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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A HISTÓRIA DO RONALDO FENÔMENO

Na escolha dos livros que comprei não tive muito critério, mas tive ótimas surpresas.
Estou pelo meio desse, de Jorge Caldeira, que além de falar da carreira do Ronaldo, de uma maneira que nem transforma ele numa pessoa apenas com qualidades nem esculhamba muito. Não esconde as coisas pouco lisonjeiras. Gostaria de saber o que o próprio Ronaldo achou de ser e ter a família retratada daquela forma. Se um dia eu tiver a oportunidade, vou perguntar.

Até então me parece honesto, mas pouco delicado.

Nunca encontrei o Ronaldo na academia, que agora me parece que é parte dele também, mas há uns  meses estava passando parte da tarde de sábado na Mercearia São Roque quando ele chegou com o Adriano. 

Nunca também fui de acompanhar nenhum esporte, exceto a Formula 1, com o Senna, que foi talvez o único ídolo que tive, mas tem sido interessante não só ter uma panorâmica da carreira dele, como da evolução do marketing no esporte e das marcas esportivas também.

Acho interessante aprender algo novo, nem me importa muito sobre o que.

HOMENS GOSTAM DE BRINQUEDOS

Há muito tempo eu achava interessante a idéia de ter um helicóptero de controle remoto.
Uma vez eu fui à USP para ver um, já que lá no alto da cidade universitária tem um pessoal que costuma ir para brincar com eles. Na época, à gasolina, era mais caro do que é agora e eu deixei para lá.

Uns meses atrás eu encontrei um elétrico da Candide bem barato eu eu resolvi começar com o mais simples para caso daquilo se provar bem interessante passar para um melhor. Consegui usar ele uma vez, estava até gostando e o motor traseiro parou de funcionar. Como estava na garantia a Candide orientou para levar para o Hospital das Bonecas para o conserto.

Levou um tempo, telefonei, estava pronto e fui buscar. Não me preocupei em testar, mas quando testei o defeito permanecia exatamente o mesmo. No papel deles recomendava trocar o rotor traseiro e devia ser isso que eles haviam feito. Quando ele não funciona, mesmo nos helicópteros de verdade o que acontece é que o helicóptero fica girando. Liguei para o Hospital das Bonecas e falaram para levar de volta e foi o que eu fiz.

Uns dias depois me ligam para ir buscar  e eu fui, mas dessa vez eu quis testar lá. Dizia dessa vez que havia sido trocado o controle remoto. O defeito continuava exatamente o mesmo. O rotor traseiro não funcionava. Deixei lá e estou esperando  eles ligarem dizendo que está pronto, mas é muito chato quando alguém faz ir mais de uma vez resolver alguma coisa e não resolve seu problema.

O mais chato disso tudo é que eu tenho falado que eu quero acabar com as minhas pendências e essa é uma delas.

Tá difícil.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

CALE-SE, CALE-SE, CALE-SE

Não deve existir quem não viu, porque já passou um milhão de vezes essa cena.
E a sequência era: Você me deixa louco!!!

Minha ex mulher não sabe quando calar a boca e nesse aspecto eu acho que eu já perdoei até mesmo o que não devia ter perdoado. E também não perde a outra mania de querer resolver as coisas do jeito dela, quando ela quer.

Fica parecendo que eu só falo bem dela, mas quanto a isso ela realmente ela consegue se tornar insuportável, porém percebi hoje que houve uma evolução da minha parte, já que ela está me perturbando cada vez menos, mesmo que se esforce.

Hoje ela me telefonou para insistir num assunto: saber se eu não ia cancelar o seguro de vida que eu estou pagando porque quando comecei a pensar nesse assunto sugeri que os filhos poderiam pensar em começar a pagar isso como se fosse um investimento, e um enteado, que não me convenceu disso fez uma planilha dizendo que pagando o 0,1% que estou pagando ao mês sobre o valor da cobertura eu teria pago o capital segurado em quinze anos, então, para ele ao invés de pagar seria melhor cancelar o seguro.

Não vi a planilha e acho difícil de acreditar sem ver.

Da ultima vez que ela me ligou, sobre o mesmo assunto, ainda conseguiu me tirar do sério e me desestabilizar, acho que muito pelo sentimento de raiva que tive dela querer controlar isso também, que é uma conta que eu pago e ainda não me convenci a parar de pagar. Talvez venha a cancelar, mas ainda não tenho isso claro e se já paguei por tantos anos não vejo porque fazer sem estar convencido.
Depois de cancelar, não tem volta.

Dessa vez eu acho que eu já estava mais indiferente. Depois de dizer que ainda não decidi por isso e minhas razões, encerrei a conversa, mas ela não consegue ficar sem a última palavra.

Teve que falar mais uma bobagem.

Muito calmamente, dei boa noite, e desliguei.

SEMPRE ESPERANDO UM PRÊMIO

Dona Flávia trabalhava lá em casa.
Um dia comecei uma brincadeira com ela e nunca mais parei.

Eu dizia que não sabia o que era, mas que eu estava esperando um prêmio.
Todo dia quando eu chegava em casa eu perguntava se havia chegado.
Não levou muito tempo para ela aprender que era uma brincadeira e começar a participar dela.

Pela brincadeira diária valia, mas o prêmio que eu dizia estar esperando, evidentemente, não chegou nunca.

Mas continuo esperando.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

APRENDENDO A CUIDAR DA CASA

Ser casado transfere muitas dos cuidados que você tem consigo mesmo para a esposa, principalmente quando ela também é uma boa dona de casa. Foi meu caso.
Quando eu saí de casa, eu tive que aprender novamente o que era cuidar da rotina diária e isso quando você não tem uma Dona Flávia, consome um pouco de tempo.

