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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

MEU AMIGO PEDRO

Quando eu tinha perto de 12 a 14 anos, e estava no colégio, nos meses que antecediam junho, havia um concurso de coleta de "prendas" para a festa junina do colégio que nossa turma sempre ganhava pela participação forte de alguns pais com contas bancárias gordas e com isso, como prêmio, ia fazer um passeio de um dia em Itaipava num clube que devia ser também organizado pelos pais de algum colega.

Nosso colégio tinha alguns contrastes. Tivemos ao mesmo tempo como colegas, um príncipe de algum país europeu, o filho de um bicheiro, um que veio a ser Presidente da República, um Ministro da Fazenda que foi meu colega de sala e pessoas comuns de classe média como eu. Mas também foram dadas Bolsas de Estudo Integrais para meninos pobres e negros o que era uma forma de trazer um pouco de justiça social e novos ares ao colégio.

Um desses meninos era o Pedro que era de outra turma, mais novo do que eu mas muito mais alto e mais forte e também foi para Itaipava.

Pedro caiu ou foi empurrado na piscina e não sabia nadar. Percebi a situação, mergulhei na piscina e abracei o Pedro pelas pernas, levantei ele para que ele respirasse e caminhei por baixo dágua até chegar na borda da piscina onde alguém o pegou.

Ele não esqueceu daquilo.

Algum tempo depois no pátio do colégio tive alguma discussão com algum colega maior que eu e o Pedro vendo aquilo não precisou mais do que chegar perto para mostrar que se mexesse comigo estava mexendo com ele.
Bastou. 
A discussão acabou.
Era o Pedro mostrando que era grato e que eu também podia contar com ele.

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