Ouvi ontem no YouTube um áudio de 9 minutos do Clóvis de Barros Filho que me colocou para pensar. Lá ele vai citar Nietzsche;
Eu acho que vale a pena ouvir.
https://www.youtube.com/watch?v=cHzqbvz1N5U
Escrever este blog tem sido uma terapia. Estou dividindo um pouco da caminhada pessoal e do que gostei. Quando alguém diz algo que eu gosto ou que me ensina, numa música, charge, texto ou poema, vem para cá também.
Eu acho que vale a pena ouvir.
https://www.youtube.com/watch?v=cHzqbvz1N5U
Li, há muito tempo, dados sobre a inflação de alimentos e bebidas de 2020 e onde vinham esses dados que parecem assustadores:
Inflação de Janeiro a Setembro de 2020 -17% E vinham as seguintes informações: Arroz e Feijão 28%, Óleo 60 % e Leite 47%.
A Inflação é algo muito pessoal, na minha opinião. Fora o leite que consumo pouco, os 60% do óleo ou os 28% do arroz e feijão não tem muito significado para mim porque não os compro para fazer.
Dá para pensar que inflação, na verdade, é algo muito pessoal.
Me dou muito bem com ela. Passamos muitos semestres na mesma sala numa faculdade. Já a fotografei e já saímos algumas vezes juntos. Ela está terminando um dia de trabalho na semana perto dum lugar onde costumo ir e recentemente por duas vezes sentamos juntos para jogar conversa fora e era uma conversa meio torta.
Ela pediu um coquetel de morango e recomendou que o álcool fosse forte. Tomou como se fosse um suco e disse que não tinha achado forte porque era muito docinho e pediu uma Piña Colada. Eu fui até a bartender e disse que ela estava querendo forte mesmo.
E veio e ela novamente não estava achando forte, mas eu disse a ela que ela ia sentir o efeito, e sentiu.
Depois de meia Piña Colada contou histórias muito melhores que as minhas.
Andei muito pelo Brasil e existem três pontos turísticos onde não fui; o Pantanal, no qual não tenho nenhum interesse, o Jalapão que eu ainda considerava mas o desconforto das estradas dentro de um 4x4, que é a única forma de transitar, não me dá vontade e Caldas Novas em Goiás com seu rio quente, que é um lugar que eu gostaria de tirar da minha lista.
Eu sempre tiro proveito da experiência dos outros e conversei com uma pessoa que deu muita confiança nas informações que passou.
É interessante comparar porque é um casal e o que o marido fala não é tão realista como o que a mulher dele comenta mas é sempre bom buscar uma outra fonte, porque opinião é uma coisa muito pessoal, assim como as experiências que podem ter deixado uma pessoa encantada e a outra decepcionada.
Posso perfeitamente deixar de ir a algum lugar porque ouvi ou li alguma coisa porque não sou daqueles que acha que tem que ir de qualquer forma e não sou muito chegado em multidões. Perdi tempo por exemplo indo a Praia do Patacho porque numa conversa uma pessoa tinha me dito que era imperdível e quando conversamos depois que voltei também disse que não tinha achado grande coisa.
Esta semana na Euronews vi um protesto dos moradores de Palma de Maiorca na Espanha, que tomaram conta de algumas praias, enxotando os turistas que estão transformando a vida dos moradores locais em algo desagradável pelo aumento dos preços, inclusive dos dos aluguéis que ficam inalcançáveis para os locais uma vez que é mais rentável para os proprietários alugar para turistas.
Não me agrada em nada a cena de uma quantidade enorme de turistas em algum ponto da Europa que eu gostaria muito de conhecer se tivesse menos gente.
Ver uma foto da Pedra Furada em Jericoacoara com uma fila de pessoas para tirar a mesma foto me fez concluir que não preciso viver aquilo. Aquilo não é realmente interessante. É a tal da foto "instagramável" que todos acham que tem que fazer.
Conversando com a mulher do meu amigo, escutei que mesmo não sendo um grande feriado, as piscinas no parque aquático onde foram em Caldas Novas estavam muito cheias. Na verdade, pelo que ela falou, insuportavelmente cheias.
Também não preciso disso, mas poderia aproveitar de uma outra forma, mas não vai ser agora.
Depois da conversa com eles fui buscar alguns videos no YouTube e tem de um casal conversando que não tem imagens mas que achei muito proveitoso.
Davam algumas dicas e as mais preciosas eram para ir até Goiania, para aonde o voo é muito mais barato, que para Caldas Novas, alugar um carro e quando chegasse lá esquecer o carro que seria muito difícil estacionar.
