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quarta-feira, 11 de julho de 2012

O CHEIRO DE CADA UM

Éramos pouco mais que garotos quando ganhei uma amostra, quando ainda se usava ter amostras de perfumes.
E daquele eu gostei muito. 
Achei que combinava comigo.

Mas o que definiu aquele como o meu perfume foi uma namorada, que disse que quando aquele perfume se misturava com meu cheiro ficava uma loucura.
Depois de uma declaração dessas era melhor garantir a combinação.
Virou o meu perfume.

Muitas vezes tem isso. Um determinado perfume, uma determinada pele, porque pode ser ótimo cada um dos elementos separados, mas que os dois juntos não combinem.

Um milhão de anos depois dela uma outra namorada, quando eu achei que estava suado, me disse para não tomar banho porque, conforme o andar da carruagem meu cheiro ia mudando, e que se ela conseguia acompanhar essas mudanças era muito bom. 
Então, às vezes, para começar, tudo que eu fazia era ficar ali perto exalando o que quer que fosse.

Mas também teve o dia que vi que tinha que ter uma medida, porque quando perguntei se estava bom, ela confessou que estava "passado".

Essas coisas valeram a pena.
Delas eu sinto saudades.

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