Eu estava esperando a oportunidade.
Queria repetir o Roda Viva num dia que eu soubesse que tinha a dupla que faz faz o povo cantar junto.
O dia era essa quinta passada e eu fui achando que não ia ficar muito, mas fiquei até as duas e meia da manhã, quando fecha.
Estava numa mesa no corredor e quando começou a música o som não estava bom e eu queria ver o movimento. Muita gente que vai lá cumprimenta o Gugu no caixa. Já havia conversado mais com ele antes que me vendo ali ofereceu um banco alto para que eu ficasse junto ao balcão do caixa.
Um lugar ótimo para observar o movimento e para cantar junto.
Quando houve o intervalo e uma pessoas foram embora ele me ofereceu uma outra mesa mais perto do palco e para a mesa de trás foram duas meninas que tinham me chamado a atenção quando entraram. Um determinado momento uma delas falou para a outra:
- Mas ele nem olha.
Aí eu olhei.
E trocamos umas palavrinhas e cantamos juntos algumas músicas, que para minha surpresa ela conhecia.
Mas para mim era só isso.
Ando meio imune a esse tipo de coisa. Posso achar interessante, mas eu sei quantos anos tenho.
Lembrei de uma outra coisa que me aconteceu e da qual eu nunca falei aqui. Acho que fiquei traumatizado. Está na hora de escrever a respeito e fazer graça novamente:
A primeira vi que a vi ela numa apresentação de teatro ela veio até mim durante a peça e me fez parte dela. Era linda! Depois esperei para cumprimentar e passei a frequentar o lugar e vi algumas coisas que ela fez, inclusive uma outra peça, num espaço alternativo e aquela mesma apresentação vi em outro lugar.
Numa dessas tardes que nos encontramos antes de uma apresentação veio a primeira graça. Estávamos com uma amiga e colega de palco dela e ela disse para ela:
- Mas esses olhos não são uma coisa? Dá vontade de mergulhar neles.
Eu fiquei quieto.
Uma vez que peguei o bebê de uma amiga no colo, na academia, depois de separado, e ele deitou no peito e ficou quietinho e uma outra amiga extremamente interessante falou:
- Olha isso! Parece que ele quer ficar aí pra sempre!
E eu mesmo gostaria de dizer que estava à disposição dela se ela quisesse ficar ali para sempre, mas não disse não.
Eu achava que não se estava dizendo nada além do que estava sendo dito em ambos os casos.
Mas voltando ao assunto, fui a uma outra apresentação, onde havia sido montada a platéia como se fosse um café, com mesas e me sentei numa delas. Essa ia começar com as atrizes sussurrando poemas nos ouvidos das pessoas da platéia.
Ela veio ficou em pé atrás de mim com a mão no meu peito e no momento que deveria sussurrar alguma coisa ela abaixou e apenas soprou no meu ouvido.
Contei para a Marília, que disse que eu devia ter feito algo, mas eu comentei o que deveria ser a idade dela e ela argumentou:
- Mas você não vai casar com ela!
Achei umas fotos dela na internet e encontrei uma peça que ela estava fazendo na faculdade de teatro aos domingos. Era aberta ao público, mas com uma audiência principalmente do curso. Fui sem avisar que ia, até porque nunca pedi o telefone ou qualquer outra forma de contato. Notei no palco um rapaz que eu havia visto ir embora antes da apresentação no "café" e depois da peça ela me apresentou como alguém que morava com ela.
Como eu nunca havia sequer me insinuado ou dito qualquer gracinha, voltei a um lugar onde ela se apresentava regularmente e senti as pessoas me olhando como se estivessem olhando um maluco e deixei de ir lá. Achei que qualquer coisa que ela possa ter dito a meu respeito para justificar minha presença ou meu interesse e mostrar que ela não tinha nenhuma culpa nisso pode tê-la deixado numa posição melhor, mas me colocou numa posição desconfortável.
Acho que a gente evita situações desconfortáveis.
Eu, puro de alma, admito tudo aqui.
Provocar podia ser uma brincadeira, um exercício ou nada. Eu não havia entendido.
E como nada foi dito, qualquer explicação é possível.
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