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quarta-feira, 19 de julho de 2023

QUEM PARIU MATEUS QUE BALANCE

 


Fiz algumas amizades na última faculdade pela qual passei e onde uma parte dos alunos é de origem humilde. Muitos já tinham uma condição melhor, se tornaram professores e estão trabalhando.

É o caso de duas colegas de sala que saem muito juntas e que já estiveram na minha casa. Admiro muito como uma  delas desenvolveu o espanhol, tanto para falar como na parte da gramática e devido a esse interesse ela já foi à Argentina duas vezes, a última com a outra colega, e está namorando um portenho que veio aqui agora.

Há pouco mais de um mês ela me pediu para divulgar uma mensagem falando que o cachorro dela ia ter que fazer uma operação e ela estava fazendo uma rifa. Penso que ela dava como certo que eu iria participar daquilo.

Racionalmente eu pensei em contribuir mas, como não o fiz imediatamente e nem nos dias seguintes, e acho que no íntimo eu pensava que não era o caso, porque eu não concordava com a socialização de uma despesa com um cachorro quando a dona ao mesmo tempo elege outros gastos para fazer.

Embora a minha situação financeira seja diferente da dela acabei não fazendo mas ela contou que o namorado estava vindo visitar e eu que estava saindo para uma viagem curta disse que para homenageá-la eu gostaria de convidá-los para fazer alguma coisa quando ele estivesse aqui.

Quando voltei ela se comunicou comigo e eu os convidei para almoçar no meu restaurante preferido que é um dos melhores da região. Dessa forma gastei algumas vezes mais do que pensaria contribuir mas convidar para almoçar estava mais de acordo com minha maneira de pensar e viver.

E lembrei de uma outra vez quando convidei essas duas amigas para fazer um passeio numa ilha próxima e ela, ao meu ver de uma forma muito inconveniente, perguntou se podia levar a mãe e eu disse que não mas levei a irmã da outra conosco.

Não conheço a mãe dela e prefiro continuar não conhecendo, Se levasse, além do desconforto que eu sentiria com aquilo, eu me sentiria na obrigação de dar atenção à mãe dela.

Mas a estória do cachorro continuava na minha cabeça porque eu havia decidido não ajudar embora pudesse. Isso foi coerente mas me colocou para pensar porque eu só ajudo a quem eu conheço e eu a conheço e decidi não ajudar naquele caso específico.

Mas veio a oportunidade de fazer o que eu acho certo.

Ontem fui almoçar num lugar onde vou uma vez ou outra e ao entrar uma das moças do caixa me cumprimentou e ao perguntar como ela estava ela me disse que mais ou menos e eu perguntei o motivo.

Ela contou que viu um vira-lata ser atropelado e parou, recolheu o cachorro, levou para a veterinária e tem tido despesas com isso e que com isso arranjou um problema do qual quer se livrar. Almocei pensando no assunto e ao pagar a conta dei a ela, que não pediu nada, cinquenta reais para ajudar com as despesas que ela estava tendo.

Fazer isso fez muito mais sentido para mim.


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