sexta-feira, 22 de outubro de 2010
PERDENDO PARA O SUICÍDIO
Um acontecimento acabou me deixando completamente estarrecido.
Quando se perde alguém, acho que todos nós pensamos naquilo que poderíamos ter feito e não fizemos.
Passei por isto esta semana.
Perdi alguém e agora estou pensando se eu poderia ter ouvido com mais atenção e perceber que alguma coisa estava errada ou mesmo de longe ter estado um pouco mais presente. Ter feito algo enquanto havia tempo para algo ser feito e penso se esse algo poderia ter feito alguma diferença.
Olhando com vagar para isso tudo lembro que ela escreveu a respeito de como era um dia dela, no caso, uma quarta-feira. Depois se arrependeu e apagou.
Era um dia que trazia uma rotina apresentada de uma forma que mostrava que ela não estava achando aquilo muito interessante e também onde ela mostrava que não era uma figura central, como todos deveriam ser, pelo menos por um momento, ao menos de alguma forma.
E tendo lido aquilo não falei nada a respeito, exceto, que havia lido.
Também escreveu e apagou "Caminhadas" que demorei para ver e quando vi só consegui ler este pedaço:
"São dias assim, os dias em que por algum motivo se sai cedo do colégio e se senta pra tomar café da manhã com sua avó e parte da família. São dias assim, em que se sai pra passear sem rumo certo com um tio ..."
Conversamos bastante no dia dessa caminhada.
Todas as vezes que fui visitar meus pais tive momentos alegres e de descontração com meus sobrinhos e ela especIficamente parecia gostar dessas conversas de tio, que gosta de ser um pouquinho pai.
Me respondeu um e-mail dois dias antes.
Absolutamente normal. Nem sequer era lacônico.
Extremamente inteligente, divertida, bem humorada, parecia conformada com determinadas situações.
Não estava.
O que mais estaria acontecendo dentro dela ?
Agora só me restaram muitas perguntas.
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