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quinta-feira, 31 de maio de 2012

LOUCOS PELOS FILHOS

Ana disse para sua filha Cecilia, que três e meia da manhã não era hora de brincar. Imagino o que deve ser isso. Eles morrendo de sono e a pequenininha acordada com a corda toda, querendo companhia.  

Perguntei a ela: Why not? E ela perguntou se eu queria ir brincar com a Cecilia naquele horário.
Até queria mas eles estão muito longe daqui.
Esse facebook me faz dar umas boas risadas.

A filhotinha quando era pequenininha ficava sem os irmãos a cada quinze dias e ela tinha uma independência fora do comum. Acordava, ficava brincando sozinha, totalmente entretida. Aliás ela mostrava essa independência desde bebê, quando queria acender o fogão e preparar sua mamadeira ou quando depois de uma conversa sobre mamadeira e chupetas ela foi na mesma hora até a lata de lixo e jogou fora a mamadeira e as chupetas.

De uma outra vez numa longa viagem apenas comigo com menos de dois anos, na casa da tia Vera, em Vitória, ela anunciou que não queria mais usar fraldas. E eu disse a ela que tudo bem, mas assim que ela dormiu coloquei a fralda que amanheceu sequinha no dia seguinte. Foi a última fralda que ela usou. Eu havia levado uma imensa caixa da Johnson que voltou de presente para os primos.

Somos loucos por nossos filhos e nos incomodamos muito quando alguém não demonstra o mesmo cuidado com suas crias. Comecei a pensar nisso tudo porque fui almoçar na Etna e depois tomei um café sem pressa lá mesmo e havia um bebê chorando muito e aquilo estava me incomodando muito porque o casal não dava nenhuma atenção. Eu estava quase perguntando se eu podia pegar no colo. A mãe raramente dava uma olhada como se estivesse olhando qualquer outra coisa que não um bebê.  Quando finalmente o pai pegou ela se acalmou e ficou um tempo de costas para ele, quietinha, olhando para mim e esboçando um sorriso.

Era uma linda bebezinha negra. Os pais brancos.
Não pareciam querer atender às necessidades dela enquanto não fosse conveniente para eles. Me incomodou. Pensei na Ana e no Jordan as três e meia da manhã com a Cecília acordadíssima e eles nem tanto, mas tentando fazer alguma coisa e achando a graça da coisa no decorrer do dia.
Esses, na minha opinião, são melhores pais.

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