Há uma musica de Gil, que Bethania gravou, no disco Recital na Boite Barroco que se chama:
"Ele falava nisso todo dia".
A música conta a estória de um rapaz de vinte e cinco anos que todo dia falava no seguro de vida que era a certeza do dever cumprido, por ter feito o seguro, caso ele morresse.
Quando eu tinha vinte meu pai morreu e não tinha seguro de vida. Desde a morte do meu pai passei a ter seguro de vida, que iria proporcionar uma certa tranquilidade financeira a quem estivesse vivo. Inicialmente, solteiro, o beneficiário era meu irmão e durante esses anos todos de casado representou para mim também a certeza do dever cumprido com minha mulher e com a minha filha.
Acho que tenho muito essa coisa da obrigação, de ser responsável, mas tenho me questionado a respeito disso. Fiz o que eu tinha que fazer até então e hoje minha filha está formada, casada e foi ensinada a ser independente e minha mulher hoje é ex e continua a ser a beneficiária do meu seguro.
Me propus a repensar isso a partir do casamento da minha filha. Chegou a hora.
No caso da música, ela terminava assim:
"Hoje ele morreu atropelado em frente a companhia de seguro, oh que futuro! Um rapaz de vinte e cinco anos."
domingo, 6 de março de 2011
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