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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

LEMBRANDO OS FATOS

                                    


A memória é traiçoeira e seletiva. Nós fragmentamos as coisas, só vemos o que nos interessa, da forma como nos interessa.

Então, nos traz para mais perto da realidade registrar o acontecido e os documentos que comprovam os fatos, para amanhã não depender de nossos afetos que torcem a realidade e fazem escolhas do que e como queremos lembrar do que aconteceu.  

Em maio de 2013, eu que nunca havia pensado nessa possibilidade, mudei para um estado do nordeste e fiz uma grande reforma num apartamento que minha mãe me ofereceu emprestado numa cidade onde moram pessoas da família pelo lado dela.

O apartamento estava  num péssimo estado, num prédio em situação lastimável, mas eu visualizei como uma reforma poderia transformar aquela situação. 

Gastei muito para fazer uma renovação e implementar muitas melhorias, inclusive alterando a planta em todos os aposentos. 

O resultado da reforma foi muito bom.  A única coisa eu faria diferente seria usar um material mais caro no revestimento dos banheiros. 

O prédio é que ainda tem muito para ser feito.

Minha mãe aprendeu a agir pensando no futuro.
Foi o que aconteceu quando ela me ofereceu o apartamento. Deve ter pensado que se eu me adaptasse bem à mudança ela poderia fazer a proposta que fez um ano depois, que foi:
Se eu concordasse em morar com ela, ela queria que eu procurasse uma casa para comprar no mesmo condomínio onde já moravam alguns parentes próximos. Eu concordei.
 
Ela sugeriu que eu vendesse o apartamento para juntar com uma reserva que ela tinha para comprar essa casa mas eu pedi para não vender o apartamento. Eu queria ficar com ele depois. Ela aceitou isso. Disse que dava para comprar a casa sem vender o apartamento.

Mas ela estava doente. O médico havia identificado nela uma "massa no fígado" e disse que o que ela podia fazer quanto ao que ele não chamou de tumor era aproveitar a vida e o convívio com a família.

Eu cheguei a ver duas casas antes de chegar à conclusão de que ela estava mais doente do que eu imaginava, embora eu tenha uma irmã que de forma perversa fez tudo para convencer os irmãos e até minha mãe, de forma mais cruel ainda, que o fim dela estava próximo.

Minha situação financeira nos meses antes da morte dela era apertada por três motivos. 
Eu havia gasto na reforma no apartamento, dispendi o dobro do que valia meu carro, para trocá-lo por uma camionete diesel porque uma pessoa em que eu confiava me recomendou expressamente que não viesse com ele. Disse que eu ficaria casado com ele. 
E, finalmente eu estava investindo na construção de cinco casas, onde eu tinha 10% do negócio.

O que gastei na reforma do apartamento era um valor imobilizado, com o qual eu não podia mais contar.

As casas haviam sido vendidas mas ainda não havíamos recebido o valor financiado e eu já estava no ponto de ter que entrar novamente com 10% na construção de quatro novas casas.

E casado mesmo eu fiquei foi com a camionete que só consegui vender, um ano e meio depois. E isso porque um tio arranjou o comprador.

Eu já havia me aborrecido seriamente com uma irmã pela forma canalha com que ela havia feito minha mãe não ter nenhuma dúvida de que estava morrendo e daí para frente os desgostos com as atitudes dessa irmã foram acontecendo um atrás do outro. 
Várias desses atos são caracterizadas legalmente como Investidas contra a Herança e, só recentemente, depois de dez anos tentando evitar, peticionei no Inventário contra esses atos e na petição documentei outras atitudes, que nem cabiam no Inventário, com o fim de demonstrar e documentar o caráter dessa irmã.

Fui a pedido da minha mãe passar 12 dias com ela em setembro e essa irmã não apareceu lá um dia sequer. Em outubro de 2014 ela faleceu.

A partir de dezembro de 2014 minha vida financeira foi voltando ao normal. Minha camionete foi vendida naquele mês, e comecei a receber o dinheiro das primeiras casas e quando em fevereiro de 2015, recebi um pequeno VGBL deixado por minha mãe, não precisei encostar a mão naquele dinheiro.

No começo de 2015 mais uma novidade. 
Eu havia me separado no começo de 2009 e nunca tivemos uma discussão séria a respeito de vender a casa que nos pertencia. 
Ela, que nunca me deu um real de despesa depois da separação, reclamava do quanto era caro fazer qualquer coisa numa casa de 550 metros de área num terreno gramado de 4000 metros. 
Pelo meu lado, eu poderia falar que tinha no papel metade duma casa daquele tamanho mas pagava aluguel.

A casa foi vendida no começo de 2015.

Não foi porque ela pediu nada, mas sim por uma decisão minha, porque eu achava justo, dei à minha ex-mulher uma parte da minha metade e com isso ela ficou com quase 60% do valor da casa e eu com pouco mais de 40%.

E foi a partir daí eu tive como fazer outros investimentos.

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