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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

SER DIGNO DE CONFIANÇA

O desejo de nos comunicar de alguma forma e de que alguém nos ouça e se importe com o que dizemos pode fazer com que não percebamos bem a fronteira entre o público e o privado. Justificando que tem posições claras e nada a esconder algumas pessoas acabam caindo na armadilha da exposição exagerada. Eu, assumindo que estou fazendo terapia escrevendo num blog público corro o risco de já ter feito e de estar fazendo essa bobagem todos os dias.

As pessoas costumavam escolher a quem fazer confidências e mesmo assim, algumas vezes, essa confiança não era correspondida à altura. A pessoa que ouvia não era capaz de guardar um segredo ou não era tão amiga quanto o outro julgava ou mesmo porque as relações mudam e uma amizade sólida se liquefazia ou pelo menos ficava gelatinosa essas pessoas que guardavam segredos não se sentiam mais obrigadas a guardá-los. Algumas pessoas acham que o distanciamento permite essa traição. Hoje a  internet aumentou muito esse risco porque aquela confidência antes feita a uma pessoa é colocada hoje numa rede mundial aberta a um número incalculável de pessoas.


Ser digno de confiança talvez seja uma das minhas poucas qualidades. Naturalmente uma característica pessoal é também uma característica profissional. Isso me deixou muito próximo de pessoas no topo da cadeia alimentar. Muitas coisas que vi ou ouvi nunca farão parte de uma conversa ou de um livro de memórias.


Algumas coisas na nossa vida são motivo de orgulho, outras de vergonha e principalmente essas últimas não devem ser divididas com ninguém que amanhã possa usar isso contra você, mesmo que seja apenas porque não consegue guardar um segredo.

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