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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

UM ROSTO LINDO

Na faculdade de administração, há um milhão de anos atrás, um colega de sala de quem me tornei amigo, Ricardo Feijó, não bebia nada de álcool e eu brinquei com ele dizendo que aquilo era uma falha de caráter. Com isso ele nunca se soltava.

Hoje eu fui a um evento muito por obrigação. Meia hora antes me senti tão cansado de um dia onde trabalhei muito com assuntos muito penosos para mim e pensei até em ligar para quem iria comigo para propor que não fôssemos. Mas, por fim, tomei um banho e a coragem voltou e fui com a intenção de não demorar muito.


Lembrei do Ricardo porque comecei a tomar um espumante docinho desde que chegamos e um pouco depois comecei a encontrar pessoas conhecidas e o espumante começou fazer efeito e me soltei um pouco mais quando uma princesa toda linda e andar de bailarina começou se fazer mais presente e eu comecei a falar uma coisinha ou outra.


Por fim quando estava para ir embora, a procurei num cantinho mais reservado para falar mais uma bobaginha que foi exatamente sobre ser ferido por um rosto a que se referia Saint Exupéry em Cidadela. Do soldado que é ferido pelo rosto de uma rainha e a partir dali ele se torna soldado de uma rainha. E me despedi com um beijinho.


Estar na hora de ler de novo esse trecho, que falava que somos feridos por um rosto, mesmo que aquele rosto não seja para nós.


Com isso a noite valeu a pena.

E beber um pouquinho ajudou a tornar tudo mais soltinho.

Um dia espero ser ferido por um rosto, que seja para mim.

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