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domingo, 2 de setembro de 2012

O OLHAR DE QUEM ESTÁ PASSEANDO





Mesmo que eu não tenha nenhuma nenhuma finalidade naquilo, olho para tudo com olhos de quem está passeando, mesmo quando estou trabalhando. 

Estou interessado em tudo que está acontecendo. à minha volta, das pessoas à arquitetura. Tem sempre algo que me interessa.

Eu procuro estar ali, onde estou, mesmo quando, se pudesse escolher, estaria em outro lugar.

Toda vez que eu vou ao Clube de Campo São Paulo, no extremo sul de São Paulo, é a trabalho, e sempre que vou aproveito o fato de estar ali, mesmo quando já podia ter ido embora.

Essa vibração, que durou ontem o dia inteiro, começou lá.
Quando eu morava numa casa, acostumei os saguis a responder a meu chamado e virem comer na minha mão. Aquilo era uma coisa que me dava prazer e eu senti falta daquilo quando mudei, porque, embora livres, eu pensava neles como sendo "meus macacos".
Assim como quando sentava na varanda e os cachorros vinham sentar o mais perto possível. Eu também senti falta disso. Na Ioga da Disciplina, tem um trecho que fala muito bem disso:

Olhe para os cães, por exemplo. Eles não podem falar, não podem vir abraçá-lo. A única coisa que podem fazer é usar os olhos – e seus olhos fazem tudo.
Quando você tenta castigá-los por não terem se comportado direito, eles olham para você como se no mundo inteiro não houvesse um idiota como você. Apenas com os olhos, eles o fazem sentir como um minúsculo verme. Mas no momento seguinte, olham para você como se você fosse a razão de suas vidas. Sem você, o mundo não existiria. 

Eles vêm e sentam a seus pés e fazem você sentir que tem tudo. Só por ter esse cachorro, você tem tudo. 


À tarde estive com uma pessoa que me fez um favor quando estava vindo para o Brasil e tive a oportunidade de retribuir aqui e o bom disso é que ela foi embora feliz com isso e eu feliz por ter ajudado nisso e na volta parei no Sesc para ver o que tinha de teatro e escolhi ver "O Salão de Baile Elétrico" em Pinheiros.

Eram seis da tarde e o teatro seria oito e meia. Eu ainda não havia comido, então escolhi uma salada, que era imensa e outros dois pratinhos quentes, que estavam ótimos e aproveitei cada pedacinho, acompanhados de uma única cerveja. Havia uma banda fazendo a passagem de som e aquele ensaio me serviu de música ao vivo.

Fui para Pinheiros e quando cheguei lá havia no que eles chamam de praça uma apresentação de dança, muito solta e na turma toda parecia haver uma família, inclusive uma bebezinha,  Fiquei ali olhando, pensando que teria fotografado. 

Algum momento uma das pessoas sorriu para mim e eu sorri para ela. Não era nada. Era apenas porque ela estava bem e eu também e reconhecemos isso no olhar.

Assisti a peça, prestando total atenção em cada pessoa em cena e senti o cansaço. Na sexta trabalhei, o que, normalmente não acontece e então era hora de voltar para casa.

Eu já tinha passeado bastante.

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