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domingo, 8 de janeiro de 2012

OLHANDO PARA A VIDA COM OLHOS DE TURISTA

Sou do Rio. Vou lá de vez em quando, mas não moro lá há muitos anos.
Conheço bem o Rio, mas sempre tenho a disposição de ouvir a respeito de coisas que nunca fiz ou de coisas que fiz, mas que acho que é hora de fazer novamente.

Tenho visto não só o Rio, mas tudo que vejo, com olhos de turista, com olhos curiosos ou de quem quer imortalizar aquele instante, fazer aquele instante valer a pena, vendo coisas como se não as tivesse visto antes e efetivamente vendo coisas que não vi antes, mesmo nos lugares em que já estive. As vezes vou fotografar, então, olho mais uma vez.

No Rio eu estava só a maior parte do tempo, até na hora de ir tomar uma Original perto do por do sol na amurada da Urca e fiz algumas coisas que nunca havia feito, mas estando no Museu Histórico Nacional, perto da Estação das Barcas, peguei uma barca ida e volta a Niterói, coisa que já fiz há um milhão de anos, mas fui, só para fotografar. Foi bom ter ido.

É bom sair da rotina e foi exatamente o que esses dias foram:  uma saída da rotina, sem pensar muito e me divertindo com pouco acontecendo. Na trilha do Forte do Leme previ que iria encontrar saguis e levei umas bananas e foi fácil chamá-los para posar para as fotografias, assim como juntar um bando de turistas. Lembrei de Rain Man, quando Tom Cruise diz para Dustin Hoffman que ele era melhor que um cachorro para atrair as mulheres.

Muitas vezes me vi num lugar com pressa de ir para outro.
Estava mais do que na hora de mudar isso.
Depois dos dias no Rio fui dar uma passadinha por São José. Todas as vezes que tenho ido a São José nesses últimos anos eu penso em dar uma entrada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, na entrada de Teresópolis. Sempre ficava para uma próxima vez. Na ida estava com pressa de chegar em São José. Na volta estava com pressa de voltar para casa. E ficava para a próxima viagem. Sempre ficava para a próxima viagem.

Dessa vez não.

Parei na ida num restaurante com fogão à lenha que fica a um quilometro do Soberbo e escolhi o que comer para  aproveitar cada pedaço. Depois finalmente entrei no Parque. Lembrava dum tempo de criança quando eles tinham umas cabanas, que hoje não existem, e fiquei lá por uma semana. Cheguei a começar a fazer a trilha Cartão Postal, mais pesada, mas tinha tanta escada logo no começo que eu desisti e fui para uma outra trilha chamada de Suspensa, porque foi feita com piso em madeira, com corrimão em ferro e sobre pilares de concreto em toda extensão e um trecho com uma altura de 11 metros. Nela você chega a Cachoeira Ceci e Peri, que é pequena, mas bonita e servia para o que eu buscava:

Uma cachoeira onde eu pudesse ouvir um som que me levasse a meditar por não escutar mais nada e me lavasse por dentro. Ali, sentado numa pedra eu conseguia distinguir a água fazendo três sons diferentes. O que vinha da cachoeirinha à minha frente e de outros pontos onde a água passava por pedras.

Esse som de cachoeira tem me atraído muito.

Quando estou em São José escuto o tempo todo o som da cachoeira, mas acho que tem a ver com a imagem da água limpa e ali o Rio Preto tem a cor de barro. Não me parece a mesma coisa.

Voltando para casa no sábado, parei novamente sem pressa no mesmo restaurante da ida e quando descia a serra pensei noutra coisa que sempre tive vontade de fazer. Um amigo do meu pai tinha uma casa no Monte Olivete, começo da subida para Teresópolis e passamos inúmeros fins de semana com eles e numas férias alugamos uma outra casa lá.

Existia uma piscina de água natural formada pelo rio e essa casa já teve alguns proprietários de lá para cá. Quase não fiz, mas quando estava passando lá resolvi entrar e indo até a casa chamar o caseiro e pedir para que falasse com o proprietário, que estava lá, para pedir para ir até a piscina no rio para tirar umas fotografias.
Ele deixou.

Foi bom, também por um outro aspecto.

Parece que que estou fazendo as coisas que ficam por ali apenas numa vontade sem muita convicção e sem muita necessidade.

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