Aliás devo dizer, que ela vem ao apartamento dela.
Literalmente.
No dia em que a conheci liguei em seguida para a minha filha para dizer que eu tinha ficado apaixonado. D. Pina é uma senhorinha linda que semana passada completou noventa anos duma doçura que me encantou. Quando a conheci disse que quando tivesse feito tudo que gostaria de fazer para arrumar o apartamento dela, que eu havia alugado, gostaria de convidá-la para um café para que ela visse como tinha ficado. E ela naquela conversa me disse que eu ia ser muito feliz aqui, porque ela tinha passado nesse apartamento uma das épocas mais felizes da sua vida.
Já se passaram muitos meses e eu ainda não fiz tudo que eu gostaria de fazer antes de convidá-la, mas de um tempo para cá tenho procurado fazer tudo que eu disse que ia fazer, dando prioridade ao que fosse mais importante. Vê-la aqui é uma dessas coisas importantes. Ainda está sendo um aprendizado desprezar a perfeição e dar mais importância à felicidade. A perfeição, se um dia acontecer, vai ficar para depois.
Meu primeiro apartamento no mesmo prédio foi um acampamento, já que, à princípio eu julgava que seria algo provisório. Não coloquei nada nas paredes. Era um piso branco, com paredes brancas, que talvez significassem que não me pertenciam, que eu só estava ali “passando uma chuva”.
Quando mudei para este eu já tinha a consciência e a calma para saber que eu precisava do lar que eu tenho tido, com duas paredes coloridas e tendo, além das minhas músicas, alguns poucos objetos e mais fotografias que dizem que essa é a minha casa. A única que eu tenho, e tenho sido mais feliz.
Quando mudei para este eu já tinha a consciência e a calma para saber que eu precisava do lar que eu tenho tido, com duas paredes coloridas e tendo, além das minhas músicas, alguns poucos objetos e mais fotografias que dizem que essa é a minha casa. A única que eu tenho, e tenho sido mais feliz.
Como ela desejou e previu.
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