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domingo, 30 de agosto de 2020

O CONCEITO DE CONATUS SEGUNDO O PONDÉ


Durante a pandemia do Coronavírus passei por alguns estados de espírito, mas nada foi de maior impacto para mim que a live "A Febre da Filosofia na Pandemia". Assisti algumas vezes e uma das coisas que mais gostei e me identifiquei foi o conceito de CONATUS que gastei um tempo para transformar o áudio em texto:


O conceito de CONATUS ganha larga circulação a partir de Spinoza. Vai ser bem importante no Idealismo Alemão, no Romantismo chegando até o conceito do super homem do século 20 (Übermensch) de Nietzsche.
É aquele impulso que o ser tem para permanecer sendo ele mesmo. Uma espécie de potência que faz com que ele permaneça sendo ele mesmo e que ele sobreviva, digamos, ao meio que está em sua volta, aos obstáculos que são colocados à ele e que, numa linguagem mais comum, que ele seja ele mesmo, que ele descubra  a sua potência, inclusive, descubra que em sendo autêntico, ele consiga ser ele mesmo, que ele consiga sobreviver.
Tudo que tenta me matar e não me mata me torna mais forte.
O Conatus é o avô do da vontade de potência Nietzcheana.
O Conatus a pessoa que vive o Conatus, que se identifica com o conatus com essa força que faz com que ele permaneça no ser é uma das coisas que é a origem do conceito de super homem do Nietzche.
Se a gente pensar nesse momento conatus tem muito a ver com coragem, tem muito a ver com você poder realizar aquilo que faz com que você sinta que você permanece sendo você e que você permanece sendo, portanto, você permanece existindo.
Conatus não tem nada que ver com você ser simplesmente um covarde, que se esconde embaixo da cama e espera que o resto das pessoas faça tudo por você. Isso não é conatus, isso é covardia e é tudo o contrário do que Espinoza tinha em sua cabeça na sua Ética.
Conatus é uma potência de realizar a si mesmo na sua realidade, e portanto, para você realizar essa potência você tem que “ir pro pau”, ir para cima. Tem que enfrentar a dificuldade. Nessa pandemia o Conatus poderia ajudar no momento que você saiba que você tem que segurar o tranco e não circular muito por aí, você não podia dar uma de delinquente.
O conatus seguramente ajuda quando você está deitado na cama em pânico e começa a pensar: “Fulano falou que iam morrer 17 mil pessoas. Beltrano falou que vai morrer 80 mil pessoas. Não sei quem falou, chique pra cacete, que vão morrer um milhão e meio de brasileiros em três meses e você começa a ficar em pânico e aí vem uma ideia e você começa a pensar o seguinte:
Meu, vou ligar o Netflix.
Vou ver uma série que eu gosto pra caramba, policial, que tem “umas mina gostosa”, é forte, vou parar de ficar vendo essa disputa entre epidemiologistas, cada um querendo dar a última palavra sobre a pandemia, quem vai morrer mais e quando vai morrer, vai explicar porque não estão morrendo aqui e agora e sei lá o que. Desliga e vai ver Netflix, ou quem sabe se você tiver a sorte de ter alguém do seu lado, começa a passar a mão e quem sabe a pessoa se anima e rola. E depois você vai dormir e não vai nem lembrar daquela última previsão que ouviu que o infeliz mandou para você pelo whatsapp e que você começou  a achar que ia morrer e que na primeira tosse você: Estou com o coronavírus!
E por último como exemplo que pode te ajudar.
Vamos fazer uma ficção do Conatus.
Imagina o Conatus pensando:  “Eu como Conatus estou presente no ser de tudo que existe, inclusive no ser humano, sei que outros conatus já passaram por isso e eles venceram, eles sobreviveram. Eu vou sobreviver ao raio dessa pandemia.  Eu vou tomar os cuidados que eu tenha que tomar, mas se eu tiver que trabalhar eu vou trabalhar.  Não vou olhar para todo mundo como se todo mundo fosse um enorme coronavírus circulando. E eu sim vou ver capaz de num dado momento, a partir de certas informações, que se repetem, eu vou perceber que eu posso sim sair, que eu posso sim andar no parque, eu posso sim trabalhar, não preciso beijar a parede.
O auge do conatus vai ser quando ele recuperar a coragem e puder beijar uma "mina" na boca quando ele tiver vontade.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

AS VERDADEIRAS NETAS DO BARÃO


Nessa madrugada, assim do nada vieram à minha cabeça alguns fragmentos de memória e um deles foi uma visita que fiz com minha mãe a duas irmãs amigas dela, numa casa antiga que ficava de qualquer forma no caminho do Corcovado, ou no Silvestre ou nas Paineiras.

Não sei porque me lembrei disso mas lembro dela me dizer que as duas eram netas do Barão do Rio Branco.

Já que essa memória veio, então que fique.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

O DIREITO A UMA AVENTURA


Tereza trabalha para mim uma vez por semana há pelo menos uns seis anos. Gilson é o marido dela e foi passar uns meses em São Paulo e desde ontem começou a voltar para casa a 2200 km pelo caminho que não é o mais curto. 

Como assim começou a voltar? Tereza me contou que ele comprou um carro velho por R$ 1.500 e que está voltando para casa com ele, com tudo para dar errado, a começando do carro velho que não está licenciado continuando pelo fato de que ele não tem habilitação e seguindo pelo pouco dinheiro com o qual está viajando, e que eu acho que não vai dar nem para a gasolina.
Mas vai ter como mandar dinheiro para ele na hora que der problema.

Gilson é uma pessoa pobre, teve uma vida simples, está hoje com 54 anos não teve muitas oportunidades e nunca viveu uma aventura na vida. Agora ele acha que chegou a hora da aventura dele.

Acho que vai ter muita estória para contar. Estou torcendo por ele. 

E O FIM DA ESTÓRIA?

Ele ligou todas as noites.
No primeiro dia andou 600 km.
No segundo dia Gilson dormiu faltando 760 km para casa e ontem, terceiro dia da viagem, a gasolina e o dinheiro acabaram a 120 km de casa.
Ele não telefonou para ninguém mesmo sabendo que teria socorro talvez para mostrar que era capaz de se virar sozinho.
Vendeu o celular para comprar gasolina e chegou em casa antes das oito da noite.


domingo, 2 de agosto de 2020

UM LEÃO EM OLINDA

Pesquisando na Internet dá para descobrir que não é tão incomum ter um leão em casa, mas eu tinha ouvido de meu amigo Marcelo Peixoto, a estória de um casal de leões que viveu em Olinda há muitos anos e como ele não escreveu a respeito disso pedi para me contar novamente para que eu pudesse fazer isso com as palavras dele:

"Ao lado de onde era o ateliê de João Câmara, era criado um casal de leões, como se animais domésticos fossem, Embora os leões fossem mansos João Câmara aumentou o muro preocupado com um encontro dos leões com seus filhos, mas não foi do quintal dele que os leões foram passear.

Um dia, por  um descuido, o portão ficou aberto e o leão saiu passeando, subiu a Ladeira de Olinda e foi até o Cantinho da Sé, um boteco onde as pessoas costumavam beber, sendo que um dos que estavam lá bebendo já fazia um tempo era Marcos Amorim, irmão de Tiago Amorim, um artista local.

O leão chegou e colocou as patas numa mureta que dava para o bar. Quando Marcos viu  aquelas duas patas de leão ali pertinho dele, se apavorou e saiu correndo ladeira acima até o Palácio do Bispo onde hoje é o Museu de Arte Sacra quando encontrou um guarda, e, ainda apavorado e bastante atrapalhado pelo medo, disse para ele que lá no Cantinho da Sé tinha um leão e o guarda que conhecia Marcos Amorim, mas nunca tinha ouvido falar de leão em Olinda, respondeu para ele:
- Marcos, essa hora da manhã e você já está é bêbado!"