Contaram que os motoristas do Uber sempre negociam um preço mais alto do que o do aplicativo quando se vai para algum lugar mais distante e sugeriram dentre os hotéis dentro do Complexo do Rio Quente, o Pousada que é antigo mas está em frente ao Parque das Fontes, que, para os hóspedes, fica aberto 24 horas.
A distancia entre Goiania e Rio Quente é de 178 km. A distancia entre São Paulo e Rio Quente é de 760km.
De onde eu estou não faz nenhum sentido ir de carro porque é muito mais longe e eu já vi tudo que vale a pena ser visto no caminho, mas estando em São Paulo eu poderia pensar nisso e em ficar num hotel do complexo para evitar a multidão e desfrutar do Parque das Fontes num horário que torne a experiência inesquecível.
Por enquanto ficou sendo apenas um desejo.
Resolvi acompanhar a glicose mais de perto e na pesquisa no Google aparece um aparelho não invasivo, sem picada, com o nome de Glicomax, dizendo ser da Siemens por um preço muito interessante, num site muito bem feito.
Como eu sou cuidadoso quis pesquisar se as grandes redes de farmácia estavam vendendo também e não aparece em nenhuma delas. Motivo para desconfiar.
Entrei em contato com a Siemens que deu uma pronta resposta que está aqui e esclarece tudo que tem para ser esclarecido.
Todos, sem exceção, assumiram imediatamente responsabilidade pelo acontecido e se propuseram a compensar de alguma forma, inclusive financeiramente, a pessoa que poderia ter sido prejudicada pelo erro.
Essa é uma característica valiosa ao pensar com quem se deve continuar trabalhando.
Maria Rita Kehl é uma dessas pessoas que admiro e que ouço com atenção. Ela fez uma abordagem do assunto drogas, incluindo o álcool, que me deu um entendimento diferente do que eu tinha do assunto até assisti-la. Já assisti mais de uma vez.
O link está aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=DSOMRi1HJeQ
Abaixo tem algumas coisas que fui anotando, mas se quer uma compreensão sobre o assunto, vá lá e assista inteiro no YouTube:
Se mata por um objeto de necessidade e não por um objeto de prazer que pode ser substituído
Os imperativos de consumo se dirigem a todos mas não são acessíveis a alguns. Aí entra a droga
Substitui todas as outras coisas que ele deveria ter
tem algo aqui que me explica
sensação de completude
Do prazer à necessidade. Dependo disso.
Quanto aos adolescentes que ela identifica como uma época de insegurança e quando ele começa a ter que se proteger sozinho. É a idade da turma. É fácil resolver a inadequação e a insegurança através da droga. Se está enfrentando o vazio da vida uma forma é a adesão
Tenho tido tempo para alimentar a mente mas tenho minhas preferências de quem ouvir...
A internet está cheia de pseudo professores, tutores e vários tipos querendo ser ouvidos e todos acham que valem o seu tempo.
Boa parte não vale.
Quando eu penso que eu também estou aqui, eu gostaria de acreditar que estou fazendo algo diferente, mas talvez não esteja, isso seja apenas uma ilusão da minha parte e eu também queira que deem atenção ao que eu escrevo.
Isto aqui se transformou numa espécie de diário, mas é algo que eu não fico procurando gente para ler. Na verdade hoje eu prefiro que pessoas com quem não tenho intimidade e não as que poderiam se interessar para saber da minha vida. É também um dos motivos pelo qual não tenho Instagram.
Não preciso seguidores nem de likes. Eu existo mesmo se eu não postar o que faço, o que como ou o que vi.
As pessoas de quem gosto prefiro também que não saibam e não acompanhem para eu tenha a liberdade de falar o que eu quiser e "transformar minhas vivências em experiências pelo fato de fazer a narrativa".
Quando dou uma chance porque o título interessou, mas já de começo a promessa não se cumpre não tenho a menor dificuldade em parar de assistir imediatamente
Às vezes a pessoa fala demais, ou tem uma voz chata, ou é monótona, se repete, ou faz uma introdução longa demais falando muito de si e insistindo em coisas óbvias como o pedido para curtir, já era. Qualquer motivo serve. Paro na hora.
Faço questão de escolher
Além do TED e do Café Filosófico existem alguns filósofos e psicanalistas nas minhas preferências. Algumas coisas são excepcionais na minha opinião.
Vou continuar dividindo aqui as boas conversas.
O Café Filosófico da TV CULTURA é algo que me agrada e me ensina muito. Faz um tempo assisti esse aqui no You Tube
https://www.youtube.com/watch?v=A__OnUioaFU
Sei que ganho muito ouvindo gente muito mais inteligente e muito mais preparada do que eu.
