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sexta-feira, 25 de outubro de 2019

EPICURO - Carta sobre a Felicidade


Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito.

É necessário, portanto, cuidar das coisas que trazem a felicidade, já que, estando presente tudo temos, e, sem ela, tudo fazemos para alcançá-la.

Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações.
Aquilo que não nos perturba quando presente não deveria afligir-nos enquanto está sendo esperado.
Para o sábio viver não é um fardo e não viver não é um mal.

O conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda recusa e toda escolha para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que é esta a finalidade da vida feliz: em razão desse fim praticamos todas as ações, para nos afastarmos da dor e do medo.

De fato, só sentimos necessidade do prazer quando sofremos pela sua ausência; ao contrário, quando não sofremos, essa necessidade não se faz sentir. É por essa razão que afirmamos que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz e a ele chegamos escolhendo todo bem de acordo com a distinção entre prazer e dor.

Consideramos a autossuficiência um grande bem; não que devamos nos satisfazer com pouco, mas para nos contentarmos com esse pouco caso não tenhamos o muito.
Desfrutam melhor a abundância os que menos dependem dela.
Habituar-se com as coisas simples, não só é conveniente para a saúde, como ainda proporciona ao homem os meios para enfrentar corajosamente as adversidades da vida.

Quando dizemos que o fim último é o prazer estamos nos referindo o prazer que é ausência de sofrimentos físicos e de perturbações da alma.

A prudência é o princípio e o supremo bem; é dela que se originaram todas as demais virtudes.

Mais vale aceitar o mito do deuses, do que ser escravo dos naturalistas.

A sorte não é uma divindade (pois um deus não faz nada ao acaso), nem algo incerto, o sábio não crê que ela proporcione  aos homens nenhum bemnou nenhum mal.
É preferível ser desafortunado e sábio, a ser afortunado e tolo; na prática é melhor que um bom projeto não chegue a um bom termo, do que chegue a ter êxito um projeto mau.

Medita e nunca mais te sentirás perturbado, quer acordado, quer dormindo, mas viverás como um deus entre os homens. Porque não se assemelha absolutamente a um mortal o homem que vive entre os bens imortais.

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