Passei uma temporada no apartamento do meu cliente, uns meses num flat no Brooklin, voltei para o apartamento dele quando voltou a ficar disponível e quando era tempo de retomar as rédeas da minha vida, aluguei um apartamento pequeno, e foi quando eu disse ao corretor que se no ano seguinte eu ainda estivesse aqui eu ia ficar muito decepcionado comigo mesmo.

Não sei porque, mas ainda estou aqui e não estou decepcionado comigo mesmo.

domingo, 28 de agosto de 2011

O BOTECO DO BEXIGA

Fui ao boteco do Bexiga.
Está super movimentado, com fila para esperar uma mesa, mas acabei não esperando muito.
Com toda calma desse mundo, tomei duas cervejas e meia e comendo o último escondidinho de bacalhau que ficou reservadinho para mim.
Entrei no clima e não estava  com pressa de vir embora.
A mulher de um primo me disse numa das últimas festas que eu fui, que prefere quando ele bebe, porque quando não bebe ele fica muito chato.
Achei bem engraçado e prestei atenção, como tenho prestado atenção em tudo.
Tudo pode dar no que pensar.
A declaração foi engraçada.
E deu no que pensar.

A MÃE CHORANDO

Estava com um casal amigo e eles estavam com a filhotinha deles que é um bebê. A mãe estava comentando de ter que disfarçar para ir para o trabalho, porque a pequenininha mia para ir para perto dela.
Como eu tenho essa coisa com criança acabei pegando ela no colo e passeando por ali e passando algumas vezes perto da mãe para ver se ela ia querer sair do meu colo.
Não quis não, para a surpresa da mãe, que disse que é raro.

Isso é como quando a criança começa a ir para escola e chora todo dia até o dia que não liga mais.

Aí é a mãe que chora.

O MORTO CANTANDO

Sexta-feira é um dia que tem música no Café do Pão de Açúcar que eu costumo frequentar.
Eu gosto de ir para lá, tomar café e ficar ouvindo.

As vezes parece que ninguém está ouvindo, mas eu sempre estou, mesmo fazendo outra coisa ao mesmo tempo.
Nessa última sexta eu nem me animei a tirar nada do carro para passar algum tempo lá aproveitando meu tempo e a música também, porque já de fora eu vi quem ia tocar e parece que o sujeito toca sem nenhuma emoção. Ele dá a impressão que não está ali. Parece um defunto cantando.

E ele nem é tão ruim, mas não dá gosto nenhum ouvi-lo, porque parece que está ali sem nenhum prazer em fazer aquilo e com isso quem ouve também não tem também nenhum prazer em ouvi-lo.
Que pena, porque era um dia  que eu tinha tempo para estar lá desfrutando daquilo e não havia nada para desfrutar.
Depois do primeiro café voltei para casa.

MAIS RÁPIDA QUE OS OLHOS

Ontem fui a Indaiatuba para ver uma das finais do Campeonato de Polo. Tirei umas fotos, mas essa eu achei a mais interessante, porque a máquina capta um instante que é muito rápido para nossos olhos perceberem todo o movimento.

Parece que o cavalo vai cair.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

DANDO COICES

Não sei se começou de manhã, e pela minha agenda tinha tudo para ser um dia tranquilo.
Quis sair mais cedo de casa para ir mais devagar, mas acabei saindo com tempo certinho e tive que andar rápido. Eu devia considerar isso uma pressa desnecessária. Devia me programar para sair mais cedo, mas parece que eu não quero desperdiçar um minuto. 
Estou errado.

No meio do dia estava numa rua do Morumbi cujo transito para com a saída de uma escola e enquanto eu esperava na mão certa uma senhora de idade ultrapassou pela contramão a milímetros do meu carro e só não bateu porque o espelho externo dela era mais baixo que o meu. Em seguida ela esperou um pouco e quando iria pela contramão novamente bateu e raspou o parachoque do próximo carro que ela ia ultrapassar. 

Já fiquei aliviado de não ter sido o meu, mas refazendo a frase como um animal irracional: eu estava numa rua do Morumbi quando uma velha cega passou e...

Uma hora mais tarde parei para abastecer e quando estava parando na bomba vi um carro que parecia estar dando uma ré na minha direção e que o motorista não estava me vendo. Buzinei bastante e deu tempo dos frentistas correrem para segurar o carro e diminuir o impacto no parachoque do meu. O sujeito não estava no carro e não tinha puxado o freio de mão.

Fui olhar e tinha trincado a pintura do parachoque e  também mais abaixo nas aletas e quando fui falar com o cidadão que ele veio me dizer que meu carro já estava daquele jeito. Como se eu estivesse querendo tirar vantagem dele. 

Se a atitude dele fosse outra, seguramente a conversa seria outra.

Como ele insistisse naquilo faltou muito muito pouco para que eu, que não procuro e nem acho briga, arranjasse uma. Chegou ao ponto do sujeito me perguntar se eu ia bater nele e eu responder que eu ia sim se não tivesse outro jeito,  porque o sujeito agia como se eu fosse o safado que ele é e insistia que o que havia acontecido não havia sido ali.

Confirmamos com os frentistas que o carro dele havia chegado a bater no meu e olhamos a altura dos danos, e ele ainda insistia, mas acho que o convencimento foi muito mais pela minha atitude mostrando que aquilo não ia terminar com ele se eximindo tratando o assunto como se ele não fosse o causador e eu um mentiroso.