Algumas pinceladas das coisas das quais ela fala que me tocaram vão aqui.
Se deve a Shakespeare - A invenção do homem. Seus personagens tem uma subjetividade que conversa consigo mesma. Ele inventou o homem conflituado, que desenvolve a si mesmo. Não se revelam. Discutem consigo mesmo e com isso tem uma capacidade de se autorecriarem. Ainda vale hoje o sujeito falando consigo mesmo de Shakespeare.
Escutar a si mesmo é o caminho da individuação
A Relação com o tempo mudou.
A ideia de encontro mudou a relação das pessoas com os outros. Somos seres gregários.
Se cada época produz suas formas de sofrer. Quais os males que nos atormentam hoje? A necessidade da superexposição talvez seja sintoma. Não basta existir, é necessário confirmar nossa existência através dos like.
Para o paciente jovem não havia dimensão de futuro. Não tinham projetos. Lembravam pouco do passado. A psicanálise não servia para eles
Freud fala de "sua majestade, o bebê" - o bebe vai indenizar o narcisismo dos indivíduos. O filho vai conseguir da vida algo que ele não conseguiu. Vai ter atributos do que vai ser no futuro. Todas as perfeições. Ocultar as deficiências. O bebe ainda vai ser inventado. Vai realizar os sonhos que os pais não realizaram. O amor dos pais tão comovedor e no fundo tão infantil nada mais é que o narcisismo dos pais renascido. Possibilidade de se projetar no futuro.
E quando isso não acontece? No mundo de hoje será que a gente sabe que essa projeção é impossível?
Pegando um outro texto de Freud: Luto e Melancolia
Enlutado sofre, perdeu alguma coisa, sabe o que é. tempo e processo de digestão- mudança da psiquê
Melancólico - Não sabe o que perdeu, mas tem certeza que perdeu, não é capaz de saber o que. Não sei o que é mas me é fundamental.
O olhar do outro me é fundamental.
É o avesso da interioridade do personagem Shakespeariano. O eu passou a estar fora de mim.
Alguém que afirma quem eu sou detém a verdade de quem eu sou. Como o outro me vê. O que posso suscitar no outro. A conversa interior rebate isso - Tem algo para rebater daquilo que vem de fora.
Nesses pacientes tudo está fora. Como se precisássemos de provas de que existimos. O olhar do outro diz quem eu sou. Período em que eu preciso de provas de que eu existo. Malhação, selfies - alimentar o olhar do outro. Se o outro souber eu realmente fiz.
Esquecemos das nossas emoções.
Redes sociais - parecer ou não parecer
Internet e e os celulares mudam a sua maneira de ser. Não é necessário acumular saber. Preocupado com a imagem que ele tem. Para essas pessoas hoje - tempo intervalado. Antes - contínuo
Falta narrativa sobre as próprias emoções. Há dúvidas quanto a elas. Se perdeu a ideia do bem comum. Tudo está fora.
se sentir....
ter um pertencimento
se historicizar se singularizar
A relação com o outro pode ser prazeroza. Se puder dar prazer ao outro seu leque de prazer vai ser ampliado e a ideia de solidão diminui. Partilhar as alegrias. Você como consequência de suas experiências.
Não sou afoito, nem ganancioso.
Só gosto de fazer negócio com gente séria e ganhar apenas o suficiente. Tem funcionado para mim e o resultado é que me cerquei de pessoas que pensam e agem da mesma forma.
Também sei dar uma vantagem a alguém com quem tenho tido bons resultados, mesmo que não tenha sido solicitado, como uma forma de retribuir e manter uma boa parceria.
É uma surpresa agradável para eles e eu acho que os laços ficam ainda mais fortes.
Não são muitos e tem sido bom para todos, mas de vez em quando passa pela minha cabeça que em algum momento eu possa precisar de algum parceiro novo por chegar ao fim algum negócio que esteja em andamento e não tenha conveniência para a pessoa me incluir num negócio novo. Mas o fato é que essa é uma situação muito rara.
Tenho uma parceria frequente e já algum tempo com uma pessoa que está entrando em três novos empreendimentos com uma pessoa de quem eu gosto muito mas com quem nunca havia feito nenhuma parceria.
Mas uma coisa levou a outra e tive um encontro longo com esse outro amigo e acho que isso abriu um leque de possibilidades que eu nem imaginava.
Eu me considero anacrônico, e em alguns casos até obsoleto mas não estou nem um pouco incomodado com isso.
