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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

PEQUENAS BONDADES

Eu havia encontrado um porcelanato marrom imitando granito, muito parecido com o que eu havia revestido a guarita do prédio onde moro uns anos atrás, por um preço muito interessante e queria aplicar em duas paredes da frente do prédio, mas, restava pouco na loja e acabou. 

Também não havia nem previsão de disponibilidade do mesmo material do mesmo fabricante em nenhuma loja da região. Imaginei que o fato de ter acabado significava que foi um sucesso de vendas e que isso seria uma garantia de que rapidamente ele deveria estar disponível novamente. 

Eu comentei o assunto e mostrei a cor para a minha diarista que trabalha também para o prédio há muitos anos. Hoje ela trabalha um dia por semana para mim e outro para o prédio. 

Quando ela soube o preço ficou encantada e quis colocar o mesmo material na fachada da casa dela. E eu pedi para que me desse as medidas para que eu fizesse um cálculo que resultou em perto de dez metros quadrados.

Porcelanato é vendido em caixas fechadas com uma metragem específica para cada caixa, e eu sabia que eu teria que comprar mais que os dez metros que ela precisaria, porque teria que comprar tantas caixas quanto fossem necessárias para ultrapassar a medida, mas eu estava disposto a pagar pela diferença.

Um dia ela chegou na minha casa com o dinheiro no valor exato de dez metros daquele porcelanato e me entregou para comprar para ela, quando tivesse novamente disponível.

Mas, os meses foram se passando e nada de aparecer o material e eu com um saquinho plástico com o dinheiro dela com um papel que dizia de quem era aquele dinheiro.

Isso foi há quatro meses e de lá para cá nenhuma loja recebeu o material e ver aquele dinheiro dela sempre me dava a impressão de algo por fazer.  

Semana passada quando ela chegou para trabalhar eu fui com ela numa loja e pedi que ela escolhesse um porcelanato entre os que eu havia selecionado e ela estava preocupada com que o dinheiro desse, mas com aquela metragem eu estava querendo que ela escolhesse um, que mesmo mais caro, fizesse ela muito feliz e paguei pela diferença, relevante em termos de percentual mas não em relação ao que eu estava disposto a fazer por ela.

Não sou bonzinho com todo mundo, mas tenho prazer em ser com as pessoas que escolho, e até, umas raras vezes, faço sem que elas saibam que fui eu quem fez a bondade.

Daqui a pouco estou indo ali para fazer em papel fotos que eu quero presentear, inclusive de todas as meninas que me atendem no café onde tenho hábito de ir. Não me custa nada e me dá um prazer imenso ver a alegria dessas pessoas todas com um gesto tão pequeno.

Ao mesmo tempo não fiz essa semana o que poderia fazer por uma pessoa porque agiu comigo como se a oração fosse "Venha a nós e ao vosso reino nada".


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