Tenho um amigo que diz que percepção é realidade. Usei desse recurso também sem abrir a boca.
Ele acabou pagando parte do dano ali em dinheiro e acho que foi barato para mim e para ele,
Foi irracional e imbecil da minha parte e se o sujeito não fosse um cagão ele teria vindo pra cima também e eu teria dado vazão a uma tromba dágua para cima dele, com consequências mais caras do que deixar pra lá.

Me tornei uma pessoa tranquila com o passar dos anos e me surpreendo muito negativamente com essas explosões. Quero me manter calmo e consigo fazer isso quase que o tempo todo, mas lembrei de outras situações onde perdi a calma no trânsito.

Numa delas eu me aproximei rápido numa rotatória e uma mulher de meia idade se assustou com aquilo e para me dar uma lição parou o carro na minha frente. Eu nem discuti, passei por trás dela e fui na direção do sinal, quando ela resolveu correr para fazer a mesma coisa de novo, mas fui mais rápido. Aí mesmo no calor do momento lembrei de uma estória que um professor na academia havia contado faziam uns dias e fiz a mesma coisa.

Ele contava da mulher desancando o cara chamando ele disso e daquilo e ele foi ouvindo aquilo tudo sem falar nada, e quando ela acabou ele só falou assim:
- Gorda !!!

Eu baixei o vidro e gritei a mesma coisa com toda força dos pulmões. Supremo insulto para uma mulher. Muito melhor que xingar a ela ou a mãe dela.
Isso não faz parte da pessoa que eu escolhi ser e embora me envergonhe de ter feito e pudesse querer me fazer de perfeito quando estou escrevendo aqui, estou mais comprometido com a honestidade. 

Acho que é a única maneira de mudar um comportamento.

Num mundo como o que vivemos não sabemos quem vai perder o controle e não pensamos no que o estranho que encontramos na rua é capaz de fazer.  
Tem gente que morre assim.
Quem pensa e pesa evita.

Por mais covarde que possa parecer.


excelente amigo....poxa...eu dirijo a pouco mais de 3 anos..sei como são essas coisas, uma vez, dentro do tunel da 9 de julho até me apontaram uma arma por que não dei passagem, pode?? ahaha..no transito não faltam leis,,falta educação!!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

LIMPAR A VIDA

Tenho uma outra "mãe".

Ela conta que quando era garota a mãe dela não deixava que ficasse um prato sujo na pia antes de dormir e que um dia tinha voltado de uma festa e deixou algo sem lavar na pia e já estava deitada quando foi chamada pela mãe muito calma, mas que não admitiu nenhuma argumentação para deixar para lavar no dia seguinte.
Até hoje ela não consegue ir dormir deixando alguma coisa sem lavar.

Acho um ótimo hábito, mas ainda não consegui chegar lá.
De vez em saio com pressa, porque aproveitei para ficar em casa até o último momento e não deu tempo de fazer todas as coisas que eu gostaria de fazer. Às vezes também tem algo na pia.
Hoje antes de escrever isso eu lavei tudo.

Se eu chego em casa cansado, quero me distrair um pouco ou descansar e quando saio no dia seguinte alguma coisa fica para trás.
Acho que eu gostaria de eliminar todas as minhas pequenas pendências e uma vez eu li que nós não fazemos isso porque achamos que quando fizermos isso vamos estar esperando ser premiados por isso e que se isso não acontecer vamos ficar decepcionados.

Estou nesse ponto, porque consegui limpar e organizar quase tudo no meu apartamento e  falta muita pouco para eu dizer que está tudo absolutamente em ordem no meu pequeno apartamento e eu estou sentindo que estou tendo uma certa dificuldade de concluir isso.

Mas estou tão perto...

A EMBRATEL É BURRA.

Parece e é estúpido!
Resolvi começar pedindo a portabilidade do número do Livre para a NET. Como os dois são da Embratel eles não fazem a portabilidade nesse caso, nem tem interesse de resolver meu problema simplesmente trocando o numero do telefone dentro do sistema deles.
Eu conseguiria o que eu quero pedindo a portabilidade da Embratel para outra companhia e depois da outra companhia para a NET. Perfeitamente possível, perfeitamente idiota. Eu perco, eles perdem.

Aí fui analisar as alternativas e descobri que a TIM tem um fixo e me dará um desconto por seis meses pelo fato de eu estar portando o número e tem uma promoção para interurbanos que me fará economizar no que eu gasto com o Livre da Embratel , assim o aparelho que vou ter que comprar será pago por essa diferença,  e embora eu continue com cinco telefones, vou gastar menos do que estou gastando, que era o que eu queria atingir.

Também fui checar o que eu estou gastando com o modem e a Oi me dava exatamente o mesmo tráfego de dados por menos R$ 30,00 por mês, ou seja uma diferença de R$ 360,00 por ano. Antes de pensar em mudar expus a situação para a TIM, que me deu um desconto equivalente.
Pedindo o fixo estarei também com celular e internet com eles. Eles ganham, eu ganho.

Me parece mais justo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

UMA PESSOA CINCO LINHAS DE TELEFONE

Posso estar em qualquer lugar que eu queira, desde que esteja acessível, mas parece que isso está passando da conta e tenho que racionalizar isso. Toda companhia telefônica tem alguma coisa que a outra não tem mas estou com telefones demais.

Tenho uma linha da Vivo que me custou uma fortuna. Foi um dos primeiros. Recebo ligações do mundo todo, de gente que eu não vejo há anos, mas que mantém esse contato. Não posso abrir mão desse número, nem abrir mão de um bom sinal. A Vivo tem o melhor sinal e é a única que, por exemplo, tem sinal no segundo subsolo do shopping.

