Numa rua de Botafogo, atrás do shopping, mora embaixo de uma marquise, uma pessoa que conheço e descobri nessa situação há um ou dois anos. Foi um ótimo mecânico e tinha parte de uma oficina na Rua Bambina. Foi mecânico tanto meu, como do meu irmão que foi quem me apresentou a ele, e de nossos amigos da capoeira, já que ele também foi professor.
Pelo que contam foi a bebida que o colocou nessa situação e também é o que o mantém assim, já que também ouvi que alguém permitia que ele morasse numa garagem da casa mas ele sempre que saia deixava o portão aberto, tornando impossível para aquela pessoa ficar correndo risco pela irresponsabilidade de outra.
Ele é uma pessoa boa e é tratado com respeito pelas pessoas que o conhecem, mesmo sem saber do seu passado.
Quando o vi pela primeira vez nessa situação, fui a um restaurante na mesma rua e eles deixaram que eu o levasse para almoçar comigo lá, desde que fosse na parte de fora. E muitos dos que passavam e o conheciam o cumprimentavam com muita delicadeza e ele retribuía o cumprimento de maneira muito elegante.
Não tenho vindo com frequencia ao Rio, mas ontem era noite de 25, Natal e eu estava num apartamento duma prima muito perto dele. Um dos poucos lugares que estava aberto na noite de ontem era uma pizzaria delivery quase junto do lugar onde ele dorme.
Não posso fazer muito, nem sou bom o suficiente para fazer isso por uma pessoa que eu não conheça, mas penso que ele deve ter a oportunidade de ser tratado com uma pessoa visível, de vez em quando, pelo menos.
Conversamos e comemos uma pizza sentados nuns banquinhos que o pessoal da pizzaria teve a gentileza de oferecer para permitir aquele encontro improvisado na calçada.
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