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quinta-feira, 11 de julho de 2013

UM HOMEM DE VOZ TRANQUILA

Um amigo de um primo comentou que gostava da minha maneira de falar porque eu era o homem da voz tranquila. É uma pessoa que me conhece pouco, mas recentemente passei várias situações onde essa tranquilidade foi útil.

Um cliente importante observou que em todas as situações onde uma pessoa que estava ao meu lado se agitava muito e falava muito alto, eu gesticulava calmamente sinalizando para que ele parasse de falar e eu resolvia o assunto com tranquilidade, conseguindo tudo que precisávamos.

Recentemente fui apenas acompanhar umas pessoas que foram fazer uma visita a uma pessoa que tinha alguns problemas a resolver com eles e acabei me tornando o negociador com quem aquela pessoa quer falar.

Fui resolver um assunto financeiro de uma empresa em um fornecedor que em  três casos comprovados havia recebido e cobrava novamente a mesma duplicata. Eu disse tudo que precisava ser dito, inclusive solicitar a devolução do que foi pago a mais acrescido dos mesmos juros que eles cobravam num caso de atraso.
Ao fim da conversa a gerente que acompanhou a conversa me agradeceu por me ter colocado de uma forma que ela julgou muito educada.
Não imagino outra forma de lidar com o assunto que trouxesse melhores resultados.

Não vejo mais por que ser diferente disso.
Sempre consegui melhores resultados quando me mantive calmo. E me arrependo muito de quando fiquei nervoso, perdi a calma ou fui indelicado.
Na faculdade meu grande amigo Manolo comentando uma situação disse assim: "você, com esse seu jeito de padre..."

Esses dois últimos meses estive com uma pessoa que tem sido grosseira com os profissionais que iam lá trabalhar para ele e sempre quer as coisas para aquele instante. Quando me envolvi com o projeto e passei a interagir com ele usei o meu tom de voz habitual, mesmo quando havia uma discussão ou uma agitação por parte dele.
Um dia, numa discussão ele disse que sabia que ele era grosseiro de vez em quando e eu calmamente concordei com ele dizendo que todos querem respeito e ser bem tratados, porque ouvi algumas estórias dele desrespeitando esses profissionais e acho especialmente importante esse respeito com os mais humildes.

Eu não fiz a afirmação.
Eu concordei e reforcei a afirmação dele mesmo. Era algo que era bom se fosse dito e aquela foi uma oportunidade perfeita por mais chateado ou arrependido que ele tenha ficado de ter tocado nesse particular e me dado a chance de reforçar o que ele mesmo havia dito.
Eu poderia ter ficado quieto, em nome da conveniência, mas achei que dar aquele feedback a ele, mesmo que ele ficasse aborrecido poderia trazer algum bem aos ambientes onde ele circula e mais respeito aos profissionais que mandamos para trabalhar para ele.

Lembro de várias situações pelas quais passei nas quais perdi a calma.
Me arrependo de quase todas.
Existem conversas em que parece que você não está sendo ouvido. Chega um ponto onde você sabe que não vai chegar a lugar nenhum porque é impossível derrotar um ignorante num discussão.

Mas, por mais estúpida que seja a argumentação da outra parte manter a postura se não ajudar a resolver o assunto com aquela pessoa vai ajudar a resolver com a próxima pessoa a se envolver no problema. Resta sempre a alternativa de buscar o entendimento através de uma terceira pessoa.

Nesses e nos outros casos, acho útil me ter tornado um homem de voz tranquila.


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