BRANCO, HETERO E FELIZ POR ISSO

 

Tenho lido e ouvido muita coisa, inclusive mencionando pesquisas e estatísticas, em vários lugares do mundo, falando a respeito da falta de interesse dos mais jovens por sexo.

Me sinto envelhecendo bem e continuo gostando muito do esporte e creio que a minha maior qualidade quando estou em quadra é estar totalmente presente e interessado apenas em quem está ali comigo naquele instante.

Não existe outra pessoa no mundo naquela ocasião. Não fantasio com quem não está ali. Total atenção e dedicação. 

DISPENSANDO A MARAVILHA

 

Nada como uma pessoa satisfeita. Até o inimaginável pode acontecer.

A pessoa de quem vou falar primeiro agora não tem nenhuma importância para mim. É uma pessoa com quem saí já faz algum tempo. Desde a semana passada ela vem falando em marcar alguma coisa e eu não estava demonstrando interesse, mas estava respondendo educadamente. 

Quando ela me procurou, ela nem me passava pela cabeça e  para me lembrar me mandou uma foto dela que eu havia feito.  Com isso acabei indo ver umas fotos que eu tinha feito dela numa outra situação e em algumas ela ficou realmente muito bem. Mas não me fez ficar interessado em sair com ela.

Ontem ela veio perguntar mais uma vez o que eu ia fazer e eu resolvi responder de uma forma bem direta já que ela não estava entendendo essa maneira delicada de dispensar e eu disse com todas as letras que eu estava satisfeito com que estava tendo e que quando eu estivesse interessado em alguém diferente que eu entraria em contato. Fisicamente ela me atrai mas isso não foi suficiente.

Agora sim vou falar da maravilha que perguntou há poucas horas perguntando se podíamos nos ver hoje e eu disse que não. Ela deu chabu nas últimas vezes, agora a hora da desforra chegou.

Mas é uma dispensa provisória, de quem está bem satisfeito neste instante com o que teve. Tive uma tarde gloriosa esta semana.

Agora, essa maravilha que dispensei hoje, depois da última vez que ela esteve comigo me deixou a vontade de algumas repetições, mas nenhuma delas está numa posição de estabelecer as regras de como e quando vai ser comigo.

NADA COMO UMA BOA BRINCADEIRA

 

Eu achava que estava com tudo e estava deixando ela para depois.

Eu estava perto, mas fora da cidade e três das amigas, inclusive ela, me perguntaram quando íamos nos ver.

Voltei para pegar um material para voltar e trabalhar uns dias no mesmo lugar em que eu estava e resolvi escolher uma mais recente que eu tinha resolvido ver a cada três semanas e foi com ela que eu marquei.

No dia ela disse que não ia dar certo porque uma pessoa da família dela estava internada com problemas sérios. 

Muito justificável.

No dia seguinte essa pessoa da família dela morreu. Mais justificável ainda.

Passei a semana inteira fora e as mesmas pessoas fizeram a mesma pergunta e quando estava de volta avisei novamente à primeira e marcamos. Atrasei um pouquinho para buscá-la e deu errado.

Marcamos para o dia seguinte e disse para ela vir me encontrar em casa ao invés de ir buscá-la. Foi passando o tempo e quando ela ligou foi para dizer que mais uma vez que não ia dar certo e se podíamos marcar para o dia seguinte.

Eu disse que não. Para deixarmos para uma outra ocasião porque duas vezes seguidas tinha dado errado então eu preferia não insistir por agora...

Marquei com uma de quem gosto muito e ela me disse que tinha uma consulta no começo da tarde e que em seguida vinha me encontrar.

Fomos conversando desde que ela chegou no consultório e durante a tarde inteira enquanto ela esperava  e demorou tanto que no final do dia ela estava exausta e marcamos para hoje.

O placar já estava em 5 x 0, eu apanhando feio e sem marcar nada.

Mas hoje ela veio almoçar comigo e eu tenho um prazer imenso em olhar para ela. Sempre tive, desde a primeira vez.  Depois, com todo tempo do mundo, fomos brincar e foi tão bom que ela ficou cansada e tão relaxada, que dormiu, tão profundamente, que ressonava.

Que tarde gloriosa!

Compensou tudo que deu errado e as chateações pelas quais ultimamente tenho passado. 

E eu pensei...

Quem tem uma tarde dessas não quer se chatear muito com ninguém. 

 

OS INSIGHTS DA MADRUGADA

 

De vez em quando uma solução melhor para alguma coisa me tem aparecido ao acordar de madrugada por qualquer motivo.

GUARDAR OBJETOS PARA PROVAR QUE AMA ALGUÉM

 

Eu imaginava que tinha poucas coisas que não usava, e que tinha eliminado quase tudo de que não preciso. A última semana provou que isso era uma ilusão. 

Eu ainda tinha objetos que poderia ter eliminado há muito tempo. 

Fiz uma viagem para resolver um assunto e estive com uma pessoa capaz de me ajudar com atividades que comecei mas não terminei.  

Sozinho, poderia levar muito mais tempo para ver terminado.

Resolvi ir até em casa, pegar o material que preciso para terminar essas tarefas e viajar de volta para encerrar essas minhas pendências. 

Foi nessa volta em casa que veio a constatação do devaneio a meu respeito.

Eu tinha oferecido a uma pessoa os cds que separei para dar fim e abri um armário para ver se não tinha outras coisas que eu quisesse tirar da minha vida também.

Que surpresa! 

Eu tinha mais coisas para dar fim do que eu pensava. Algumas dessas coisas há um tempo absurdo.

Começou com uma batedeira, nova, lacrada na caixa que eu comprei há mais de dez anos, na intenção de fazer waffles que nunca fiz. 

Uma cafeteira italiana nunca usada que minha amiga Marília me deu de presente logo depois da minha separação. Faz 16 anos!

E continuou por uma seleção de vários dvds, alguns que ainda estão lacrados e nunca vi, mas não me dizem nada de especial.  

Me livrei disso tudo ontem.

Também tenho um conjunto de 6 xícaras de café nunca usado que me foi presenteado por uma pessoa muito famosa. Esse ainda deixei lá. 

Algumas dessas coisas eu guardava pelo apego às pessoas  que me deram, mas consegui ver que posso me desvencilhar desses objetos sem deixar de estimar essas pessoas. 

Posso fazer isso inclusive com algumas cartas que ainda guardo para provar meu amor por algumas pessoas. Vou guardar apenas as que tenham valor pelas coisas que estão escritas. 

Não são todas.

É um ponto de virada na minha vida.