Nos encontramos uma vez por mês e as conversas com ele são sempre demoradas, porque é sempre muito agradável e, no meu caso, até instrutivo.
Na fábrica ele tem 60 empregados e analisando eles chegaram à conclusão que só usavam os empregados da produção dois dias por semana. Era mais indicado acabarem com o vínculo empregatício e contratá-los apenas para os dias para os quais existia trabalho. E assim fizeram.
Em decorrência disso um sindicato provocou uma fiscalização que fez uma série de exigências e determinou a interrupção das atividades fabris.
Desde a fundação eles nunca tiveram um acidente e nenhum dia com afastamento de algum empregado, mas esse amigo se tornou num solucionador de problemas e disse que se é lei, vamos cumpri-la e chamou uma empresa muito qualificada para fazer o projeto de adequação às exigências da fiscalização.
A fábrica estava parada e o gerente, a empresa de engenharia e o fiscal não se entendiam de forma alguma. Ele pediu para ter um encontro com todos os envolvidos e os deixou falar e aquele encontro era como uma Torre de Babel. Ninguém se entendia.
Ele perguntou se poderia falar e quando todos pararam para ouvir ele perguntou ao engenheiro quanto tempo eles levariam para cumprir todas as exigências da fiscalização e a resposta foi 4 meses.
A pergunta seguinte foi em quantos tempo ele precisava para poder dizer que se responsabilizava em dizer que não havia o menor risco de que um acidente fosse uma possibilidade e a resposta foi dois dias.
Nesse ponto ele se dirigiu ao fiscal e disse que ele ali tinha duas alternativas. Uma era manter a fábrica fechada e afastar todos os trabalhadores que ficariam sem renda durante quatro meses e os recontrataria após esse tempo e indagou se era isso que o fiscal queria.
O fiscal imediatamente disse que não.
A outra alternativa era fazer em dois dias o que a consultoria estipulou como necessário para poderem assumir a responsabilidade por risco zero e ele liberar o funcionamento da fábrica e em seguida fariam os demais ajustes em quatro meses ou menos com ele assinando um TAC - Termo de Ajuste de Conduta se comprometendo com esse prazo.
O que ficou de fundamental dessa estória é que todos tinham o mesmo objetivo, mas apenas não estavam falando a mesma língua.
Com esse entendimento a fábrica voltou a funcionar.
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