.
No ano passado quando começou a pandemia chegou um momento que eu estava precisando de contato físico e uma amiga me indicou uma moça perfeita para o momento porque a massagem dela era quase que um carinho. Ela cuidou de mim e me fez um bem que de vez em quando tenho agradecido. Essa semana deu saudade disso. Vou agendar. Para ela é trabalho e sei que vai ser bom para ela.
Sempre gostei de ficar alisando a pessoa de quem eu gosto. Acho que isso faz parte de como eu penso que é o amor e como são suas demonstrações.
Há muito tempo atrás escrevi sobre o Watsu, que na Fórmula Academia era chamado de Water Sleep dizendo que aquilo é tão bom que se o céu existe deve ser algo parecido com aquilo. Aquilo era cuidar dos outros. E eu queria mais que sentir aquela sensação tão boa. Eu queria proporcionar a outra pessoa. Na época eu quis fazer mas não fiz o curso. Eu devia pensar nisso hoje. Já falei muito nisso e muitas vezes disse que se fizesse uma casa que gostaria muito de ter uma piscininha pequena indoor para fazer o watsu. Agora escrevendo fui pesquisar novamente sobre o Pure Spa da Intex. Quem sabe não é uma alternativa para realizar essa vontade. Estou no momento de realizar vontades.
Esta semana tive um dia muito agradável porque começou bem e terminou bem também porque eu estava praticando cuidar, porque sobre algo que eu que sempre gostei de fazer estou procurando aprender mais.
Com a pandemia as pessoas tem ficado mais isoladas e eu tenho procurado sobreviver a isso tudo, vivendo um isolamento relativo, indo aos lugares que posso, e conversado com umas poucas pessoas, mais uma vez dizendo que tenho tirado muito de pouco.
Eu sou uma pessoa de hábitos, um deles é ir aos mesmos lugares e tratar as pessoas com quem lido com gentileza e as vezes não percebo de imediato como isso é notado por eles.
Tenho caminhado nos finais de tarde e de uns meses para cá adquiri um hábito novo. Uma vez por semana, normalmente, na sexta-feira, depois da caminhada passei a frequentar um lugar novo perto de onde caminho e, como normalmente estou sozinho, para adiantar vou ao caixa pago logo as duas cervejas long neck que pretendo tomar, vou para o balcão e tomo muito tranquilamente uma e depois a outra e, se não acontecer nenhuma conversa, normalmente, fazer isso é o suficiente para que eu ache que deu para mim e que eu posso voltar para a casa achando que aquilo já foi bom porque vi gente e relaxei um pouquinho.
Essa rotina foi quebrada porque depois de viajar por duas semanas quando voltei teve outro fechamento e quando as coisas voltaram eu não estava indo até lá na minha caminhada.
Ontem eu fui e a menina do caixa me disse que estava sentindo minha falta e eu confesso que gostei de ouvir isso. Eu estava recebendo de volta a delicadeza que uso com ela.
