quarta-feira, 31 de julho de 2024
NADA COMO A CONCORRÊNCIA
TUDO ERRADO
Eu tinha marcado três coisas que eu queria muito que acontecessem e eu estava achando aquilo ótimo, pensando que eu estava com o toque de Midas.
Nenhuma das três aconteceu quando era para acontecer nessas duas últimas semanas.
Uma eu já não quero mais marcar. Ultimamente tem dado sempre em nada, então para mim, já deu.
As outras vão acontecer, e foram imprevistos que mudaram a programação, mas não aconteceram no momento para o qual eu criei expectativas.
Foi uma bela lição de humildade e de resiliência. Nem tudo acontece do jeito que a gente quer, no momento que a gente quer.
sexta-feira, 26 de julho de 2024
O SONHO DE TEREZA
Tereza trabalha uma vez por semana para mim, há muitos anos. Converso um pouco com ela quando ela está limpando meu apartamento. Tem coisas que uma pessoa me fala e eu não consigo tirar da cabeça.
Tereza está quase com sessenta anos e me disse um dia que acha lindo uma mulher dirigindo e eu percebi que ela gostaria muito disso. Ela já teve a oportunidade de pegar um carro umas poucas vezes.
Eu não consegui tirar esse desejo dela da minha cabeça. Talvez porque eu mesmo não esteja com nenhum que eu não possa realizar.
Fui dar uma olhada quanto custa para tirar uma carteira de motorista e fazer aulas numa auto escola mas o processo é complicado e caro. Hoje voltei a ter essa conversa com ela e ela me contou que na igreja dela tem uma mulher que disse a ela que se ela tem essa vontade de aprender a dirigir que se ela colocar gasolina no carro dela que ela a leva para aprender.
Mais fácil e muito mais barato para realizar esse sonho.
Já dei o dinheiro para a gasolina.
quarta-feira, 24 de julho de 2024
QUANTA LENHA EU AINDA TENHO PARA QUEIMAR?
Minha felicidade nunca esteve em coisas materiais. Sempre fui feliz com o que eu tinha. Isso não quer dizer que eu não tenha tido prazer com algumas dessas coisas. Algumas delas me deram um enorme prazer a cada vez que eu usava.
Eu reconheço a beleza e a qualidade em muitas coisas. Acho bonitas, aprecio, mas nunca coloquei como algo a atingir.
Uma vez que fui para Buenos Aires com um cliente importante e ele me colocou num apartamento no mesmo andar que o dele e o andar tinha um mordomo que ligava para saber se podia vir para "abrir" a cama. É isso mesmo, rs. Não era para arrumar a cama. Era para preparar a cama para quando eu fosse dormir. E não importava que eu dissesse que não, ele viria num horário que eu não estivesse e "abriria" a cama. Eu disse para meu cliente que eu poderia acostumar com aquilo.
Mas de verdade, acho que não acostumaria com aquilo não. Gosto muito da minha liberdade e da minha privacidade.
Tem alguns mimos que eu aprecio mas que não tenho vontade de pagar preços absurdos. Nunca fui de comprar marcas, mas gosto da Lacoste e hoje tenho apenas duas, porque mesmo que eu possa fazer essa extravagância uma vez que tenho poucos desejos, não acho razoável pagar perto de quinhentos reais por uma camisa polo. Estou muito feliz com as camisetas Hering e com as Havaianas, as quais tenho muitas.
O pensamento veio porque depois de muito tempo está chegando ao fim a minha caixa de 200 unidades de 35ml do shampoo Harus que o gerente do hotel nos Lençóis Maranhenses teve a delicadeza de me ceder. Isso dá sete litros de shampoo.
Aí vem aquelas coisas que aqui chamariam coisas de gente "maniada". Em vez de me conformar fui buscar uma solução com a Harus que não atende pessoas físicas e eles foram gentis o suficiente para colocar um representante independente para entrar em contato comigo e dele estar interessado em me ajudar a realizar esse desejo. Ainda não chegamos ao produto específico que eu quero mas ele está inclusive consultando a fábrica para saber exatamente de que produto estamos falando e já me adiantou que isso deve custar em torno de R$ 555,00 reais, para novamente eu ter sete litros do shampoo que eu gosto.
Sete litros é o que está pegando. O valor eu encararia desde que adotei a filosofia da minha ex-mulher de que "mais vale um gosto que um caminhão de abóboras".