A Vivo começou uma promoção para quem quer falar com outros Vivo no país a cinco centavos o minuto. Só que não dá essa promoção para os telefones pós pagos. Para falar tive que comprar mais um chip de pré-pago nessa ultima sexta-feira.

A Vivo abusa nos preços e de um tempo para cá depois de alguma temporada, quando gasto demais com celular percebi que a Tim oferece valores melhores para os planos e passei a ter um Tim, que também tem a vantagem de por mais 10 reais por mês falar à vontade com Nextel. Então tenho um plano de 400 minutos e também internet no telefone.

Também pago por um modem da Tim


Tenho um trio da Net, com internet e um telefone que praticamente não estou usando.

Também tenho um Livre da Embratel que não quero abrir mão do número porque consta na minha nota fiscal. Coloquei um plano de interurbanos ilimitados, mas não tenho quase usado.

Tenho visto as propagandas da Oi, que nunca tive.
Estive pensando se consigo fazer algo com eles que diminua as contas e os números.
Uma pessoa, seis contas para se comunicar. Não está fazendo muito sentido.

domingo, 21 de agosto de 2011

DORMIR ATÉ NÃO QUERER MAIS

Tenho andado cansado.
Muito porque tenho dormido pouco e acordado cedo todos os dias da semana. Mas não é só isso.
É muito difícil conseguir ir dormir cedo. Exige uma disciplina que eu não tenho. E a droga da televisão está bem ali.
No sábado eu tinha compromisso muito cedo, mas resolvi alterar a programação para que eu não tivesse que fazer isso. 
Preciso me dar alguns direitos.

Eu dormi, acordei, levantei, dormi de novo e nem abri as cortinas o dia inteiro. Parece uma coisa de maluco, mas isso é um outro assunto. Pensei em sair mas o lugar onde pensei ir não ia dar certo.

Sábado á noite eu ainda estava cansado, e começou a passar O Curioso caso de Benjamim Button, e eu não havia visto ainda. O sono veio, mas eu vi até o fim.

Estive pensando também que faz muito tempo que não tenho férias. Em todos esses últimos anos só tenho feito viagens muito curtas. E nem estou pensando em uma viagem longa, mas gostaria de passar uma semana sem trabalhar,  porém preciso me programar para isso. 

Num filme ouvi um diálogo onde a mulher falava assim:
- Nós éramos jovens. Naquele tempo nós ainda não sabíamos que para ser feliz, é preciso viajar.

Pois é.

VOU NÃO VIM

Um dos nossos grandes amigos da turma de colégio, tinha umas manias.
Uma delas já depois do tempo de colégio era a de garantir que estava indo conosco a algum lugar e mais tarde, muitas vezes na hora que já estávamos esperando por ele, dizer que não estava mais indo.

Ganhou, merecidamente, o apelido de "Vou não vim".

Fui até em casa ainda sem saber se ir encontrar uns amigos  e na hora que estava tirando compras do porta-malas percebi que havia trancado a chave do carro e de casa dentro do carro.

Segunda vez em menos de três meses.

Liguei para minha filha, para quem dei uma chave de casa, pensando nessas emergências e ela podia vir me socorrer com a minha cópia da chave. Quando ela chegou perguntei se ela queria ir ao restaurante e que podíamos marcar com seu marido lá, mas ela estava interessada em assistir o último capítulo de uma novela e pedimos uma pizza.

Outro amigo músico ligou para nos encontrarmos no bar, mas eu disse que estava com minha filha e o que ela queria fazer. Na mesma hora ele disse que estava passando para buscar uma amiga e se podia se convidar para também ver a novela na minha casa, o que aceitei prontamente. 

Uns quarenta minutos depois ele me liga para dizer que estava indo direto para o restaurante.

"Vou não vim" morreu há muitos anos num acidente de carro.
Estou vendo um sério candidato para herdar esse apelido.

sábado, 20 de agosto de 2011

O GOZO DA BELEZA - O PRAZER ESTÉTICO

Já ouvi dizer que a beleza está nos olhos de quem vê, mas a verdade é que aceitamos alguns conceitos que talvez até tenham sido vendidos pela mídia e alguns tipos de beleza são aceitos por quase todos.
Algumas pessoas são consideradas pessoas comuns e outras são consideradas excepcionalmente bonitas, mas todos tem alguma coisa, algum detalhe que é bonito.

Às vezes é atitude. Já vi a Gisele Buchen bem de perto e me chamaram a atenção as pernas que são fininhas demais, mas que fotografam muito bem. E ela tem atitude. Muita!

Estava semana passada num restaurante duma loja na hora do almoço e vi uma moça que tinha algo que me chamou a atenção. E como não ia fazer nada de mal, não resisti e quando passei pela mesa dela parei e perguntei se eu podia dizer algo absolutamente de graça e quando ela permitiu eu disse que ela tinha um nariz lindo. Ela gostou e a amiga que estava com ela disse que ela era toda linda, mas tinha sido o nariz que me chamou a atenção.

Acho as pessoas interessantes. Sempre gostei de olhar para elas porque embora todos tenham dois olhos, duas orelhas, um nariz todos são diferentes um do outro e eu já me diverti sozinho fazendo isso. 

Eu não estava flertando, não queria encontrá-la depois, não queria mais do que dizer aquilo e devo até confessar que embora razoavelmente bonita ela não era nada que fosse me prender os olhos, mas sabia que eu gostaria de dizer o que disse e que aquilo ia tornar o dia dela melhor. 
Só isso. Ponto.

