Tenho me questionado a respeito de como me vejo e se realmente estou me vendo.
De como minha vida é e como eu penso que ela seja.
Se "estou vendo minha própria nuca".
Tentando me aproximar da realidade e não sei o quanto isso é bom porque a ausência dessa total consciência nos faz mais felizes com as ilusões do que pensamos ser.
Essa ilusão nos ajuda a sobreviver.
Geralmente nos temos em alta conta. Normalmente pensamos que somos melhores do que realmente somos quando finalmente conseguimos ver a nossa própria nuca, ainda que levemente nos conformamos que o mundo não é como gostaríamos que ele fosse.
Esse pensamento de que o mundo e as pessoas deveriam ser da maneira como os idealizamos é uma fonte de insatisfação quando o ritmo, a ética e maneira de agir não corresponde ao que imaginamos como correto e reto.
Ter colocado a sinceridade e a honestidade como valores primários algumas vezes tem me trazido mais problemas do que soluções. Não sei se ser menos sincero ou reagir de uma forma diferente me traria soluções mais satisfatórias porque isso me tiraria uma das maiores satisfações que tenho que é tentar ser íntegro.
O questionamento veio também por conta de coisas que aparentemente não preciso e da independência que tenho dos outros já que ela se revela uma estratégia de sobrevivência.
Sempre me sinto tentando não ser presente demais.
Tem conversas que vem lá de longe e voltam como a de eu me bastar mas a carência e a solidão existem, apenas aprendi a lidar com elas.
Se a reflexão está vindo é porque neste instante não está me bastando apenas seguir adiante já que a rotina em si não tem se revelado suficiente para preencher a vida.
Fazem alguns meses que a vida foi mais povoada de obrigações e coisas desagradáveis do que prazeres e veio a necessidade de sentir que esse momento já passou e que posso seguir sendo feliz novamente.
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