Mesmo sendo capaz de pagar R$ 1.300,00 por 200 ml de Sauvage, eau de parfum e de ainda ter um vidro de Pour Homme de Capucci, que não se fabrica mais, na maior parte do tempo estou usando a baby lavanda da Johnsons e o Malbec bleu do Boticário.
A vida está organizadinha porque eu não sou vaidoso e preciso de pouco para viver mas tem uma outra coisa que me levou a pensar sobre esse assunto.
Já tive dois carros antigos e hoje quero passar longe dessa confusão. Acho bonitos, gosto de ver, mas não quero para mim. Até gostaria de dar uma voltinha em algum deles. Mas não é complicado ter as miniaturas dos que tem algum significado na minha vida e de pouco tempo para cá venho buscando alguns deles. Algumas delas são os quatro carros que sei que meu pai, que morreu aos cinquenta e dois anos, teve, como se isso fosse uma homenagem a ele também.
Tive poucos ídolos na vida e um deles foi o Ayrton Senna. Algumas vezes pensei na possibilidade de comprar uma réplica do capacete dele, que é uma coisa grande para se ter num apartamento relativamente pequeno. Ontem quando eu comprava dois desses carros que meu pai teve encontrei a miniatura de alguns dos carros com quem o Ayrton correu e comprei uma delas. Está na hora de fazer uma nova foto minha com ele e mais ninguém porque a que está ali está perdendo um pouco da cor.
Está tudo muito bem, mas, na idade em que estou, do jeito que a vida está, eu não tenho o direito de adiar ou de não ter essas coisas.
domingo, 21 de julho de 2024
ESTOU FICANDO DESAPEGADO E MUITO SEM VERGONHA
Numa conversa que eu comecei do nada na praça de alimentação de um shopping conheci uma menina e uns dias depois passei uma hora com ela num lugar público dando uma oportunidade para ela fotografar com uma máquina boa e ao mesmo tempo a fotografei com a câmera e com o celular.
Ela veio com um vestido de malha bem comprido colado ao corpo e com isso muito revelador. Logo depois que eu fiz umas primeiras fotos ela se encostou nas minhas costas para ver as fotos e a única coisa que a separava de mim era a malha do vestido e minha camiseta. Eu sou um sujeito fraco para esse tipo de coisa, que mexe comigo, mesmo eu não falando nada e depois perguntando para duas amigas se aquilo era uma coisa que uma mulher fazia conscientemente e de propósito.
Pois é, sabia o que está fazendo e fez de propósito.
Mas eu acho que eu estou perdendo a vergonha.
Como sempre acabei fazendo as fotos dela em papel e dando de presente, mas pude ver e falar para ela o que eu tinha visto e ela gostou. Ela é jovem e me disse que as pessoas da idade dela não conseguiam dizer as coisas que eu tinha dito.
Eu fiquei na minha, mas ela tem me passado muito pela cabeça. Me tirou da cabeça a que eu não conseguia esquecer e que apareceu no whatsapp para perguntar se eu tinha voltado de viagem.
Eu tinha. Já fazia quatro dias e eu não estava com pressa nenhuma de falar com ela. Ela propôs uma coisa que me interessava e eu quero ver se se ela ainda mexe comigo, mas dispensei para aquele dia e marcamos para dois dias depois.
Quando chegou perto do fim da minha caminhada, que era quando tínhamos marcado, mandei uma mensagem dizendo que estava caminhando para o meu carro e se quando chegasse nele ela não tivesse respondido que eu iria tomar outro rumo. E assim foi. Tomei outro rumo sem esperar um minuto a mais pela resposta dela que só veio no dia seguinte, com uma desculpa que não me interessa se tem fundamento ou não. Estou desguiando.
Deixar o tempo passar melhora muita coisa. Até a atração que parece uma febre mas que depois ameniza.
domingo, 7 de julho de 2024
PORQUE É QUE TEM QUE SER ASSIM ?
Embora tivesse tentado muito mais uma repetição, resolvi abrir mão do meu desejo enorme por uma pessoa a quem dei muitas oportunidades para que acontecesse mais duma forma que fosse bom para os dois, e mesmo com a vontade ainda não suficientemente saciada resolvi sair fora e deixei de dar atenção.