E eu podia dizer aquilo. Não estou machucando ninguém fazendo isso e me senti bem fazendo. Semana passada eu fui a um bar onde houve a apresentação de uma banda à tarde e tinha uma menina com uma blusinha decotada e um par de seios que pareciam duas bolinhas de tão redondinhos. Tenho quase a certeza que ali houve não só a mão da natureza, mas o resultado ficou ótimo. Era o que ela tinha de bonito. E eu nem tinha levado a minha máquina, mas havia uma disponível então tirei várias fotos, algumas daquele decote.

Na mesma ocasião tirei umas fotos de uma menina que cantou com a banda e consegui fotos lindas do rosto dela. Tirei várias. Isso tem me dado prazer. Algumas vezes, nem tenho a intenção de fotografar. Nem levo minha máquina, porque quando levo fica difícil parar. Parece um vício.

Passo as fotos quando elas pedem, mas não fiquei encantado com nenhuma delas, apenas gostei do que consegui nas fotos. Era aquilo. 

Um desses livros que eu mencionei ter comprado mencionava Narciso Iral falando da felicidade que seria alcançada através de quatro vias fundamentais sendo uma delas a estética, através do gozo da beleza. Naqueles momentos, é essa felicidade que estou tendo.

Acho que não tenho um fetiche. Acho que tudo numa mulher pode ser bem interessante. Pode ser um braço que foi trabalhado discretamente na academia, um cabelo bonito, um umbigo, pernas, mas  normalmente é o rosto a primeira coisa que eu olho.
 
Depois, cada pedaço.
Olhando e alisando.
Horas...
Adorando.

A GALINHA DOS OVOS DE OURO

Meu negócio é afetado pelos humores do mercado e pela reação que as empresas com quem trabalho tem às notícias. No dia em que veio a notícia do rebaixamento de nota dos Estados Unidos, pela Standard & Poors eu estava com clientes de New York, que passaram a semana aqui.
Não sei se teriam vindo logo em seguida à notícia, porque essas reavaliações de mercado muitas vezes geram um congelamento de viagens (travel freezing), nas multinacionais.

Para mim foi bom que estivessem aqui, não só pela semana movimentada, como pela oportunidade de ouvir a respeito do assunto de quem está dentro do mercado financeiro.

Ao mesmo tempo eu estava tendo aqui o início de um outro trabalho que, se tivesse à minha disposição a pessoa que eu desejava para me representar, eu teria definido essa pessoa para esse trabalho e estaria dedicado a outros clientes que necessitam especificamente da minha presença e com isso pagam melhor.

Quem fez o preço fui eu e foi mais baixo do que o normal. Muito da motivação para fazer isso é porque eu não acredito em matar a galinha dos ovos de ouro. Eu acho mais inteligente ter um ovinho de ouro todos os dias, assim como gosto da falta de rotina e da variedade.

Por fim está sendo bom estar fazendo algo que não seria a minha primeira escolha .
E no início, eu nem imaginava.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

CORREDOR 5 - OUVINDO COISAS NOVAS


É, eu ainda ouço CDS.

E ainda compro.

Nessa garimpada achei por acaso um poeta da modernidade. É uma banda de rock carioca chamada Corredor 5, que tem letras interessantes. Gostei de várias. Uma delas tem duas frases lindas e a música, também é muito agradável.

As duas frases que eu gosto em "Má Companhia" são:
"Só tô afim de jogar um pouquinho de amor fora"e a outra é:
"Vou marcando meu caminho com migalhas de carinho"

Ouvir novas pessoas cantando o que a gente conhece, muito bem, mas novas músicas, precisamos dar uma chance.  Você está ouvindo alguém e de repente a pessoa fala que vai cantar uma música deles. Hummm! Isso dá um arrepio e não é um arrepio agradável. A gente já se prepara para a decepção, que vem muitas vezes.

Como a experiência foi boa, e repeti a experiência de comprar cds de desconhecidos musicalmente. Novamente acertei com outras coisas que nunca havia ouvido.

Sou uma pessoa de hábitos que gosta muito de algumas coisas, mas estou aberto para o novo.

É claro que não acerto todas, mas prefiro falar das que gostei.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

EU DESEJO QUE DESEJES - Martha Medeiros


EU DESEJO QUE DESEJES


Eu desejo que desejes ser feliz de um modo possível e rápido, desejo que desejes uma via expressa rumo a realizações não utópicas, mas viáveis, que desejes coisas simples como um suco gelado depois de correr ou um abraço ao chegar em casa, desejo que desejes com discernimento e com alvos bem mirados.


Mas desejo também que desejes com audácia, que desejes uns sonhos descabidos e que ao sabê-los impossíveis não os leve em grande consideração, mas os mantenha acesos, livres de frustração, desejes com fantasia e atrevimento, estando alerta para as casualidades e os milagres, para o imponderável da vida, onde os desejos secretos são atendidos.


Desejo que desejes trabalhar melhor, que desejes amar com menos amarras, que desejes parar de fumar, que desejes viajar para bem longe e desejes voltar para teu canto, desejo que desejes crescer e que desejes o choro e o silêncio, através deles somos puxados pra dentro, eu desejo que desejes ter a coragem de se enxergar mais nitidamente.


Mas desejo também que desejes uma alegria incontida, que desejes mais amigos, e nem precisam ser melhores amigos, basta que sejam bons parceiros de esporte e de mesas de bar, que desejes o bar tanto quanto a igreja, mas que o desejo pelo encontro seja sincero, que desejes escutar as histórias dos outros, que desejes acreditar nelas e desacreditar também, faz parte este ir-e-vir de certezas e incertezas, que desejes não ter tantos desejos concretos, que o desejo maior seja a convivência pacífica com outros que desejam outras coisas.


