O Café Filosófico da TV CULTURA é algo que me agrada e me ensina muito. Faz um tempo assisti esse aqui no You Tube
https://www.youtube.com/watch?v=A__OnUioaFU
Sei que ganho muito ouvindo gente muito mais inteligente e muito mais preparada do que eu.
Algumas pinceladas das coisas das quais ela fala que me tocaram vão aqui.
Se deve a Shakespeare - A invenção do homem. Seus personagens tem uma subjetividade que conversa consigo mesma. Ele inventou o homem conflituado, que desenvolve a si mesmo. Não se revelam. Discutem consigo mesmo e com isso tem uma capacidade de se autorecriarem. Ainda vale hoje o sujeito falando consigo mesmo de Shakespeare.
Escutar a si mesmo é o caminho da individuação
A Relação com o tempo mudou.
A ideia de encontro mudou a relação das pessoas com os outros. Somos seres gregários.
Se cada época produz suas formas de sofrer. Quais os males que nos atormentam hoje? A necessidade da superexposição talvez seja sintoma. Não basta existir, é necessário confirmar nossa existência através dos like.
Para o paciente jovem não havia dimensão de futuro. Não tinham projetos. Lembravam pouco do passado. A psicanálise não servia para eles
Freud fala de "sua majestade, o bebê" - o bebe vai indenizar o narcisismo dos indivíduos. O filho vai conseguir da vida algo que ele não conseguiu. Vai ter atributos do que vai ser no futuro. Todas as perfeições. Ocultar as deficiências. O bebe ainda vai ser inventado. Vai realizar os sonhos que os pais não realizaram. O amor dos pais tão comovedor e no fundo tão infantil nada mais é que o narcisismo dos pais renascido. Possibilidade de se projetar no futuro.
E quando isso não acontece? No mundo de hoje será que a gente sabe que essa projeção é impossível?
Pegando um outro texto de Freud: Luto e Melancolia
Enlutado sofre, perdeu alguma coisa, sabe o que é. tempo e processo de digestão- mudança da psiquê
Melancólico - Não sabe o que perdeu, mas tem certeza que perdeu, não é capaz de saber o que. Não sei o que é mas me é fundamental.
O olhar do outro me é fundamental.
É o avesso da interioridade do personagem Shakespeariano. O eu passou a estar fora de mim.
Alguém que afirma quem eu sou detém a verdade de quem eu sou. Como o outro me vê. O que posso suscitar no outro. A conversa interior rebate isso - Tem algo para rebater daquilo que vem de fora.
Nesses pacientes tudo está fora. Como se precisássemos de provas de que existimos. O olhar do outro diz quem eu sou. Período em que eu preciso de provas de que eu existo. Malhação, selfies - alimentar o olhar do outro. Se o outro souber eu realmente fiz.
Esquecemos das nossas emoções.
Redes sociais - parecer ou não parecer
Internet e e os celulares mudam a sua maneira de ser. Não é necessário acumular saber. Preocupado com a imagem que ele tem. Para essas pessoas hoje - tempo intervalado. Antes - contínuo
Falta narrativa sobre as próprias emoções. Há dúvidas quanto a elas. Se perdeu a ideia do bem comum. Tudo está fora.
se sentir....
ter um pertencimento
se historicizar se singularizar
A relação com o outro pode ser prazeroza. Se puder dar prazer ao outro seu leque de prazer vai ser ampliado e a ideia de solidão diminui. Partilhar as alegrias. Você como consequência de suas experiências.
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