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terça-feira, 24 de junho de 2014

OUTRA MANEIRA DE ME VER


Acho que a coisa já devia andar por ali, mas foi uma frase da minha mãe repetida por uma pessoa que a encontrou há alguns meses que desencadeou os pensamentos. Ela me via de uma maneira que eu mesmo não me via e isso me levou a pensar no assunto sob a perspectiva de outras pessoas. Outras frases me chamaram à reflexão.

Ela contou que eu estava namorando sério dizendo que ficou contente porque achava que eu estava muito sozinho depois da minha separação que aconteceu há alguns anos.


Ela não deve estar contente porque eu estou sozinho novamente.


Não me vejo solitário, mas prestando mais atenção talvez eu seja.

Não me vejo deprimido, mas olhando melhor o que tenho sentido ultimamente, talvez eu esteja.

Sempre busco uma forma de ver a vida de uma forma positiva. Não tenho o hábito de me entregar ao desânimo e aprendi tão bem a ser independente que sei ficar sozinho, mas não é o ideal para alguém que gosta de ficar alisando.


Ficou ali quando recentemente um amigo escreveu dizendo que seria fácil eu fazer alguma mudança porque eu era desapegado. E fui a outro momento quando uma amiga reclamou que quando eu estava com ela eu era tão presente e quando eu ia embora eu era ausente.


Também veio o dia em que tomando um café uma amiga que me perguntou se eu estava namorando ela concluiu que eu tinha tantos interesses que eu me bastava. Protestei e escrevi sobre isso e escrever significa que pensei sobre o assunto.


Há pouco tempo fui de uma honestidade atroz com uma pessoa da família que sempre foi distante mas costuma se meter na vida dos outros como se fosse próxima quando eu disse a ela que eu não tinha nenhuma intimidade com ela para conversar com ela sobre um assunto que era meu. Embora tenha feito o que no meu íntimo eu tinha que ter feito, isso ficou me incomodando porque não é agradável fazer esse tipo de colocação. 


No momento que aconteceram essas coisas talvez eu não tenha me dado conta, mas agora veio o raciocínio sobre essas outras percepções. Repensar o que eu não tinha tido necessidade de repensar antes me aproveitando da perspectiva de outras pessoas. 


Por cima de tudo voltou a frase de uma amiga que diz que relacionamentos, seja quais forem, dão trabalho.


Moro sozinho e mudei há um ano para uma cidade onde tenho primos e tios e embora goste demais de família tenho um horror enorme à possibilidade de ser presente demais e com isso incômodo.


Foi no último sábado que tudo isso se misturou e borbulhou.

Eu tinha ido sozinho ao cineclube quando gostaria de estar com meus primos que moram aqui e em outros lugares e a família deles, com a preocupação de não ser demais.

Enquanto eu tomava um café esses pensamentos começaram a vir. Telefonei e comecei a falar sobre isso com uma amiga com quem de vez em quando tenho conversado. 

Serviu para eu repensar o que eu estava fazendo, esquecer o filme e ir me juntar a eles e chegando lá ainda com o não querer ser demais na cabeça conversar com uma pessoa que me disse que o não querer ser demais pode levar ao ser de menos.

Em todas essas coisas existe uma medida que não é só a minha.

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