Não tenho Instagram, nem sinto necessidade de ter, principalmente porque não estou disposto a abrir mão da minha privacidade nem a ser invadido por uma tecnologia que me oferece algo porque falei daquilo uma vez e o microfone do Instagram estava aberto.
Já me incomoda o aparecimento de um anúncio de algo que eu pesquisei na internet em qualquer site que eu entre depois, porque permiti ser vigiado o tempo todo ao aceitar ou não os cookies. Para evitar isso limpo o histórico de navegação com frequência.
Mas as pessoas que estão muito à frente do meu tempo e que ganham um volume de dinheiro do qual eu sequer faço ideia também cometem erros tão grandes quanto a fortuna que tem.
Foi o caso do Metaverso, que eu que não entendo nada de ideias brilhantes achei uma coisa estúpida e sem sentido, mas parece que eu não fui o único.
A vida da pessoa tem que ser muito desinteressante para ela achar que virar um personagem de desenho (avatar) e ir viver numa realidade que não existe é melhor que viver a própria vida.
Ontem fui excluir um endereço de e-mail de uma pessoa para deixar apenas um válido e já que eu estava na lista de e-mails saí apagando muitos porque não uso há mais de dez anos e não vejo motivo para que eu venha a usá-los novamente.
O ato em si não tem nada de producente porque isso não ocupa espaço, mas faz parte de um processo maior de limpeza, e de me livrar de tudo que não é mais necessário.
Ando limpando a vida também fazendo coisas que eu não gostaria de morrer sem ter feito.
Pensei também em jogar fora mais cartões de visita, mas o primeiro que olhei foi do Presidente para Europa de uma companhia importantíssima presente no mundo inteiro.
Deixei para ver isso uma outra hora, porque é como se eu tivesse apagando parte da vida e algumas dessas pessoas que conheci ocuparam posições tão relevantes no mundo corporativo que o cartão deles pode ficar ali lembrando que eu estive com eles.
Eu acho que já joguei fora muitas mas eu guardo muitas outras coisas. Tenho ainda cartas de quando eu era garoto e guardar algumas delas é como se fosse uma demonstração de que ainda tenho afeto por aquelas pessoas.
Quando chegar a hora, a filhotinha pode jogar fora.
Saio para almoçar com muita frequência porque moro só e é bem mais prático. Não são muitas as opções para variar os lugares. Muitas vezes quero dar uma voltinha e vou até o shopping mas mesmo lá as escolhas são poucas e muitas vezes não funcionam bem.
Mesmo nas franquias a coisa não funciona direito. No Divino Fogão quem tem uma pegada mais caseira a comida está sempre está fria. Num outro restaurante com cardápio variado e comida não tem uma boa aparência e há uns dois dias experimentei um lugar onde nunca tinha comido e embora o frango grelhado estivesse bom e tenha permanecido quente até o fim, a batata frita que acompanhava não merecia elogios.
Tem outros lugares lá que nem vale a pena mencionar.
Vou a um restaurante que acho que é o melhor daqui uma vez por semana e é sempre perfeito.
Num outro lugar perto de casa boa parte das coisas tem gosto de coentro que eu acho desagradável e que é muito comum encontrar por aqui. E aí não como.
Uma vez numa sorveteria a menina que atendia me falou que um restaurante a uns dois ou três quilômetros, no qual eu tinha tido uma péssima experiência logo que eles abriram, tinha um cardápio durante a semana que incluía entrada, prato principal e sobremesa por um preço muito atrativo.
Resolvi dar uma chance e achei o cardápio interessante, um tanto ou quanto pretensioso mas a realidade era diferente. Fui lá duas vezes e já vou riscar mais uma vez da minha lista. A entrada era uma micro camponata com umas torradinhas finas duras como uma pedra nos dois dias e a sobremesa foi a mesma torta de frutas vermelhas que na segunda vez, uma semana depois, estava velha e ressecada. Da primeira vez pedi uma fonduta de queijos que não consegui comer inteira porque estava muito gordurosa e da segunda vez tentei um fetuccini com molho branco e frango defumado que foi aquecido no micro-ondas. O frango era uns poucos pedacinhos de um frio fatiado e a massa e o molho tinham uma consistência pastosa, não sei se efeito do aquecimento no micro-ondas.
Fico pensando como um cardápio pode ser tão afetado, e que pelo menos não escrevia amuse bouche, mas traduzia literalmente como diverte boca, e na realidade servir algo longe do que se poderia supor encontrar, ter a coragem de continuar servindo uma torta até ela ficar velha e achar que vai para a frente.
Não vai.