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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

SÓ QUERO DO MEU JEITO

 

Não estou fazendo questão de fazer absolutamente nada que não seja exatamente do jeito que eu gosto, na hora que eu quero e como acho que deve ser, mas comecei a pensar que eu estou extrapolando.

Despertei para isso quando estava caminhando e encontrei um amigo com quem tenho conversas interessantes e, ao ele me chamar para continuar a caminhada com ele, na outra direção, eu imediatamente eu ter recusado o convite, dizendo que ele caminhava num ritmo mais rápido que o meu. 

Era hora de pensar melhor sobre o assunto.

Quando terminei a caminhada  comentei aquele insight com um amigo que disse que já era muito bom que eu quisesse pensar em algo que estava errado. 

No dia seguinte, me desculpei com o outro amigo e falamos um pouco e continuei a pensar.

Fui tentando lembrar de outros momentos onde tinha acontecido algo parecido. 

Lembrei que quando o filho de um amigo, que tem autismo num grau mais leve e que saía muito sozinho comigo e se comportava muito bem teve um episódio, quando os pais estavam viajando, quando, sem nada que provocasse, deu uns pontapés na saída do ar condicionado do meu carro, no console para os bancos traseiros. Eu além de dar uma bronca muito séria nele, na sequência parei de sair sozinho com ele.

Estou errado. 

Acho que eu estava contribuindo para o desenvolvimento e para a independência daquele menino e eu o abandonei por conta daquilo. Uma vez a mãe comentou com um amigo nosso que ele obedecia mais a mim do que a ela. 

Quando, muitos meses depois, eu pensei em retomar essas idas ao cinema, almoços e pequenos passeios, dizendo a ele que quando quisesse escolher um filme eu iria levá-lo, acho que os pais não o animaram a isso, quem sabe com receio de que eu pudesse criar um outro desapontamento para ele, se resolvesse parar de sair com ele novamente.

Seguramente a idade e minha situação permitem algumas escolhas, mas eu estou querendo escolher absolutamente tudo. Estou exagerando e evitando qualquer situação que constitua qualquer desconforto para mim porém pessoas realmente amigas merecem concessões. 

Vou continuar sem fazer algumas coisas, como, por exemplo, sentar numa mesa cheia de pessoas que não conheço apenas porque tenho apenas um amigo lá, que convidou para sentar, ou coisas do gênero. 

Gosto das conversas onde há uma troca e para isso é sempre melhor ou uma pessoa apenas ou um grupo menor.

Estou passando da conta ao evitar qualquer situação que constitua o menor desconforto para mim. No mínimo, algumas pessoas amigas merecem concessões e talvez eu devesse ir além disso.

A partir do momento que a vida me permitiu sempre fui assim. Evitando situações e pessoas que me fossem desagradáveis.  

A partir da compreensão de que eu deveria pensar no assunto surgida daquele encontro na caminhada, eu quis também racionalizar tentando achar o ponto onde isso tinha começado a se agravar. 

Um dos raciocínios foi que no ano passado vivi situações onde eu fui colocado em modo de stand-by por profissionais que eu costumava usar e que vinham quando queriam, ou marcavam e não vinham e muitas vezes nem satisfação davam. E eu com uma paciência que devia dar a eles a impressão de que estava tudo bem fazer isso.

Isso foi até a hora que eu me cansei da frequência que isso estava acontecendo e dei um basta. Foi perto do fim do ano, quando resolvi confrontar alguns deles por essas atitudes. E alguma razão eles me deram, porque todos continuam a querer trabalhar para mim.

Num outro caso, com um advogado, que acho que gostaria de ser professor e ensinar a fazer em vez de fazer, só não dei um basta porque não consegui, mas tentei através do amigo que o indicou e agora em janeiro ele apareceu e, aconselhado por quem o indicou, vou retomar. 

Esse amigo, que também é advogado, argumentou, com muita razão, que ele havia cobrado barato e, que além disso eu iria me consumir muito se tivesse que explicar tudo que esse já sabia e com o que já estava comprometido.

Cansei tanto disso que achei que precisava de umas férias deles e de outras pessoas e até do condomínio onde sou síndico. 

E aí vamos para o lado mais pessoal. Eu estava tendo uma relação casual que funcionava muito bem em muitos aspectos. Por isso estava se repetindo. 

Esperei por ela umas duas vezes enquanto ela estava resolvendo outras coisas e numa dessas vezes saímos e de outra nem fui buscá-la. Noutra ocasião mais recente achei que ela iria ficar preocupada com uma outra coisa e a cabeça não estaria junto ao corpo e eu disse que preferia adiar. E também teve uma ocasião onde ela esqueceu de mim porque sempre acho que primeiro elas e achei que estava faltando um equilíbrio naquilo que eu achava que era das melhores coisas entre nós. Foi passando o tempo e chegou a hora que eu disse a ela para darmos um tempo.

Ela é bem meu tipo e essa semana uma amiga disse que homem só dispensa uma quando tem outra. Não acho que seja uma verdade absoluta, mas dessa vez era. A outra também é bem meu tipo mas também precisava saber que não tenho disposição para ficar esperando.

Não estou aceitando qualquer situação onde eu ache que está existindo alguma desconsideração importante. Quando marco algo e depois de combinado aparece qualquer coisa onde me sinto de stand-by, não estou conseguindo deixar passar.

Deve ter muita coisa a ver com a velhice e que isso não seja apenas uma justificativa, porque minha prima diz que eu sou velho quando é conveniente.

Mas pensei no assunto, me desculpei com aquele amigo, tive uma conversa ótima com a amiga nova e ontem aceitei um convite para fazer uma coisa que não é minha cara, mas que não foi ruim.

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