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quarta-feira, 3 de julho de 2024

MEU ENCONTRO COM O ISQUEIRO

 


Tem estórias na vida da gente das quais a gente ri mas fica com vergonha de contar para todas as pessoas. Acho que estou ficando sem vergonha.

Há muitos anos era uma questão de discrição da minha parte, tinha um certo cuidado porque as pessoas podiam conhecer os personagens da estória, mas hoje faz tanto tempo que a qualquer um só resta ver o que teve de engraçado no acontecido.

Eu tinha uns dezesseis anos e ia passar muitos fins de semana numa fazenda que a família tinha perto do Rio. Comecei a gostar tanto daquilo que passei a ir mesmo que ninguém fosse.

Nunca entendi o motivo da cidadezinha, que ainda era um distrito de Petrópolis, ter tantas meninas excepcionalmente bonitas e, naquele momento eu era interessante para uma parte delas. Passou a ser um outro atrativo.

A vontade de ir era tanta que quando ninguém da família ia eu, menor, sem carro  e sem carteira de motorista, pegava um ônibus para a rodoviária do Rio, de lá um ônibus para Petrópolis, de lá outro ônibus que parava em tudo quanto é lugar para a vila da fazenda e ainda caminhava quatro quilômetros à pé até chegar na fazenda. Chegando lá eu andava à cavalo e de charrete.

Eu tinha um tio avô que tomava conta da fazenda e ele e a mulher tinham um lugar para ficar na cidade quando não queriam voltar para a fazenda, Esse lugar que tinha um quarto, um banheiro e uma cozinha ficava numa parte de uma casa antiga enorme que foi dividida e eles colocaram esse lugar à minha disposição para quando eu quisesse.

Entre outros inquilinos, no segundo andar dessa casa morava uma família que tinha uma filha com talvez um ano a mais que eu e durante o dia rolou uma conversa com muito interesse meu e dela e marcamos de nos encontrar à noite. Fui para a fazenda e voltei para a cidade para dormir esperando a hora de estar com ela.

Quando chegou a noite ela bateu na minha porta e disse que não ia dar certo por algum motivo mas a tensão sexual tanto da minha parte quanto da dela era tanta que começamos a nos beijar já ali na porta, ela entrou e a começou uma brincadeira que recomeçava em seguida a cada orgasmo. 

Nós éramos adolescentes cheios de tesão e enorme disposição física. Mesmo com tantas vezes ainda não tinha sido suficiente quando a mãe dela, que eu não conhecia, bateu na porta.

Tenso.

Ela se vestiu, tomou uma chamada ali na minha frente e subiu com a mãe. 

O pai que tinha um taxi, estava trabalhando. Foi da reação dele que eu fiquei com medo. Imaginei que com ele ia ser um encontro dramático.

Rapidamente peguei minhas coisas, coloquei um edredon nas costas e fui caminhando para a fazenda preocupadíssimo, olhando para trás a cada instante, achando que algum momento o pai dela viria tirar satisfações comigo.

Logo as luzes da cidade ficaram mais longe e a estrada sem iluminação. Um pouco adiante eu vi uma pessoa acocorada na beira da estrada, descansando e me acocorei ao lado dele e comecei a conversar, bastante agitado. 

Ao mesmo tempo  eu olhava buscando os faróis do carro do pai dela que, naquele instante eu tinha certeza, viria atrás de mim. Eu estava muito preocupado mas consegui conversar com meu novo amigo e descobrir que ele trabalhava na fazenda e bebia tanto que ganhou o apelido de Isqueiro.

Ele achou estranho eu me acocorar ali do lado dele ali no escuro mas conversou comigo que não falei uma palavra a respeito do que tinha acontecido.

Daqui à pouco ele arrancou um matinho e limpou a bunda.

...

Pois é... Ele não estava descansando. E eu estava com tanto medo que não tinha percebido.

Cheguei à fazenda que não tinha energia elétrica e fui direto acordar o tio avô para contar o acontecido e ele me tranquilizou muito dizendo que eu não me preocupasse que o pai dela não viria. 

E não veio.

No dia seguinte ele voltou da cidade contando que tinha sido  um dentista que também era inquilino na casa que tinha contado para a mãe dela que a tinha visto entrando no meu quarto, e contou também que ela tinha dito para o fofoqueiro que tinha brincado até acabar todo leitinho. Não exatamente com essas palavras.

terça-feira, 2 de julho de 2024

SEM SEGUNDAS INTENÇÕES



Semana passada eu estava sentado no balcão do bar quando passou com as amigas uma moça negra alta puxando uma mala de rodinhas e me fazendo prestar atenção por causa das longas pernas e do short branco. Ela foi sentar longe, mas em seguida voltou para sentar bem perto de mim. 

Fiquei apenas tendo o prazer de olhar, mas, depois de pagar, resolvi fazer um elogio de graça e fui até lá dizendo que eu estava indo embora mas que queria dizer que beleza me comove e que ela me tinha comovido.

Ela gostou, então eu contei que quando ela passou eu tinha falado para a bartender que tinha que chamar a polícia e ela assustada perguntou o porque, e eu disse que ela passando era um abuso de poder. 

Outra risada e ela agradeceu me dando a mão para nos despedirmos. Ela tinha mãos macias e pequenas.

Ela demonstrou ter ficado tão contente com o que eu falei que eu fiquei pensando que aquele mulherão, com um rosto lindo e pele macia não está ouvindo o quanto é maravilhosa com a frequência que deveria.