Não que o incômodo não existisse antes, mas uma outra pessoa o trouxe de volta com
muita força quando comentou comigo a respeito do poder das palavras porque
estávamos presenciando o destempero de alguém que naquele instante, em altos
brados, denegria indevidamente a imagem de uma cliente que
estava vindo em seguida, por motivos muito justos e de maneira educada, formalizar
o cancelamento de um negócio.
Aquela conversa acabou me levando muito mais longe.
Não havia para mim novidade quanto ao caráter de uma pessoa capaz de, entre muitas outras coisas, tirar fotos de momentos íntimos com uma namorada que convivia com a família e sair exibindo.
Eu já havia me afastado, fazendo questão de me colocar de maneira muito clara ao vê-lo comprovadamente tentar prejudicar alguém que o havia ajudado muito e de quem sou muito próximo.
A conversa a respeito do que acontecia me levou a pensar que eu estava presenciando ou tomando conhecimento de atitudes estúpidas e grosseiras dessa mesma pessoa com outros que não tinham a capacidade de se defender, muitas vezes por razões de sobrevivência econômica.
Se eu estivesse lidando com pessoas de quem eu gosto eu estaria interessado na conscientização das atitudes para que a partir disso ele pudesse se tornar uma pessoa melhor.
Não é o caso.
Foi quando veio o raciocínio mais contundente.
Mesmo sem trocar quase que nenhuma palavra com aquela pessoa, estar no mesmo ambiente e não ter uma atitude de defender o mais fraco era como se eu estivesse compactuando com aquilo.
Não posso ser cúmplice disso.
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