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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

A AGENDA DE CADA UM

 


Pedi uma indicação a uma amiga para um serviço e ela queria vir junto com a pessoa. Ela arranjou essa mas havia falado numa segunda pessoa que também tinha se interessado pelo serviço mas ela queria fosse a primeira que era amiga dela.

Eu nem queria a pessoa que ela indicou porque já tinha concluído que se eu ainda não conhecia e já parecia uma pessoa complicada era melhor que fosse a outra, tampouco queria que ela viesse junto. 

Pedi a outra e aí ela disse que a outra também queria que ela viesse junto, coisa que eu confesso que não acreditei.

Não me lembro há quanto tempo convidei essa amiga e o noivo que não mora aqui para um almoço num ótimo restaurante e os tratei com muita deferência. 

Faz pouco tempo ele vinha novamente e ela sugeriu que fossemos almoçar juntos novamente e eu nem dei resposta à essa sugestão dela. 

Se ela gostou e queria repetir, que fosse sozinha com ele. Eu, que não precisava convidar, já tinha convidado uma vez, não me sentia na obrigação de convidar outra.

Como ela também queria que eu adequasse a minha agenda à dela para que a pessoa viesse quando ela pudesse, a forma que arranjei para me livrar do incômodo foi dizer para marcar para o horário que ela não podia que eu sabia que ela não podia e esperar ela dizer que a outra não viria sem ela.

Problema resolvido. O que interessa a ela não cabe a mim proporcionar. É agenda dela, não minha.

Ando muito seletivo.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

UM PAÍS DE PEQUENOS E GRANDES GOLPES

 


De vez em quando tomo conhecimento de alguém tirando uma vantagem que eu considero moralmente indevida.

Uma pessoa me contou que a irmã que nunca contribuiu com o INSS estava se aposentando como trabalhadora rural, coisa que ela nunca foi. 

Conheço outra que é registrada como pescadora, coisa que ela nunca foi, e recebe o seguro defeso, que é um benefício para os pescadores se manterem quando a pesca fica proibida durante a piracema. O cadastro é feito pelo sindicato de pescadores.

Também já escutei muitas vezes de gente que recebe o bolsa-família sem ter direito a isso. O cadastro era feito por pessoas nas prefeituras.

Conheço também pessoas que vem recebendo a vida inteira uma pensão enorme sem ter trabalhado um dia sequer na vida. Nesses dois casos se beneficiaram de leis que criaram vantagens pessoais direcionadas para um nicho da sociedade.

Em todos esses casos houve uma vantagem pessoal, um enriquecimento grande ou pequeno, de quem não fez nada para merecer, em detrimento da sociedade brasileira como um todo.

ACREDITAR NA SORTE

 


Acompanhei a notícia do assustador volume de dinheiro do  Bolsa-Família que é direcionado pelos beneficiários para sites de aposta, como por exemplo, o jogo do Tigrinho. 

No DW Revista ouvi recentemente o podcast "Porque é tão perigoso se viciar em games de aposta". 

Essa crença na solução para a vida estar na sorte e é uma espécie de pensamento mágico.

Eu também acredito em sorte e não penso em deixar de fazer minha aposta sempre igual na mega-sena, que agora tem 12 sorteios por mês. Durante uma vida inteira fazendo isso ganhei apenas duas vezes, ambas na quadra.

Quando passou a ter três concursos por semana, eu que um pouco antes vinha fazendo 3 jogos de R$ 5,00 por concurso eu pensei que se o que "o Homem lá em cima" quisesse mesmo apontar para mim, uma aposta seria o suficiente e ao invés de gastar R$ 180,00 por mês gasto R$ 60,00. 

Minha situação permitiria que eu fizesse os três jogos por concurso sem prejudicar em nada minha vida e não ia ser nada engraçado se viesse um resultado igual ao um dos outros jogos que eu deixei de fazer, mas resolvi que posso correr o risco.

Li ou ouvi recentemente que as pessoas precisam acreditar que tem uma perspectiva de vida boa porque esse é um motivo para a resiliência e para a mudança de maus hábitos.

Essa perspectiva de vida boa tem se tornado mais difícil de se transformar em realidade porque algumas promessas que se faziam como resultado do esforço ou da educação formal não estão se cumprindo, inclusive, ter um emprego hoje não é nenhuma garantia que você vai tê-lo amanhã. As mudanças estão sendo muito rápidas.  

Embora o ensino superior esteja mais acessível, uma pesquisa recente no Brasil indicou que a única formação que ainda está garantindo emprego, na área de formação, com carteira assinada, para 100% dos formandos é medicina. 

Todos os outros cursos tem um importante percentual de pessoas que completaram a faculdade e estão trabalhando em uma outra área, que não necessita de formação acadêmica.

Da IA do Google:

"De acordo com uma pesquisa, 53% dos graduados no Brasil trabalham em uma área diferente da que se formaram. Além disso, um artigo do site Você RH afirma que 88% das pessoas com ensino superior têm cargos que não correspondem à sua formação".

Então, acreditar na sorte também pode ser uma forma de acreditar no futuro.