Sempre dizendo para mim mesmo que se caísse na rede eu ainda pegaria, mas noutras condições. Não é amor, é um desejo enorme, que eu assumo.
Ela começou a perceber o que estava acontecendo porque logo tentou algo que eu disse que não ia acontecer e meu interesse e minha atenção acabaram. O único amigo com quem eu falo a respeito desses assuntos tinha dito que ela iria aparecer.
Já tinha tanta coisa acontecendo com outras pessoas que, sem essa fixação, começou acontecer mais ainda.
Fazia 13 dias que não falávamos e quando tirei o celular do modo avião anteontem, tinha uma mensagem dela falando de um assunto que me interessava. Deixei um pouquinho de lado e aí respondi que estava viajando, que o assunto me interessava e que voltaríamos a falar nele quando eu voltasse.
Na verdade gostei que ela tenha tentado agora algo que eu queria, mas ao mesmo tempo estou me sentindo menos interessado.
Estou vendo graça na coisa, acho que cansei, mas ainda pego.
sábado, 6 de julho de 2024
UM VOO PERFEITO
Ontem foi um daqueles dias em que ser idoso foi conveniente, como diz minha prima.
Cheguei no aeroporto com antecedência mas a fila dos que não eram estava imensa. Tinha apenas três pessoas juntas na minha frente sendo atendidas e não sei o motivo mas foi demorado, e quando era para me atender a atendente disse que tinha que ir para o embarque.
Demorou apenas um minuto ou dois para eu ser atendido por outra pessoa mas ele me disse que para compensar a demora que iria colocar uma etiqueta de prioridade na minha mala. Agradeci, sem acreditar muito que aquela etiqueta fosse adiantar de alguma coisa.
No embarque acabei sendo o primeiro a entrar no avião e demorou um pouco a entrar qualquer outra pessoa. Como estávamos lá apenas eu e duas comissárias fui nas duas pontas do avião e dei uma lajotinha da Kopenhagen para cada uma. Até todos se acomodarem levou um tempo e saímos com um atraso de uns vinte minutos
Eu tomei um litro de suco de laranja e mais tarde quando fui ao banheiro uma delas estava comendo um daqueles micro pacotinhos de polvilho e eu disse a ela que ia arranjar uma coisa mais interessante para ela e dei uma das embalagens de um grisini de parmesão que eu estava trazendo para minha filha.
Quando elas fizeram o serviço de bordo eu não quis beber nada mas depois uma delas veio até minha poltrona, me chamou pelo nome e disse que tinham dado do grisini também para os pilotos, e que todos haviam gostado.
Mais uns minutos aparece a outra comissária com um bolinho grande e disse que era um presente para mim de toda tripulação.
O comandante ganhou no voo o tempo perdido no embarque e pousamos no horário. Ele freou com rapidez a tempo de sair na primeira saída e logo estávamos prontos para desembarcar.
Não me apressei em sair. Estávamos numa posição remota então quando desci os apressadinhos estavam esperando dentro do ônibus.
Quando entrei no aeroporto, fui ao banheiro novamente e só depois disso fui para a esteira de bagagens.
Não é que quando cheguei na esteira minha mala chegou também?
quarta-feira, 3 de julho de 2024
UM ENCONTRO VERGONHOSO
Tem estórias na vida da gente das quais a gente ri mas fica com vergonha de contar para todas as pessoas. Acho que estou ficando sem vergonha.
Há muitos anos era uma questão de discrição da minha parte, tinha um certo cuidado porque as pessoas podiam conhecer os personagens da estória, mas hoje faz tanto tempo que a qualquer um só resta ver o que teve de engraçado no acontecido.
Eu tinha uns dezesseis anos e ia passar muitos fins de semana numa fazenda que a família tinha perto do Rio. Comecei a gostar tanto daquilo que passei a ir mesmo que ninguém fosse.
Nunca entendi o motivo da cidadezinha, que ainda era um distrito de Petrópolis, ter tantas meninas excepcionalmente bonitas e, naquele momento eu era interessante para uma parte delas. Passou a ser um outro atrativo.
A vontade de ir era tanta que quando ninguém da família ia eu, menor, sem carro e sem carteira de motorista, pegava um ônibus para a rodoviária do Rio, de lá um ônibus para Petrópolis, de lá outro ônibus que parava em tudo quanto é lugar para a vila da fazenda e ainda caminhava quatro quilômetros à pé até chegar na fazenda. Chegando lá eu andava à cavalo e de charrete.