Desejo que desejes alguma mudança, uma mudança que seja necessária e que ela não te pese na alma, mudanças são temidas, mas não há outro combustível pra essa travessia. Desejo que desejes um ano inteiro de muitos meses bem fechados, que nada fique por fazer, e desejo, principalmente, que desejes desejar, que te permitas desejar, pois o desejo é vigoroso e gratuito, o desejo é inocente, não reprima teus pedidos ocultos, desejo que desejes vitórias, romances, diagnósticos favoráveis, aplausos, mais dinheiro e sentimentos vários, mas desejo antes de tudo que desejes, simplesmente.

MEDO DO QUE DESEJA

Há um texto da Martha Medeiros, "Eu desejo que desejes",  que me veio à cabeça porque eu pensava sobre como desejamos e como as vezes evitamos desejar para não nos decepcionarmos.

Eu gostaria de saber o que desejar e desejar com consistência. Todos os dias desejar uma mesma coisa. Eu mesmo tenho desejos vagos e acho que desejos claros e constantes são uma espécie de oração. Eu queria aprender a orar.
Já me assustaram com isso também, pois muitas vezes ouvi que devíamos tomar cuidado com o que se deseja, porque pode ser que você consiga.

Ao viver, somos muito distraídos. 

Muita gente vive dizendo "se Deus quiser", mas eu gostaria de saber tudo que eu quero, e aí torcer para que ele queira também.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PROCURAR PALAVRAS OU CHORAR

Existem dias em que há algo a ser dito e nos quais não encontramos palavras para nos expressar. Nesses dias existem duas saídas: ou você toma palavras emprestadas de outra pessoa, que conseguiu de alguma maneira expressar o que você queria dizer ou você chora.

O choro é para quando você desiste. É a expressão de algo que você não conseguiu expressar em palavras.

Acho que é melhor conseguir palavras emprestadas.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DEPILAÇÃO GENITAL

Para determinadas coisas acho que sou muito sério e respeitoso.
Acho que posso conversar sobre qualquer coisa, mas com a pessoa adequada para cada assunto, mas acho que me senti constrangido com uma situação e acabei deixando muito claro esse meu constrangimento.

Para a tranquilidade dele, eu saía muito com a esposa de um cliente quando ele não estava no Brasil.
Jantar, teatro, compras e coisas assim.
Um dia estávamos voltando para a casa dela quando ela começou uma conversa sobre depilação genital, dizendo que ela fazia, qual a opinião dela e coisas assim e eu fiquei completamente sem jeito.

Primeiro porque eu conhecia ele há muito mais tempo do que a ela e me sentia traindo a confiança dele se desse curso àquela conversa, que eu achava inconveniente para ela ter comigo.

Nunca tive, mas eu poderia ter a mesma conversa com uma amiga com quem tivesse muita intimidade, sem me sentir tão desconfortável como me senti ali.
Ela comentou do meu embaraço e estávamos chegando à casa dela, onde a deixei e fui embora.

Sou discreto e confiável. Me orgulho muito de ser assim. Mas acredito que essa conversa tenha gerado uma preocupação desnecessária por parte dela, no sentido de eu vir a comentar alguma coisa a respeito com o marido dela.

Nunca aconteceu.
Não é meu estilo.

DEPOIS DA SEPARAÇÃO

Quando comentei com um cliente suíço que estava me separando, ele ofereceu um apartamento que tinha em São Paulo, para que eu ficasse lá e pagasse todas as contas, com a condição de deixar o apartamento para ele quando ele viesse ao Brasil. Isso fez com que eu saísse de casa uma semana depois dessa conversa.

Era um apartamento novo, de dois quartos, duas garagens, num belo e moderno prédio, com infraestrutura de lazer e segurança completamente mobiliado e equipado. Era um cliente para quem eu trabalhava muito e que já me conhecia bem, tendo inclusive ido jantar conosco em casa.

Entre outras coisas eu era pago para ir a academia com esse cliente que casou com uma brasileira.
Mas eu achava que aquilo não era minha casa e que eu estava ali só passando uma chuva. Em seguida através dele apareceu uma oportunidade de ir a Suíça a passeio por uns quinze dias e com isso fui adiando para depois procurar um apartamento. 

Fiquei contente com a ideia, renovei passaporte, recebi a passagem e a data essa viagem foi adiada umas três vezes até que foi cancelada, quando ele perdeu o emprego dele no banco que trabalhava.

Com isso, eu lembro duma estoria que se passou nos Estados Unidos, onde o camarada acreditava que ia ter um emprego maravilhoso e por fim não era nada daquilo, era uma ilusão criada por um maluco, e um tempo depois ele encontra essa pessoa que fez aquela onda toda, trabalhando na cozinha de uma lanchonete e embora se sentisse tentado a falar alguma coisa, não falou nada porque sabia que a responsabilidade era totalmente dele por acreditar.

Onde eu me identifico é na parte de ficar esperando por algo que não aconteceu e a responsabilidade por isso é totalmente minha. Sou muito grato pelo tempo da "chuva" que passei naquele apartamento e por outras tantas coisas para as quais ter aquele cliente algo muito bom para mim naquele momento.

Mais tarde e antes dele perder o emprego, ele havia comprado um apartamento de quatro quartos num prédio novo na Vila Nova Conceição, que decorou com muita elegância e fez uma outra proposta para que eu fosse morar nesse apartamento novo, nas mesmas condições que eu tinha no apartamento de dois quartos, inclusive pagando as contas do apartamento menor.

