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terça-feira, 18 de outubro de 2016

O QUE EU QUERIA DIZER SOBRE MINHA MÃE


Meu pai morreu aos 52 anos. 
Minha mãe tinha na época 46 anos e estava cursando faculdade de História. Para ela ficaram cinco filhos com idades de 24, 22, 20, 18 e 17 anos, nenhum seguro de vida e um apartamento de quatro quartos com uma sala enorme que era um  outro apartamento.
Meu pai era um sonhador.  Minha mãe uma realista. Depois da morte de meu pai ela viveu mais 38 anos e morreu em 2014 com 84 anos. 
Do começo dessa outra vida até 2014 ela terminou a faculdade, se tornou professora  da UFRJ, fez por sua conta uma obra que dividiu o apartamento em dois, um de três e outro de dois quartos, comprou quatro outros apartamentos pequenos e vendeu um deles,  manteve morando com ela a filha Lilia e depois desde o nascimento a neta Bárbara, viajou muito  e quando morreu ainda deixou uma aplicação onde cada um dos filhos e a Tônia, viúva do Fábio, receberam  cada um uma parte.
Nós, os filhos, achávamos que ela era econômica demais. Deveríamos ter aprendido mais com ela. Uma prima que morou com mamãe por um tempo me disse que nunca faltou nada.
Mamãe tinha a admiração  de nossas primas de ambos os lados da família e de muitas outras pessoas com quem falei e que me contaram coisas que eu não sabia, entre outras, que  quando ela voltava para a cidade dela vinda do colégio era sempre um acontecimento porque ela sempre fazia algo acontecer, como teatro, por exemplo.
Ana Vitória, nossa prima, a quem chamo de sexta filha porque saía muito com mamãe e quando eu lhe agradecia por isso ela me dizia que fazia isso não como sendo um favor mas porque achava mamãe sempre muito antenada com os acontecimentos e por isso uma pessoa muito interessante.
A iniciativa e o interesse de ir morar num grande centro como o Rio de Janeiro foi dela.  Meu pai com quem ela já era casada sempre se definiu como um sertanejo. Tio Manoel irmão mais velho dele foi um sucesso como homem de negócios e depois de meu avô paterno assumiu o papel de patriarca.

Mamãe, como cada um de nós, não era perfeita mas foi uma lutadora e uma vencedora e merece todo respeito.

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