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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

EU GOSTARIA QUE ALGUÉM ME DISSESSE AS COISAS QUE EU DIGO

No ano passado eu fiquei pensando se deveria ou não falar a respeito de um determinado assunto com minha filha porque eu estava me questionando quando acabava a minha responsabilidade com ela, no sentido que ela é adulta e talvez não quisesse me ter dizendo como eu sentia determinada atitude dela, mas acabei falando. Ainda me sinto responsável por ela. Responsável por fazer ver um outro ponto de vista que talvez ela não esteja percebendo.

Hoje um amigo me contava do que estava se passando em sua vida, numa versão que privilegiava o que ele sentia, mas que, na minha opinião, não cobria tudo. Hoje eu comentei essa dúvida que eu tinha em relação a falar ou não o que eu pensava para minha filha, dizendo que ficava em dúvida se falava para ele o que eu pensava do assunto, já que eu não concordava com ele. Eu penso que a outra pessoa  colocou o assunto de uma forma muito racional e tinha suas razões que eu validava.

Às vezes as pessoas não querem ouvir quem discorda delas.
Quando são articuladas, pior ainda, porque conseguem expressar apaixonadamente seu ponto de vista, justificando tudo. E o convencimento de que estão certas é tão evidente que as pessoas não ousam discordar.

Mas, mesmo adulto, racional, responsável por mim mesmo, eu gostaria de ter alguém que dissesse não o que eu gostaria de ouvir, mas aquilo que me fizesse pensar sobre o assunto de uma maneira mais abrangente e talvez até me fizesse ver um outro ponto de vista na estória que estou contando e quando fosse o caso, me convencesse que existe uma outra forma de fazer as coisas.

Hoje eu consigo ver na minha vida momentos onde eu achava que sabia o que estava acontecendo e explicava para mim e para os outros, mas na verdade eu só sabia da metade da estória.

Também gosto do espelho.
Gosto de pensar no que os outros estão fazendo de errado, na minha opinião, e ao fazer isso ver se eu não estou fazendo a mesma coisa.

Já não tenho tantas certezas.

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