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segunda-feira, 11 de maio de 2009

O NOVO E O VELHO NA ARTE - O QUE VI NESTE FIM DE SEMANA

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A arte tem um compromisso com o novo.

Mas, quando se pensa apenas no novo vemos, as vezes, coisas incompreensíveis e até irritantes para uma parte dos que assistem.

Vi alguns anúncios em televisão que para mim, foram absolutamente sem sentido para quem tentava vender determinado produto.
O criador quis passar uma mensagem que eu não fui capaz de entender.

Mas eu represento apenas parte da audiência.

Se temos antecipadamente uma noção do que se pretende, às vezes fica mais fácil mas se não se antecipa o entendimento, é maior a chance de surpreender.

Tenho visto bons atores, com um tema que daria possibilidades interessantes, se perderem em textos sem muito pé nem cabeça, embora bem interpretados. Mas também tenho visto atores fracos, que não valeram meu tempo. Por isso fico muito feliz quando vejo novos atores que me surpreendem com a qualidade do trabalho.


Outras vezes o novo faz com que você tenha uma nova visão.

Em Corpoético, que me veio a provocar uma dor e uma consciência de coisas pelas quais eu passava, embora o nome dê uma pista, só entendi o "romper da quarta parede do palco" com o email da Miriam Druwe. Achei fantástico o conceito, mas eu não o tinha alcançado até então.

Este fim de semana assisti uma peça argentina com atores argentinos, aqui em São Paulo. Depois da peça fomos para um papo com os atores e com o diretor e vimos em vídeo trechos de outras peças que eles haviam feito.

Vendo as outras peças, tive a impressão que uma das atrizes fazia sempre o mesmo papel, porque sua interpretação tinha exatamente a mesma maneira de falar. A mesma entonação e as mesmas pausas. Confesso que na peça que vi, a maneira de falar da personagem me lembrava um desenho da Disney, onde aparecia o professor Ludovico.

Como eles estão juntos há quatorze anos me perguntei como eles lidavam com a renovação.

Devo dizer que já vi a mesma coisa com alguns atores brasileiros.
Os muito bons conseguem ter nuances na interpretação, o que os torna grandes atores. Os que não se livram de pelo menos algumas das coisas que são pessoais e marcas próprias, dão impressão também de estarem fazendo o mesmo papel.

Fui ver Cordel do Amor Sem Fim. Valeu não sòmente pelo inusitado que foi ver uma peça dentro de um ônibus urbano em movimento, como também por todos os atores, que se formaram agora em 2006, mas que estavam bem em seus papéis. O cenário criado dentro do ônibus estava interessante e este ter se transformado no palco e na platéia ao mesmo tempo torna a peça dinâmica.

Na sequência fui a Casa das Rosas ver uma interpretação de poesias de Glauco Matoso e foi uma surpresa, bem agradável por sinal, as meninas que fizeram Alice Ruiz estarem nessa apresentação. Os textos de Glauco Matoso são crus e as vezes grosseiros, mas foram interpretados de uma forma que essa crueza não era o que dominava o espetáculo. Realmente gostei dessas meninas. Aliás havia um jovem ator que também se mostrava seguro e um ótimo intérprete.

Elas me contaram que estão com uma bolsa na Casa das Rosas para interpretar novamente Alice Ruiz, que eu achei que lhes caiu como uma luva, e virá com o nome anterior de Navalha na Liga, mas creio que com outros textos.

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