A proposta era tentadora, mas achei que era hora de eu ter meu próprio apartamento, e embora ele falasse que viria pouco, queria me sentir em casa, já que ali eu me sentia hóspede e, como tal, sabia que não era minha casa. 

Essa recusa creio que tenha sido uma surpresa muito grande para ele e, talvez aí tenhamos começado a nos afastar. Talvez até porque eu não tenha entendido que se eu fosse para o apartamento maior ele poderia alugar o menor.

Esse foi um primeiro momento quando eu ainda estava surpreso com a separação, perdido, meio sem saber o que fazer e nesse meio tempo eu estava procurando me distrair vendo o que havia de bom  indo muito ver tudo, teatro, cinema e dança. 

Não acredito em tempo perdido, mas se acreditasse, poderia assim chamar esse tempo. Eu estava boiando, assim meio que me dando um tempo, me dando conta do que estava acontecendo na minha vida.

Demorou um pouco para eu começar a me encontrar.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

UM AMIGO DO PEITO

Acho natural que procuremos ver o lado brilhante da vida.

Queremos levar para os outros o que há de bom nas nossas vidas. Pode até ser uma defesa do amor próprio, uma atitude positiva, mas acho que não são muitos os que tem vontade de ouvir problemas.

Até tem lógica que pensem que se você não fala em problemas você não os tem, mas a verdade é que o que não é bom,  interessante ou engraçado você divide com os amigos íntimos ou paga para ser ouvido por um terapeuta.
Os outros querem ouvir as coisas boas. Problemas, eles tem os deles.

Uma das melhores definições de "chato" que ouvi  dizia que era o cara a quem se pergunta: " - Como vai?"  e ele explica.
Você acha que você  e sua sua vida são muito interessante, mas os outros podem não pensar a mesma coisa, então, há que se tomar um certo cuidado para não alongar muito a resposta a uma pergunta simples. Se a pessoa estiver realmente interessada no assunto, ou em você, vai fazer uma outra pergunta.

Intimidade e interesse são algumas das diferenças entre um amigo e um amigo do peito.

Amigo do peito não são muitos, mas você precisa de pelo menos um.

domingo, 7 de agosto de 2011

TER RAZÃO E SABER FICAR CALADO

Imitamos nossos pais, até no que não presta. A sabedoria estaria em tirar o melhor de cada um dos pais. Imitar cada um apenas no que ele tem de melhor. E nunca repetir aquilo que não é bom cada um. 
Nem sempre é possível. Repetimos os padrões.

A verdade é que eu tinha escrito isto no dia que tivemos essa conversa que eu menciono abaixo e ficou aqui até agora como um rascunho, até hoje.

Minha filha me ligou um dia para contar de algo que havia acontecido envolvendo o mesmo escritório de contabilidade que eu uso e que de vez em quando deixa de fazer algo importante. Já aconteceu comigo também e por fim eles resolveram o problema e se não foi resolvido totalmente eles pelo menos disseram que assumiriam a responsabilidade por problemas futuros.

Temos padrões muito altos e com isso temos expectativas também muito altas de todas as pessoas. É natural que nos frustremos de vez em quando.

É péssimo quando isso acontece e mesmo depois da outra pessoa ter entendido o que queremos, nosso ponto de vista, e até o próprio erro, que fiquemos insistindo em ter razão em tudo, ou querendo dizer mais e mais até ter a última palavra. Várias vezes.

Eu quis dizer a ela que quando a gente tem um problema com desconhecidos e a solução, mesmo que não seja a ideal aparece, nós podemos parar. Já atingimos nosso objetivo. 

Não tem mais sentido continuar insistindo no assunto se ele não vai levar a gente a lugar nenhum.  Eu disse que ela ia parar de me ouvir a partir de determinado ponto, e foi o que aconteceu. 

As vezes eu acho que ela está pronta e vejo depois que ainda tem algo que eu gostaria que ela aprendesse. E que talvez ela não esteja pronta para ouvir isso de mim hoje e que talvez ela só venha a aprender daqui a muito, muito tempo.

É como querer, por exemplo, que um atendente de serviço de atendimento ao cliente entenda a sua irritação. Não vai acontecer. Temos que conseguir o objetivo da ligação e por mais que nos pareça razoável e compreensível que eles ouçam nosso desabafo, eles matam a gente de raiva e agem como uns cretinos.

Ter razão .
Saber a hora de calar.
Lição difícil.

MAIS DO QUE POSSO SUPORTAR

Acho que uma das coisas mais importantes que o passar dos anos me trouxe foi o de ter menos certezas, e saber que existem outras verdades que não a minha.  
E ainda, que uma visão diferente da minha pode me trazer uma reflexão que talvez vá mudar o que eu penso, e esse mudar, ser positivo. Aceito a diversidade, mas sei o que serve para mim.

Outra coisa que aprendi foi ao menos tentar mostrar algum respeito pelas crenças alheias, por mais esquisitas que elas me parecessem. Reconheço que existem algumas coisas que são quase impossíveis de escutar, mas aí vou procurar não falar nada e me afastar. 
Eu sempre procurei me apoiar nas coisas dentro de mim mesmo.

Já fui de achar que eu era o dono da verdade. Já fui mais assim, hoje sou menos. Provavelmente ainda caio nessa, mas, cada vez menos.

No caso da minha ex, que eu considero uma pessoa inteligente e esclarecida, nesses anos todos passei por várias de suas crenças e apoios externos, muitas delas que eu não considerava, no mínimo, científicas, mas que nada disse à época. Faz muito tempo que acredito em respeitar as crenças alheias. 

