No prédio onde fomos uns dos primeiros a morar e onde minha mãe mora até hoje eu conhecia a todos e em algum momento perto dos meus vinte anos mudou para lá uma portuguesa que tinha duas filhas mais novas vivendo com ela e que tinha outras duas filhas mais velhas, vivendo com o pai em São Paulo.
A mais nova, Solange, na época, tinha doze anos e vivia lá em casa. Eu dava muita atenção a ela e gostava muito dela também.
Minha namorada morava num prédio quase ao lado do meu e um dia ela protestou pelo fato da Solange ter tanta atenção da minha parte e ir tantas vezes lá em casa e quando eu disse para ela que era uma bobagem aquele ciúme porque a menina tinha apenas doze anos ela me respondeu com veemência:
- Você não sabe o que passa na cabeça de uma menina de doze anos !
E eu não sabia mesmo.
Um ou dois anos depois, numa dessas vezes em que eu não estava namorando, as irmãs de São Paulo apareceram e eu me encantei por uma delas, com a qual não tive nada, mas que fui correndo para São Paulo, quando tentou suicídio e fiquei na casa deles.
A avó das meninas, que morava com elas e o pai, foi quem me contou que a Solange falou um dia para a irmã:
- Sandra, você tem tantos! Deixa ele pra mim.
Não me lembro quando as meninas menores mudaram para Portugal com a mãe e o padrasto, mas lembrando de outras coisas, vejo que nunca comentei a respeito de algumas particularidades e constato que eu sempre soube ser discreto e entender outros estilos de vida.
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