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domingo, 21 de setembro de 2025

DESISTIR DE DEIXAR TUDO EM ORDEM

Vou deixar de ser síndico do prédio onde moro. 

É um prédio de quatro andares, sem elevador construído há trinta anos e que veio até 2018 com uma vergonhosa falta de manutenção. Em alguns pontos era pior que uma favela.

Meu apartamento também também sofria do mesmo mal. Além de ser como era no dia em que foi construído, estava acabado. Num pátio tinha um cimentado tosco, sem nenhum revestimento.

No apartamento fiz uma obra minuciosa em 2013, que alterou a planta em todos os cômodos e melhorou o apartamento em tudo. De lá para cá de vez em quando implanto alguma melhoria ou algo precisa ser refeito, mas o básico foi muito bem executado. Da elétrica toda refeita com fiação nova e agora com disjuntores, e repleta de tomadas, à hidráulica levando água e energia ao pátio. Das pequenas janelas e porta para o pátio em alumínio, para grandes janelas em vidro temperado, mudança possível apenas porque não tenho fachada visível a detalhes como a tubulação para o gás, em cobre e embutida no piso do fogão até o local do botijão de gás.

Agora, o prédio, embora eu já tenha feito muitas melhorias ainda esteja muito longe de estar bom. Tem problemas sérios para serem resolvidos, como as ferragens aparentes na laje do último andar para o terraço, além de uma fachada arrasada com trinta anos de idade, e uma garagem que alaga em qualquer chuva mais forte.

Tudo tem solução e era melhor para todos se eu estivesse com a mesma disposição que tive em 2018, quando não era síndico e de 2022 quando cheguei à conclusão que se quisesse mudar o estado do prédio eu teria quer me oferecer em sacrifício e assumir o cargo.

Não é vaidade da minha parte afirmar isso, mas essa minha saída vai tornar mais difícil qualquer melhoria como as que aconteceram até agora. 

Além da experiência com construção fiz tudo da forma mais racional possível gastando com muita parcimônia e sempre contei com profissionais de alta qualidade. 

Além dessa minha dedicação contratei tudo com mais cuidado e mais economia do que faria se fosse só para mim. 

Mas, dos problemas sérios a serem resolvidos até os menores, como chamar e acompanhar um serviço, não farei mais parte da solução.

Existe um custo a ser pago por essa decisão, mas é perfeitamente possível para mim me afastar dos problemas que se tornaram maiores que o senso de missão em realizar algo concreto e visível em benefício de todos, inclusive de mim mesmo.

Para aquilo que eu me via como resposta e meio vai aparecer uma outra solução, que pode vir a ser mais cara, mais demorada ou até que não aconteça.

É muito fácil concordar com gastar algo se você sabe que seu dinheiro está sendo bem gasto. As melhorias feitas são visíveis e quase todos sabem e não precisam sequer ser lembrados disso.

Eu levei isso com muita economia, seriedade e dedicação, mas se for olhar apenas pelo aspecto financeiro meu benefício ou prejuízo pessoal é de apenas 7 % do total. Meu tempo e dedicação a alguma coisa valem muito mais do que isso.

Tenho algum dinheiro em caixa e provavelmente algum momento vamos receber o valor referente a um processo de prestação de contas que reforçará esse caixa e vou fazer o possível para atender o pedido de um dos proprietários para aumentar o condomínio porque isso dará margem para quem vier resolver problemas sem precisar economizar tanto.

O que estou vendo com clareza é uma transformação radical na forma como eu estava vendo determinado aspecto da minha vida. O que estava sendo suportável, agora não está sendo mais.

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