Passou por terapia, cigana, tarot, numerologia, outras coisas mais e a última coisa foi uma igreja evangélica. Acredito que ter fé, seja no que for, sempre faz bem para qualquer pessoa. O que pode me irritar é a pessoa querer me convencer ou converter ao que eu não acredito.

Fica parecendo que os outros são uns incapazes de ver a luz que eles vêem e precisam ser convencidos a querer ver. Com isso acho que disse o que eu precisava dizer a respeito.

Mas fora a questão específica das crenças, acho que ela ficou cheia de certezas de que a verdade lhe pertence, e, provar isso seria apenas uma questão de tempo e insistência. Também, na minha opinião, se tornou uma pessoa intolerante. Isso e a falta de atenção foram os fatores insuportáveis.

Acho que podemos divergir da pessoa com quem vivemos, e isso talvez seja exatamente aonde ela nos acrescenta, mas creio que pode vir a existir algo que passa do ponto do que conseguimos suportar.

NO QUE DÁ FICAR PENSANDO

Tornou-se impossível conversar. Na maior parte do tempo eu a evitava. Quando tentamos conversar eu queria discutir o assunto,  e, a mim, parecia que ela achava que não precisava falar do que havia motivado a briga e que ia ser fácil resolver. 

Fazia um bom tempo que quando começávamos uma discussão que não ia levar a nada, eu me calava. Acho que ela acostumou com isso e achou que fosse ser igual. Mas não dessa vez.

Sendo assim, depois de um tempo nós dois em casa, em quartos separados, ela me mandou um e-mail fazendo um mea culpa, reconhecendo sua falta de atenção em vários aspectos. 
Li aquilo muitas vezes, e pensei em tudo que ela dizia e respondi com um e-mail de sete páginas também abordando cada ponto do que ela dizia, concordando e dando a minha visão.

A partir da briga que tivemos comecei a pensar em muitas coisas que eu nem sequer estava pensando antes. Boa parte delas não estava me incomodando tanto antes, mas a partir dali passou a incomodar. Talvez eu estivesse acomodado e condescendente. Não consegui mais ficar, nem uma coisa nem outra.

Eu fiquei cheio de mágoas e cheguei à conclusão que não estava tão bom quanto eu imaginava e que se eu, que nunca tinha sido de fazer ameaças, naquele momento não respeitasse o que havia falado eu iria perder o respeito por mim mesmo. Resolver o problema passava por resolver aquele assunto especificamente.

Num próximo e-mail ela dizia que havia visto que eu chegara à uma conclusão e que nesse caso não havia mais nada a fazer, ao qual eu respondi dizendo que queria saber que contas ela precisava que eu pagasse, e ela, liquidando o assunto praticamente respondeu:  nenhuma.

Ela não precisava de mim para mais nada.
Eu não tinha nenhuma razão para permanecer em casa.

NEM SEI MAIS O QUANTO ESTÁ DOENDO, MAS ESTÁ QUASE ACABANDO.

Se fosse fácil, teria sido rápido. Eu teria sentado de uma vez e escreveria sobre tudo e com isso estaria livre. Mesmo já tendo falado de muitas coisas, ainda falta.
Enquanto isso a gente nem sabe o que está fazendo e vai preenchendo com coisas e acontecimentos mas de um tempo para cá, venho tentando evitar as distrações.

Falta escrever do que eu vim a sentir que impediu uma volta, deduzir aonde eu estava errando e identificar as coisas que vivi e senti depois da separação que geraram sentimentos dentro de mim de não estar pronto para algo novo.

Olhando para muita coisa que escrevi e que tomei emprestado, vejo que estava falando de coisas das quais estou falando hoje.  A diferença é que eu posso olhar o conjunto e alguma coisa que vejo em algum lugar ou alguém me fala numa conversa ainda me traz uma nova reflexão.

De toda forma, estou bem melhor do que já estive.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

QUE BOM QUE VOCÊ ME OUVE!!!

A internet tem salvo gente.
No mínimo de si mesmas.
Usando coisas que até algum tempo atrás nem existiam, conseguimos nos sentir menos sós e trocamos idéias e experiências interessantes com pessoas com quem provavelmente pouco ou nada trocaríamos. 

O Facebook estreita o contato com a família e os amigos antigos e ajuda a conhecer melhor os novos e,
conversar com alguém sem sair de casa, tem muitas conveniências.

Um blog permite a possibilidade de se expressar e se souber que pelo menos uma pessoa "ouviu" o que você tem a dizer, mesmo que seja por um momento que a pessoa lhe emprestou, pode mudar seu dia e seu estado de espírito. Aquele instante em que você tem contato com alguém que daqui há pouco vai lá e retoma a vida, da qual você não faz parte, faz diferença, como faz uma criança desconhecida que por algum motivo interage com você.

E se lendo algo que você viveu, viu ou ouviu em algum outro lugar, pensou ou aprendeu, puder ser de alguma utilidade ou prazer para uma outra pessoa, tudo aquilo já fez sentido e, qualquer que tenha sido o esforço, terá valido a pena.

Nem todo mundo está no seu ritmo, mas você precisa de pelo menos uma pessoa que esteja.

A pessoa que está triste precisa de alguma solidariedade, alguém que diga que se importa. Quando está feliz, também. Felicidade não é algo para aproveitar sozinho. A gente precisa dividir.

Um dia desses eu disse para uma amiga que, num determinado grupo, ela era a pessoa mais adequada para ser minha amiga, porque porque é natural uma identificação maior com algumas pessoas, que talvez sejam mais parecidas com você. É aí que entra a seletividade.
Quando você escolhe com quem divide.

Se você leu até aqui, acabou me "ouvindo".
Fez diferença para mim.

Muito obrigado!