Eu tinha um tio avô que tomava conta da fazenda e ele e a mulher tinham um lugar para ficar na cidade quando não queriam voltar para a fazenda, Esse lugar que tinha um quarto, um banheiro e uma cozinha ficava numa parte de uma casa antiga enorme que foi dividida e eles colocaram esse lugar à minha disposição para quando eu quisesse.
Entre outros inquilinos, no segundo andar dessa casa morava uma família que tinha uma filha com talvez um ano a mais que eu e durante o dia rolou uma conversa com muito interesse meu e dela e marcamos de nos encontrar à noite. Fui para a fazenda e voltei para a cidade para dormir esperando a hora de estar com ela.
Quando chegou a noite ela bateu na minha porta e disse que não ia dar certo por algum motivo mas a tensão sexual tanto da minha parte quanto da dela era tanta que começamos a nos beijar já ali na porta, ela entrou e a começou uma brincadeira que recomeçava em seguida a cada orgasmo.
Nós éramos adolescentes cheios de tesão e enorme disposição física. Mesmo com tantas vezes ainda não tinha sido suficiente quando a mãe dela, que eu não conhecia, bateu na porta.
Tenso.
Ela se vestiu, tomou uma chamada ali na minha frente e subiu com a mãe.
O pai que tinha um taxi, estava trabalhando. Foi da reação dele que eu fiquei com medo. Imaginei que com ele ia ser um encontro dramático.
Rapidamente peguei minhas coisas, coloquei um edredon nas costas e fui caminhando para a fazenda preocupadíssimo, olhando para trás a cada instante, achando que algum momento o pai dela viria tirar satisfações comigo.
Logo as luzes da cidade ficaram mais longe e a estrada sem iluminação. Um pouco adiante eu vi uma pessoa acocorada na beira da estrada, descansando e me acocorei ao lado dele e comecei a conversar, bastante agitado.
Ao mesmo tempo eu olhava buscando os faróis do carro do pai dela que, naquele instante eu tinha certeza, viria atrás de mim. Eu estava muito preocupado mas consegui conversar com meu novo amigo e descobrir que ele trabalhava na fazenda e bebia tanto que ganhou o apelido de Isqueiro.
Ele achou estranho eu me acocorar ali do lado dele ali no escuro mas conversou comigo que não falei uma palavra a respeito do que tinha acontecido.
Daqui à pouco ele arrancou um matinho e limpou a bunda.
...
Pois é... Ele não estava descansando. E eu estava com tanto medo que não tinha percebido.
Cheguei à fazenda que não tinha energia elétrica e fui direto acordar o tio avô para contar o acontecido e ele me tranquilizou muito dizendo que eu não me preocupasse que o pai dela não viria.
E não veio.
No dia seguinte ele voltou da cidade contando que tinha sido um dentista que também era inquilino na casa que tinha contado para a mãe dela que a tinha visto entrando no meu quarto, e contou também que ela tinha dito para o fofoqueiro que tinha brincado até acabar todo leitinho. Não exatamente com essas palavras.
terça-feira, 2 de julho de 2024
SEM SEGUNDAS INTENÇÕES
Semana passada eu estava sentado no balcão do bar quando passou com as amigas uma moça negra alta puxando uma mala de rodinhas e me fazendo prestar atenção por causa das longas pernas e do short branco. Ela foi sentar longe, mas em seguida voltou para sentar bem perto de mim.
Fiquei apenas tendo o prazer de olhar, mas, depois de pagar, resolvi fazer um elogio de graça e fui até lá dizendo que eu estava indo embora mas que queria dizer que beleza me comove e que ela me tinha comovido.
Ela gostou, então eu contei que quando ela passou eu tinha falado para a bartender que tinha que chamar a polícia e ela assustada perguntou o porque, e eu disse que ela passando era um abuso de poder.
Outra risada e ela agradeceu me dando a mão para nos despedirmos. Ela tinha mãos macias e pequenas.
Ela demonstrou ter ficado tão contente com o que eu falei que eu fiquei pensando que aquele mulherão, com um rosto lindo e pele macia não está ouvindo o quanto é maravilhosa com a frequência que deveria.