Total de visualizações de página

quinta-feira, 9 de abril de 2009

SÃO JOSÉ DO VALE DO RIO PRETO




Quando eu era criança costumava ir com meus pais para uma fazenda em São José do Rio Preto, que naquela época ainda pertencia a Petrópolis. Muitos da nossa família se afeiçoaram ao lugar e alguns frequentam até hoje.

Mais adiante nos 16, 17 anos gostava tanto que não dependia mais de ninguém ir para que eu fosse, e, naquela idade, sem carteira de motorista, fazia uma
pequena maratona para chegar lá saindo do Rio. Ia até a rodoviária do Rio, pegava um ônibus para Petrópolis e de lá outro para São José. Chegando lá ainda tinha 4 km a pé até chegar na fazenda que se chama Dirindi , e que também não tinha energia elétrica na época.

Nunca foi um problema ficar sozinho. Eu gosto da minha companhia.

Muitas vezes fui e voltei sozinho. Aproveitei muito e me sentia bem com isso. Também tinha outro atrativo com o qual ficávamos impressionados, que era a quantidade de meninas bonitas que São José conseguia produzir e éramos muito bem recebidos por todos na cidade, inclusive por elas.

A fazenda antes de ser dividida tinha 65 alqueires, muitos morros e o rio Preto.

Alguns colegas do São Vicente, onde eu estudava, também foram muitas vezes para lá, e muitas vezes nem avisavam que iam. Chegavam no sábado e eu já tinha ido na sexta. Além das meninas, era muito divertido e haviam outras coisas boas.

Do outro lado do rio uma outra propriedade de pessoas do Rio também. Aos 17 namorei uma das filhas que tinha 13 e na época comecei a chamar de pai e mãe e mesmo o namoro tendo acabado aos 18 chamo, sinto falta e amo como pai e mãe. Não estou com eles com a freqüência que eu gostaria ou até deveria.

Tivemos ótimos carnavais mas que vão pertencer ao passado. Gostaria que a minha filhotinha tivesse tido a oportunidade de aproveitar da forma como aproveitamos naquela época, porque hoje não tem mais isso e aquilo foi muito bom. No último dia de carnaval os músicos que eram nossos amigos saiam do clube para as ruas da cidade e as pessoas seguiam.

Entre outras coisas, fomos muitas noites tocar o sino do cemitério e uma vez fomos tocar e cantar lá dentro. Não tínhamos as preocupações que temos hoje ao sair lá à noite. Todo fim de semana saíamos do sítio da Cachoeira com a Veraneio com quem estava no sítio e passávamos na vila para levar os amigos de lá, pegávamos a estrada em qualquer direção e entrávamos na primeira estradinha de terra onde ainda não havíamos estado.

Tivemos muitas estórias lá, e não fomos os únicos a gostar muito do lugar. Muita gente do Rio tinha casa lá e tem uma pessoa que gerou alguns filhos de quem todos gostam, inclusive você, tenho certeza, lá em São José. O nome dessa pessoa é Tom Jobim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário