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terça-feira, 19 de julho de 2011

O REVEILLON SEM NADA A COMEMORAR

Era a tarde do último dia do ano e estaríamos somente os dois por mais um Reveillon. Telefonei e perguntei se gostaria de passar a virada em algum restaurante e ela disse que não, que já havíamos feito isso e não seria bom, já que não conhecíamos ninguém. Que seria melhor se deixássemos para almoçar no dia primeiro em algum lugar interessante.

Sugeriu que eu passasse em algum lugar e levasse algo para que comessemos em casa. Achei perfeito. Logo em seguida ela me ligou dizendo que era melhor que fizéssemos um prato de verão e que para isso eu não precisava passar em lugar nenhum porque tínhamos tudo que precisávamos em casa. O prato de verão fez um dia parte do cardápio do La Mole, no Rio, e era feito com frios e frutas.
Achei melhor ainda.

Cheguei em casa no fim da tarde e a encontrei na varanda. Sentei e começamos a conversar.
Foi quando veio pela primeira vez uma idéia com a qual concordávamos em relação ao que fazer com a casa. Ela disse:
- Aposto que tem muita gente que pagaria para estar num lugar como esse.
Concordei.
Ela prosseguiu:
- Nós deveríamos construir uma casa menor para nós aqui, no mesmo terreno e começar a usar essa casa para eventos.
Novamente concordei, mas acrescentei:
- Eu gostaria de pensar em todas as possibilidades para a casa.
Ela imediatamente disse que não, que tínhamos que ser aquela idéia e pronto.

Retruquei dizendo que eu não estava dizendo que iríamos fazer isto ou aquilo, mas que eu gostaria de pensar em todas as possibilidades, das quais eu vinha falando há anos.
Como ela respondeu que não havia nada para pensar. Que era aquilo e pronto.

Foi quando eu disse:
- Acho melhor a gente calar a boca ou vamos acabar estragando o Reveillon.
E ela respondeu exatamente com estas palavras:
- Já está arruinado.

Seis da tarde, do dia 31 e a situação era aquela. Não havia mais o que falar naquele instante e me calei.

Acreditei que aquilo ia passar, que havia ainda tempo e quando fosse mais perto da meia-noite, aquilo estaria solucionado. Ela foi se deitar em um dos quartos embaixo, onde costumava tomar banho e não fiquei extremamente preocupado  porque achei que aquilo era momentâneo, mas estragava o dia.
Quando vi chegar perto das onze e ela continuar lá, resolvi ir passar a virada na Avenida Paulista

Fui e passei o Reveillon, sozinho, cercado de estranhos. Naquele momento me prometi que seria o último Reveillon que passaríamos somente os dois. Precisávamos de mais gente para tornar aquilo um pouco mais animado.
Achava que quando voltasse para casa ele já estaria no nosso quarto e que depois, naturalmente, resolveríamos a situação.

Quando cheguei em casa ela ainda dormia noutro quarto.
Foi quando tomei uma decisão.

Tranquei a porta do quarto.

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