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domingo, 1 de setembro de 2019

UMA COISA LEVA A OUTRA


Literalmente foi há décadas. 

Foram setenta dias em Manaus. Eu estava esperando ser chamado para um concurso no qual tinha passado e aceitei uma proposta para gerenciar um restaurante porque meu irmão me disse que se eu não fosse iria perder tudo que havia colocado lá.

Eu só era sério mas não tinha nenhuma experiência na área.
Fui e foi uma boa experiência, e o restaurante embora bem frequentado não me trouxe muitas pessoas que eu achasse realmente bonitas e beleza para mim, como para Vinicius, é fundamental.

Mas existiu uma.

O pai era frequentador assíduo e um dia a levou. 
Como dizia Saint Exupéry fui ferido por um rosto.

Eu costumava ir às mesas falar com os clientes e o pai era conhecido. Algum momento consegui tirá-la da mesa e começamos a conversar uma conversa meio sem fim. 

Uns dias depois o pai voltou e eu disse a ele que queria o telefone da filha e ele me respondeu que daria mas que do jeito que as coisas estavam indo eu ia fazer com que ela terminasse o noivado dela.

Pensei por um instante. 
Eu ainda não a conhecia muito.
Nada tinha acontecido para fazer terminar um noivado.
Se eu pegasse aquele telefone eu estaria me comprometendo mais do que tinha certeza de que gostaria naquele momento.

Não peguei o telefone.
Eu era sério.
E continuo sendo.

Mas o presente me levou ao passado e comecei uma outra conversa sem fim um dia desses. E se fosse para decidir hoje mandaria o meu telefone e deixaria ela tomar a decisão

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