A pessoa estava com vontade de falar. Não parecia ter um tom de reclamação, era muito mais como uma terapia. Um desabafo.
Um dos fatos relatados com muitos detalhes, tinha a ver com um irmão adolescente excepcional, absolutamente dependente, não fala, não caminha e ao qual a pessoa se dedica muito sem achar que está fazendo nada demais
Faz pouco tempo alguém me disse que cada um tem sua cruz para carregar.
Para mim aquela conversa era uma constatação de que aquela era uma cruz muito pesada e que as poucas chateações que tenho, não são nada e que não são cruz nenhuma.
Lembrei do suicídio da filha de uma amiga, depois do pai ter dito a ela que ela não iria fazer faculdade noutra cidade, porque teria que tomar conta do irmão autista.
Me preocupei muito na época com a irmã dela que poderia pensar que o destino dela também seria tomar conta do irmão e não ter uma vida própria e falei com ela a respeito disso e, na época, ela me disse que ele era o irmão dela.
Escrevi aqui sobre isso há um milhão de anos.
Na hora me veio à cabeça a música "He aint heavy, He's my brother". E agora, me veio de novo.
Que bom que o futuro dessa irmã não foi tomar conta do irmão. A mãe faz isso com muita dedicação.
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