Uma amiga me contou ontem de uma lembrança da infância que a assustou durante muito tempo.
Ela devia ter perto de cinco anos, quando indo para um sítio com o pai ele resolveu brincar com ela e apontando para uma mata disse:
- É ali que mora seu pai.
E contou a ela a fantástica estória de que ela era filha de um macaco que morava ali e ele a tinha pego e tinha usado água quente nela para tirar os pelos.
Ela, mais morena que os irmãos, via na cor dela mais uma razão para acreditar.
Acreditou nisso durante anos.
Todas as vezes que passava pelo local o pai lembrava a ela da piada como se fosse coisa séria e ali ela ficou condicionada a se esconder quando passavam por ali, com medo de que o pai macaco a visse e fosse buscá-la.
Me contou que teve que pensar muito no assunto até chegar à conclusão de que não era filha do macaco.
Meu pai contava estórias.
Uma noite antes de dormir me contou uma estória onde existia uma onça e eu fiquei muito impressionado com aquilo. Tão impressionado que sonhei com a tal da onça, acordei apavorado e saí correndo do meu quarto para o dele, atrás de socorro, gritando:
Pai, olha a onça!
Duma outra vez a Helenice, uma amiga da minha irmã mais nova, viajou conosco para Monte Olivete, que fica no caminho de Teresópolis quando apareceu um macaco atrás da piscina. Achamos aquilo muito interessante e fomos correndo tentar pegar o macaco, lógico que não conseguimos.
Na hora do almoço a Helenice elogiou muito a carne oferecida.
Foi quando a Cristina, minha irmã, disse a ela que era o macaco que nós tínhamos pego lá na mata.
Ela não duvidou daquilo.
Vomitou na hora.
Criança é muito impressionável.
E muito crédula.
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
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